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Padre e psicólogo.
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A liturgia da Palavra deste domingo nos convida a seguir Jesus com sabedoria, sinceridade e capacidade de desapego.
Na Primeira Leitura (Sb 7, 7-11) o texto nos diz que, pela oração, o sábio pediu prudência e Deus lhe concedeu (v. 7). Ele suplicou e veio até ele o espírito de sabedoria. Esta é uma virtude especial que vem de Deus, o sábio por excelência, que compartilha com quem o busca. O exercício de quem cultiva a sabedoria deve ser constante.
O v. 8 diz que aquele que busca a sabedoria sabe que ela vale mais do que a insensatez de quem prefere os tronos, os cetros. Ele sabe no fundo de seu coração que a sabedoria conduz a salvação. Diante dela, o ouro e a prata não têm valor algum (v.9). Ao contrário, a busca pelo poder, riquezas e grandezas torna as pessoas medíocres.
O sábio entende e deseja possui-la como luz, pois ela levar à luz, constrói paz e faz a justiça acontecer. A sabedoria faz o ser humano evoluir e transformar o mundo em sua volta. A sabedoria é a arte e a fonte da vida.
A Segunda Leitura (Hb 4, 1-13) está em comunhão com a 1ª Leitura e dizer que a Carta aos Hebreus atribui à Palavra de Deus a fonte da Sabedoria: “Palavra eficaz, viva e cortante. Palavra que nos julga, pois pode dividir articulações e medulas. Diante dela não já como se esconder e, diante dela tudo está nu e descoberto” (v. 13).
Segundo a cultura hebreia, o coração é o centro dos pensamentos e intenções, portanto, fonte de toda a sabedoria. E até aí penetra a Palavra de Deus.
No evangelho (Mc 10, 17-27) caminhamos com Jesus e vemos que muitas pessoas o procuram no caminho. O texto não coloca Jesus de frente aos seus opositores, mas diante de uma pessoa que tem boas intenções que parece ser sincera. Porém, não é completa.
Ajoelhar-se diante de Jesus é uma atitude de profundo respeito. Ele quer ser curado por Jesus e poder alcançar a herança eterna. Interessante que Marcos ressalta que o homem veio correndo até Jesus. Ele estava com sede de ouvir Jesus.
“Bom mestre, o que devo fazer para alcançar a vida eterna?” (v. 17). Jesus desvia o foco de si e remete ao pai o único que é verdadeiramente bom. O homem pergunta sobre a herança da vida eterna. Jesus lembra do cumprimento dos mandamentos (resposta comum de um judeu). Na medida que Jesus destaca alguns mandamentos Ele recorda aqueles que se referem ao amor ao próximo, pois o amor a Deus já muito lembrado. Se tornou comum um judeu falar do amor a Deus sem falar do amor ao próximo.
O homem recorda que desde a sua juventude ele busca viver os mandamentos. E Jesus o olha com amor. E com amor lhe faz a proposta fundamental para dar ainda mais o sentido à sua vida (ganhar a vida eterna). Jesus coloca o homem no seu limite mais profundo: o apego aos bens materiais.
A ele, Jesus propõe três passos: o primeiro é vender todos os bens, o segundo é dar aos pobres, o terceiro é segui-lo. O homem era bom, mas tinha seus limites e seus apegos.
A sabedoria do evangelho faz-nos pensar que a maneira como nos relacionamos com os bens deste mundo é decisivo em nossa vida. SE COLOCAMOS NELES O SENTIDO ULTIMO DE NOSSA VIDA, AFASTAMOS DE NÓS A POSSIBILIDADE DE PARTIR EM SOCORRO DOS IRMÃOS(ÃS) QUE DE NÓS PRECISAM.
Diante da proposta de Jesus, não é Deus que se afasta, mas o próprio homem se afasta de Deus, pois não está apto para entrar na dinâmica do Reino de Deus. Encontra dificuldade para a salvação quem vive apegado nos bens deste mundo.
Os discípulos também se assustam, mas Jesus os tranquiliza dizendo que “isso pode ser difícil para a humanidade, mas não para Deus” (v. 27). Mas, entendamos com muita sabedoria, que esta possibilidade não seja para justificar a salvação dos avarentos, mercenários e ricos. Jesus quer dizer que a salvação não está nas nossas mãos, mas a perdição sim.
A preocupação de Jesus é para com os pobres e a justiça que se faz pelo irmão. Ter bens é para partilha e não para a acumulação. Esta é a lógica de Jesus. Mas, acontece que a lógica dos ricos é que se for partilhar vai ficar pobre, como os pobres. Por isso, é a lógica da avareza que reina entre muitos.
Assim, Jesus destrói uma ideologia da prosperidade que prega “cumpra os mandamentos e terás casa, família bem integrada, vida próspera”. A lógica de Jesus é outra NÃO BASTA CUMPRIR OS MANDAMENTOS É PRECISO TER OS POBRES E OS CRUCIFICADOS DESTE MUNDO COMO OS SEUS AMIGOS CENTRAIS COM QUEM VOCE PARTILHA OS SEUS BENS.
É fundamental entender que só o cumprimento da doutrina e da lei não salva ninguém.
Boa semana!
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