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Professor Titular aposentado do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).
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O “Banquete de Tereo” (Tereus’ Banquet) é o título da obra dramática de autoria do pintor alemão Pieter Paulus Rubens (1577-1640) e seus colaboradores (de sua oficina), pertencente ao acervo do Museu do Prado (Museo Nacional del Prado), em Madrid, Espanha.
Fonte: www.museodelprado.es.
Acesso em 3 de julho de 2025
Elaborada entre 1636 e 1638, a tela “Banquete de Tereo” retrata a cena chocante de um banquete em que Procne serve a seu marido Tereo a carne de seu próprio filho, Itis, como vingança por ele ter violentado e mutilado sua irmã, Filomela, arrancando-lhe a língua para que ela não pudesse narrar o crime.
Essa cena é retirada de Metamorfoses, obra do poeta romano Ovídio, segundo a qual, após o crime de Tereo e a vingança das irmãs, os três personagens são transformados pelos deuses em aves: Tereo em poupa (pássaro com uma crista na cabeça que remete à coroa de rei), Procne em rouxinol (ave de canto melodioso) e Filomela em andorinha (ave que emite apenas gorjeios).
Em algumas versões, os papéis das duas irmãs são trocados: Filomela é considerada o rouxinol, e Procne, a andorinha.
No primeiro plano da tela, a tensão psicológica retratada está presente nos movimentos corporais e nas expressões dos rostos das personagens: a surpresa e o horror de Tereo diante da revelação do crime e a frieza cruel de Procne, acompanhada de Filomela, ao apresentar com as mãos ensanguentadas a cabeça decapitada de Itis.
No segundo plano, vê-se uma personagem secundária com metade do corpo por trás de uma porta, observando a cena da vingança macabra.
Era uma tendência do Barroco a busca do realismo, porém com o tempo, essa busca passou a incorporar uma teatralidade marcante, tal como ocorre nessa obra de Rubens. Nela, movimento, contrastes, profundidade, textura, perspectiva e volume são obtidos mediante o jogo de luzes e sombras com o objetivo de despertar sentimentos dramáticos.
Uma das provas do talento de Rubens reside, sem dúvida, na diversidade dos temas que ele abordou, entre outros: cenas mitológicas, pinturas religiosas, cenas de caçadas e retratos.
Em todas essas obras, seja qual for o assunto tratado, há um caráter robusto e sensual. Tais observações podem ser lidas e vistas no Vol. 4 da coleção História Mundial da Arte: do Barroco ao Romantismo, São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1966.
Para exemplificar, seguem os títulos de algumas telas de autoria de Rubens: Sagrada Família com Santa Isabel e São João, A coroação de Maria de Médicis, Elevação da Cruz, A descida da Cruz, Sansão e Dalila, Massacre dos inocentes, O jardim do amor, Hélène Fourment e seus filhos, Retrato de Hélène Fourment, e Autorretrato.
Ainda não tive a oportunidade de visitar o Museu do Prado, mas se algum dia for a Madrid, certamente farei uma visita para conhecer de perto não apenas o “Banquete de Tereo”, mas outras obras de pintores famosos, dentre eles: Velázquez, Goya, Bosch, El Greco, Caravaggio, Ticiano, Tintoretto e Rafael.
Atenção: Os artigos publicados no ParaibaOnline expressam essencialmente os pensamentos, valores e conceitos de seus autores, não representando, necessariamente, a linha editorial do portal, mas como estímulo ao exercício da pluralidade de opiniões.
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