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Padre e psicólogo.
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Depois do reinado de Salomão o povo de Deus foi dividido em dois reinos. O Reino do Sul era chamado de Reino de Judá, cuja capital era Jerusalém. Este reino ficou fiel à casa de Davi, pois o reino era sempre governado por um descendente de Davi. Em Jerusalém estava construído o Templo de Deus (com apenas duas Tribos).O Reino do Norte (com dez Tribos) era chamado de Israel, às vezes chamado de Efraim, cuja capital era a Samaria. A 1ª leitura (1Rs 17, 10-16) nos leva ao Reino Norte de Israel.
No Tempo de Jesus, a Samaria não era mais uma cidade, mas uma região que era chamada assim. Os governos deste reino foram uma bagunça. Generais davam golpes de “estado”, um general matava o outro para assumir o poder. E para não deixar que o povo fosse para Jerusalém, se criou um templo “rival” com divindades próprias e muita idolatria.
O rei que governava na época do profeta Elias (profeta do Norte) era Acab (+- 900 a.C). Acab era casado com Jesabel (filha do rei de Damasco), devotíssima de Baal, e que propagou no Reino do Norte o culto a Baal: divindade da prosperidade, da riqueza e da abundância. O povo de Deus inclinou o coração às riquezas e fechou o coração não só para o Senhor, mas também uns contra os outros.
Deus, então, suscitou Elias para alertar o povo desta apostasia e chamar à conversão ao verdadeiro Deus. O resultado disso foi uma dura perseguição contra o profeta, pois a seca que veio sobre a região foi atribuída ao profeta e ao seu Deus. Acab manda matar Elias. O profeta foge e no caminho se encontra com esta pobre viúva da cidade de Sarepta.
“Dá-me um pedaço de pão” (1Rs 17, 11). A generosidade dos pobres, que é tão própria de um coração que teme a Deus, faz o “milagre da vida” acontecer. As falsas divindades sempre trazem violência, egoísmo, prosperidade apenas para ricos e ambiciosos comerciantes. Por isso, Deus se manifesta com certa predileção aos pequenos.
O evangelho de hoje (Mc 12, 38-44) Jesus faz um duro julgamento sobre os Doutores da Lei (v.v. 38-40). O Senhor não tolerava a vaidade, a ambição e jactância deles se sentirem superiores aos demais (v.v. 38-39). Não gostavam de ser confundidos como pessoas comuns e com as pessoas simples. Era um exibicionismo que os colocavam “num perfil” de outra classe. As vestimentas (v. 38) denotavam a ideia de sobreposto.
Jesus percebia o quanto eles gostavam de serem tratados com privilégios, não bastava um “bom dia”, mas uma inclinação diante deles. Gostavam dos lugares de destaques nos banquetes e encontros refinados do “socialite”. O Mestre detestava as “encenações” ridículas de gente vazia.
Porém, não era só o pecado da vaidade que Jesus condenava neles, mas tinha outra situação ainda mais grave. Eles “dilapidavam as casas das viúvas” (v. 40). No livro da Lei o Senhor estabeleceu “não prejudiques o estrangeiro, não maltrates o órfão e a viúva (…)” (Ex 22, 20-26). No livro dos Salmos as viúvas e os órfãos, imagem das pessoas vulneráveis, são colocados sob a proteção de Deus (cf. Sl 146(148), 9). Ai de quem os fizer chorar.
A exploração dos mais fracos, dos mais humildes, dos que não dispõem de nenhum poder (politico e religioso) é o princípio sobre o qual está fundado este nosso mundo competitivo, violento, elitista e vingativo. Esse é o princípio desumano que sustenta a sociedade dos “espertos”.
Os pobres que se deixam dominar pela ambição e ostentação, que buscam imitar o exibicionismo de um mundo vazio de Deus, não conseguirão realizar o projeto de Deus na construção de um “novo céu e uma nova terra” (Ap 21, 21). Estes perpetuam os antigos hábitos de pessoas cheias de coisas e vazias de Deus.
Há uma terceira crítica de Jesus contra aqueles que tentam dar grandes provas de piedade “aparência de rezar longas orações” (v. 40). Estes tentam induzir o povo a uma forma de religião exibicionista e impecável.
O olhar de Deus está sobre a viúva, sobre os simples, sobre os pobres que não acompanha essa gente (cf Lc 21, 5-19), mas que tem uma vivência do evangelho.
Quais lições podemos aprender na liturgia de hoje? De imediato, a humildade. A segunda, a simplicidade. A terceira, é a generosidade: “sendo rico, se fez pobre” (2Cor 8, 9).
A viúva é a imagem de Deus e de Cristo, porque se despoja de tudo o que tem e oferece em doação aos outros. É o dom de sim mesmo contemplado na oferta de Cristo (cf Hb 9, 24-28).
Qual sacrifício que estamos ofertando a Deus?
Boa semana
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