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Arcebispo Metropolitano da Paraíba.
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O tempo jubilar da Páscoa do Senhor é precedida pelo longo tempo de preparação da Quaresma. São 40 dias de penitência, oração e caridade. Esse oportuno tempo de preparação e purificação tem início com a quarta-feira de cinzas.
Através do rito de cinzas, retomamos como todos os anos o caminho interior de conversão. Nas palavras do Papa Francisco, a Quaresma é “um tempo propício para nos prepararmos para celebrar, de coração renovado, o grande mistério da Morte e Ressurreição de Jesus, cerne da vida cristã pessoal e comunitária.
Com a mente e o coração, devemos voltar continuamente a este mistério. Com efeito, o mesmo não cessa de crescer em nós na medida em que nos deixarmos envolver pelo seu dinamismo espiritual e aderirmos a ele com uma resposta livre e generosa.”
Esse tempo de purificação interior ganha uma motivação a mais com o ano jubilar vivido por toda a Igreja, neste ano. A Quaresma torna-se um grande lugar de esperança.
A Igreja nos ensina que o tempo quaresmal é um tempo especial de escuta do Senhor, da Sua Palavra. Acolhendo a Palavra de Deus e todos os ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo durante esse tempo penitencial, o Senhor nos levará ao fruto da conversão: “Quanto mais nos deixarmos envolver pela sua Palavra, tanto mais conseguiremos experimentar a sua misericórdia gratuita por nós. Portanto não deixemos passar em vão este tempo de graça, na presunçosa ilusão de sermos nós o dono dos tempos e modos da nossa conversão a Ele.” (Papa Francisco).
A Páscoa desabrochará na vida de cada um, como tempo da ressurreição e da plenitude da vida.
Um gesto concreto e de caridade da Quaresma na Igreja do Brasil é a vivência da Campanha da Fraternidade. O tema deste ano é Fraternidade e Ecologia Integral.
Um dos objetivos da Campanha é despertar o cuidado comunitário e cristão com a realidade socioambiental. O caminho da fé cristã não está separado do compromisso por uma sociedade que cuida, integralmente, do mundo. Ao contrário, tudo que toca à realidade humana diz respeito ao compromisso social da fé.
A conversão do nosso coração traz exigências sociais. Não podemos amar a Deus sem amar concretamente o nosso irmão e o mundo que nos cerca. Seria uma fé inoperante e infrutífera.
O tempo quaresmal nos coloca diante de um caminho real de conversão. Não podemos viver a Quaresma de qualquer forma, descomprometidos com Deus e com os irmãos.
Esse caminho nos ajuda a redescobrir o dom da fé recebida com o Batismo, colocando-se também diante da exigência de uma vida reconciliada com Deus, através do Sacramento da Penitencia. Deus não quer a morte do pecador, mas o chama à vida. O Senhor nos oferece sua misericórdia mediante um compromisso claro de conversão.
Não nos esqueçamos que a conversão é antes de tudo uma graça. Não é fruto da força do braço humano. A graça de Deus pode transformar profundamente o coração humano.
Aproveitemos o tempo do jubileu da esperança para implorar de Deus uma graça atual de oração. Só muda de vida quem reza! A oração, tão motivada nesse tempo penitencial, alimenta a amizade do pecador arrependido com Deus. E quando estamos imersos na oração, nenhuma preocupação cotidiana consegue apagar a alegria, pois estamos firmados em Deus.
Façamos desse caminho quaresmal uma oportunidade sincera de retorno para o Senhor. Ele já venceu o nosso pecado e a nossa morte. Ele, o Cristo Salvador, nos oferece suas mãos bondosas a nos conduzir nos desertos da vida.
O Senhor caminha conosco! Um santo e fecundo tempo penitencial a todos!
Atenção: Os artigos publicados no ParaibaOnline expressam essencialmente os pensamentos, valores e conceitos de seus autores, não representando, necessariamente, a linha editorial do portal, mas como estímulo ao exercício da pluralidade de opiniões.
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