No fim do inverno e início da primavera os ipês perdem suas folhas, deixando suas copas cobertas de flores exuberantes e coloridas, que aparecem em diferentes tonalidades, como amarelo, rosa, roxo, branco e até um tom avermelhado, flamejante.

Nesse período, nas zonas rurais, os ipês se destacam no meio das matas nativas em diversas regiões do Brasil. E, em algumas cidades, nas zonas urbanas, eles têm sido introduzidos para embelezar praças e condomínios.

Nos passeios públicos, devido ao porte, as árvores de ipê não devem ser plantadas próximas às redes de distribuição de energia elétrica, postes de iluminação e placas de sinalização.

A poda dos ipês, quando necessária, deve ser realizada com cuidado, pois quando feita de forma tecnicamente inadequada pode prejudicar a floração, um dos principais atrativos dessas árvores. Em relação a isso, seguem algumas orientações para garantir que a poda seja feita de forma a preservar e até estimular a floração.

1. A poda deve ser realizada apenas no período de dormência, quando o ipê perde suas folhas. Esse é o melhor momento para realizar a poda, pois a árvore está menos ativa e a poda não interferirá no processo de floração, que ocorre principalmente na primavera.

2. Podas drásticas não devem ser feitas. Pois, elas podem estressar a árvore e impactar negativamente a produção de flores. Neste particular, é importante evitar cortar grandes galhos ou remover uma grande parte da copa da árvore de uma só vez. As mais adequadas são podas de manutenção leve.

3. Remover apenas galhos secos ou afetados por pragas, para melhorar a saúde geral da árvore sem comprometer sua capacidade de florescer.

4. Realizar o corte de galhos entrelaçados ou mal posicionados, como aqueles que estão crescendo em direções indesejadas, para melhorar a forma da árvore se desenvolver. Essa prática ajuda a melhorar a ventilação da copa e a exposição à luz solar, fatores importantes para a saúde e floração do ipê.

5. Ao efetuar a poda corretiva, evitar cortar galhos que contenham gemas, pois são os brotos que se transformarão em flores. A identificação de gemas é importante, especialmente no final do inverno, quando começam a se formar.

6. Nas podas preventivas ou corretivas, utilizar ferramentas adequadas e esterilizadas. O uso de ferramentas de poda bem afiadas propicia cortes limpos e precisos, o que evita danos à árvore. Além disso, uma boa prática é a esterilização das ferramentas antes e depois da poda para prevenir a transmissão de doenças de uma árvore para outra.

7. Manter a estrutura natural da árvore. O ipê tem uma forma natural bastante equilibrada e não deve ser podado de maneira a deformá-lo. Podas que alteram drasticamente a arquitetura da árvore podem afetar a sua estética e capacidade de florescer.

8. Em árvores jovens, a poda de formação pode ser realizada para moldar a estrutura da árvore, porém com moderação. Posto que o objetivo é fortalecer a árvore sem comprometer sua capacidade de florescer no futuro.

9. De forma metafórica, podas drásticas e intempestivas, por interferir ou interromper a bela floração dos ipês, correspondem ao aborto antes da fecundação.

Neste contexto, o manejo adequado dos ipês, em particular no que diz respeito à poda, é essencial para garantir a saúde e a beleza dessas árvores tão emblemáticas. Assim, quando realizada de acordo com os critérios técnicos, a poda pode contribuir para o desenvolvimento saudável da árvore ao longo de sua existência, embelezando as paisagens urbanas e rurais com sua majestosa floração.