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Benedito Antonio Luciano

Benedito Antonio Luciano

Professor Titular aposentado do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).

O algarismo 7 na Bíblia, nas ciências e no cinema

Por Benedito Antonio Luciano
Publicado em 25 de junho de 2025 às 8:30

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Recentemente, depois de participar da missa no domingo de Pentecostes, lembrei-me da leitura do quinto capítulo do livro “Rastros Matemáticos nos Escritos Sagrados”, obra de autoria do professor Pedro Ribeiro Barbosa, publicada pela Editora Títulos, em 2023.

No referido capítulo, intitulado “É mentira que o sete é o número da mentira”, o autor, tomando como base a Bíblia Sagrada dos cristãos, desmistifica a associação equivocada do algarismo sete à mentira e o associa à perfeição divina presente na obra do Criador.

Na Bíblia, desde Gênesis, o primeiro livro do Antigo Testamento, até Apocalipse, o último do Novo Testamento, o algarismo sete aparece com grande simbolismo em alguns dos principais eventos narrados nas Escrituras.

Segundo Gênesis, capítulo 2, versículo 2, tendo Deus terminado a criação do céu e da terra no sétimo dia, abençoou-o e consagrou-o. “Assim sendo, esse ciclo de sete dias manifesta a perfeição do Pai no tocante à Sua obra criadora.” Isso teria originado a semana de sete dias, um ciclo que rege o tempo desde então.

Antes do dilúvio, no tocante ao acesso à arca, há uma determinação que Deus fez a Noé, envolvendo o número sete: “de todos animais puros tomarás sete casais, machos e fêmeas; e de todos os animais impuros tomarás um casal, macho e fêmea” [Gn 7.2].

Ainda no livro de Gênesis, há outra passagem na qual o número sete aparece: a interpretação do significado do sonho do Faraó feita por José, relacionando as sete vacas belas e gordas aos sete anos de fartura e as sete vacas feias e magras aos sete anos de miséria no Egito [Gn 41].

No Apocalipse, livro altamente simbólico do Novo Testamento, o número sete está presente em diversas referências, tais como: 7 tochas de fogo, 7 selos, 7 chifres, 7 olhos, 7 Espíritos de Deus, 7 anjos, 7 trombetas, 7 trovões, 7 cabeças, 7 taças da cólera de Deus e 7 flagelos.

Em suma, desde a criação, o número sete está presente na Bíblia, envolvendo diversos temas em diferentes situações, entre outras: aliança com Deus, perfeição, plenitude, perdão (70 vezes 7), a batalha de Josué em Jericó e a simbologia contida no Apocalipse.

Na matemática, o sete é um número primo, isto é, tem como divisor apenas ele próprio e o número um. Do ponto de vista cardinal, ele representa sete unidades e, na perspectiva ordinal, recebe a nomenclatura sétimo.

Na química, o número sete possui significados e simbolismos importantes, especialmente ligados à estrutura dos elementos e à tabela periódica, caracterizada por sete linhas horizontais que representam os sete níveis de energia eletrônica: K, L, M, N, O, P e Q.

O Sistema Internacional de Unidades, amplamente utilizado nas publicações científicas, possui exatamente sete unidades de base: comprimento (m); massa (kg), tempo (s), corrente elétrica (A), temperatura termodinâmica (K), quantidade de substância (mol) e intensidade luminosa (cd). Essas unidades são usadas para derivar todas as outras unidades da física.

No cinema, conhecido como a sétima arte, existem filmes que trazem o algarismo sete em seus títulos. Entre eles, destacam-se os clássicos:
1) “Os Sete Samurais”, dirigido por Akira Kurosawa;
2) “Sete Homens e um Destino”, dirigido por John Sturges;
3) “Sete Noivas para Sete Irmãos”, dirigido por Stanley Donen;
4) “Seven – Os Sete Crimes Capitais”, dirigido por David Fincher;
5) “O Sétimo Jurado”, dirigido por Georges Lautner;
6) “A Sétima Cruz”, dirigido por Fred Zinnemann; e
7) “Sete Anos no Tibete”, dirigido por Jean-Jacques Annaud.

Em síntese, a recorrência do número sete na Bíblia, nas ciências e no cinema revela não apenas sua força simbólica, mas também sua ampla funcionalidade. Essa presença transversal indica que os números, mais do que elementos abstratos, podem carregar significados que interligam a religiosidade, a racionalidade e a arte, conferindo ao algarismo sete um lugar de destaque na amplitude do conhecimento humano.

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