Aos 30 anos, quando a vida ainda parecia estar apenas começando, ela percebeu que algo estava diferente. As pernas já não corriam como antes, e com o tempo, até os braços começaram a ceder. Foi quando recebeu o diagnóstico: Miopatia Primitiva Progressiva, uma doença que atinge os músculos e desafia a cada dia.

Naquele momento, o mundo pareceu desabar. Por alguns segundos, ela sentiu o fim se aproximar. Mas não… Ela não era feita de desistência. Com a cabeça erguida e o coração cheio de fé, decidiu que sua vida não terminaria ali. Sabia que tinha duas escolhas: deitar e esperar a morte ou levantar e vencer. E ela escolheu viver. Com intensidade, com propósito, com amor.

A força para continuar veio, primeiro, de Deus. Depois, do amor incondicional pelo seu filho, que se tornou seu motor diário e do marido que a apoia diariamente. Vieram, então, os amigos da academia, que se tornaram família.

Um dia, por inspiração, lhe ofereci uma revista da Natura, que a princípio foi meio recusada com a argumentação de que era “cara e não conseguiria vender”. Menos de uma semana depois, me liga, se cadastra e já começa arrebentando.  Não sei se fui eu quem lhe apresentou um mundo novo, como sempre diz, ou se foi ela quem me apresentou uma nova forma de enxergar a vida e encarar os desafios. Nela reconheci as quatro virtudes cardeais do estoicismo: sabedoria, justiça, coragem e temperança.

Antes de se encantar pelas fragrâncias e cores da marca, já trabalhava com vendas — de confecções a cosméticos. Mas foi com a Natura que ela se conectou e se encontrou. A independência financeira que conquistou foi apenas parte da vitória. O verdadeiro prêmio foi se sentir útil, viva e capaz.  E mesmo depois de 18 anos, continua brilhando entre as melhores, mesmo que os desafios para movimentos simples, como atender ao telefone seja um esforço supremo, continua brilhando entre as melhores em um setor que é muito forte. Ela é ainda mais forte!

Com carisma, dedicação e um sorriso que nunca falta, ela fideliza clientes, cria promoções, faz lives e transforma cada atendimento em um encontro de alma. Já foi destaque no Brasil diversas vezes ao longo de seus 18 anos de jornada.  Três vezes esteve em São Paulo – com sua fisioterapeuta como acompanhante – vivendo o sonho de conhecer de perto o fundador da Natura, Sr. Luiz Seabra — e sim, ela conseguiu. Corpo a corpo, como desejava e merecia.

Ser reconhecida tantas vezes pela Natura é indescritível. “Falta o fôlego”, diz. Porque é mais do que um prêmio — é a prova viva de que “limites existem apenas para serem superados”. E mesmo em dias difíceis, onde a limitação física pesa, ela insiste em carregar o melhor acessório de todos: o sorriso. E nunca, jamais, desiste dos seus sonhos.

Hoje, seu maior desejo é voltar ao palco da Natura, revisitar a fábrica, ser reconhecida, não apesar da cadeira de rodas, mas com ela — como símbolo de resiliência, de transformação, de vida plena.

E se você está se perguntando de onde vem o apelido Rapunzel, ele nasceu com carinho de um professor de educação física e dos amigos, encantado com suas longas tranças e sua beleza forte como de uma princesa.  O cabelo agora é curto, não tem tranças, mas o nome afetivo continua Rapunzel. Os que a conhecem mais de perto também a chamam de Zezinha, Zezé, Mazé. Ainda assim, Rapunzel é o nome que traduz sua essência: uma mulher que, mesmo presa em uma torre chamada limitação, sempre encontrou uma forma de lançar suas tranças e alcançar o mundo.

Ela é inspiração. Ela é força. Ela é exemplo.

Ela é a nossa Rapunzel. 🌹