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Professor Titular aposentado do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).
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Em 14 de maio de 2025, às 18 horas, voltei ao icônico “Chopp do Alemão”, estabelecimento localizado na Rua Barão do Abiaí, 158, no Centro de Campina Grande, desta vez para participar do lançamento do livro Rememorando, obra de autoria de Ida Steinmüller, ex-presidente do Instituto Histórico de Campina Grande (IHCG) e atual presidente do Conselho Deliberativo da entidade.
A escolha do local para o evento não poderia ter sido mais apropriada, pois foi no “Chopp do Alemão” que Ida morou com seus pais e irmãos, desde a infância até o início da fase adulta.
Segundo o jornalista Jorge Rezende, autor do prefácio, o livro Rememorando teve como base as cinquenta crônicas rememorativas produzidas por Ida, publicadas na página Memorial do jornal A União, entre 27 de janeiro de 2022 e 2 de fevereiro de 2023, “em homenagem a homens e mulheres que contribuíram para a história de Campina Grande, da Paraíba e do Brasil”.
Parafraseando o título Quase Memória, obra de autoria de Carlos Heitor Cony lançada em 1995 pela Editora Companhia das Letras, Rememorando também é um livro quase autobiográfico: uma obra escrita por quem viveu e testemunhou momentos e episódios históricos que permaneceram na lembrança afetiva da autora.
Na composição da capa, houve o cuidado estético de manter um equilíbrio geométrico, quase caleidoscópico, na colagem de imagens fotográficas da autora, representando diferentes fases de sua vida, sem a preocupação de seguir uma sequência cronológica. No entanto, senti falta de uma informação essencial: o crédito referente à criação artística da referida capa.
Ao enveredar pelo conteúdo do livro Rememorando, o leitor vai se deparar com um estilo agradável, leve, natural, despretensioso, livre do pedantismo intelectual tão comum em alguns trabalhos acadêmicos, escritos para um público restrito. No dizer de Vanderley de Brito, atual presidente do IHCG: “Ida tem um jeito agridoce de escrever, para todos os paladares.”
No índice, percebe-se a repetição da palavra “Rememorando” antecedendo o nome de cada personalidade homenageada postumamente. É provável que essa repetição tenha sido proposital, mas achei redundante, levando em consideração o título do livro.
Na primeira crônica rememorativa, o homenageado é o Sr. Humberto de Almeida, filho do médico e historiador Elpídio de Almeida, ex-prefeito de Campina Grande.
Humberto Almeida foi um grande empreendedor, fundador da empresa CANDE, primeira indústria a se instalar no Distrito Industrial de Campina Grande. Foi na CANDE que, aos 16 anos de idade, Ida iniciou sua carreira profissional.
Na sequência, são homenageadas pessoas públicas que, por diferentes traços de personalidade, passaram a fazer parte da memória afetiva de Ida, tais como Evaldo Cruz, ex-prefeito de Campina Grande; Tarcísio Burity, ex-governador da Paraíba; o empresário e político José Carlos da Silva Júnior; o carismático poeta e político Ronaldo Cunha Lima, ex-prefeito de Campina Grande e ex-governador da Paraíba; o empresário Newton Rique, ex-prefeito de Campina Grande; o ex-deputado Aluízio Campos; e o ex-deputado Rômulo Gouveia.
Em suas reminiscências, Ida registra os nomes de mulheres que igualmente passaram a fazer parte de sua memória afetiva, dentre elas: Leônia Leão, Madre Dolores, Carolina Zilli, Molina Ribeiro, Lourdes Ramalho, Irmã Philippine, Rosa Cecília Andraus, Sevy Nunes, Wanda Elisabeth, Creuza Borborema, Madre Emília e a professora Vanita Leitão.
Ao longo do livro, o leitor vai se deparar com situações inusitadas vivenciadas por Ida, envolvendo fatos pitorescos, entre eles: o “rapto das groselhas”, protagonizado pelo radialista Wilson Maux; o encontro inesperado com o artista Altemar Dutra, no “Chopp do Alemão”; a vez em que Dominguinhos tocou uma valsa vienense para ela, momentos antes de entrar no palco, em São Paulo; e o encontro casual com a dupla Toquinho e Vinícius, em Fortaleza.
E, para não comprometer a experiência de leitura de quem ainda não teve contato com o livro Rememorando, encerro esta crônica-resenha na expectativa de que este texto tenha despertado no leitor a curiosidade de conhecer a nova obra de Ida Steinmüller.
Atenção: Os artigos publicados no ParaibaOnline expressam essencialmente os pensamentos, valores e conceitos de seus autores, não representando, necessariamente, a linha editorial do portal, mas como estímulo ao exercício da pluralidade de opiniões.
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