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Professor Titular aposentado do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).
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Motivado pelos relatos das aparições sobrenaturais do Anjo da Paz e de Nossa Senhora, entre 1916 e 1920, na região montanhosa chamada Serra d’Aire, centro de Portugal, o historiador William Thomas Walsh escreveu o livro “Our Lady of Fatima” (Nossa Senhora de Fátima), entre 1946 e 1947.
Neto de irlandeses radicados nos Estados Unidos, Walsh nasceu em 11 de setembro de 1891, em Waterbury, Connecticut, e faleceu em Nova York, em 22 de janeiro de 1949.
Conforme informações contidas na orelha da versão do livro “Nossa Senhora de Fátima” publicado pela Editora Quadrante, São Paulo, em 1996, Walsh foi professor do segundo grau, repórter, biógrafo, novelista e autor dramático.
De acordo com o site da Agência Boa Imprensa, Walsh foi um escritor precoce. Em 1910, aos dezenove anos, quando era aluno da Universidade de Yale, ele publicou a sua primeira obra literária: o livro “The Mirage of the Many” (A Miragem de Muitos), no qual alertava contra a infiltração do socialismo na sociedade americana.
Em 1930, Walsh publicou sua segunda obra: “Isabella of Spain – The Last Crusader” (Isabel da Espanha – A Última Cruzada). Em 1935, ele publicou “Philip II”, sobre o famoso rei da Espanha, e, em 1940, publicou “Characters of the Inquisition” (Protagonistas da Inquisição).
Em 1943, antes de escrever “Our Lady of Fatima”, ele publicou um dos seus livros mais conhecidos; “Saint Teresa of Avila” (Santa Teresa d’Ávila), sobre a vida da grande mística e Doutora da Igreja Católica.
O livro “Nossa Senhora de Fátima”, aqui referido no terceiro parágrafo, tem 276 páginas. Na capa, em primeiro plano, destaca-se uma estátua de Nossa Senhora de Fátima sobre um andor ornamentado com flores brancas. Fotografia datada de 13 de maio de 1992.
No primeiro prefácio, sob o título “O Primado de Deus”, D. Alberto Cosme do Amaral, Bispo emérito do Santuário de Nossa Senhora de Fátima, afirma: “não é fácil dizer qual é o núcleo central da mensagem de Fátima, pois ela reveste-se de muitos aspectos, todos eles importantes, e deve ser analisada no sentido abrangente”. Se este é o desafio, William Walsh conseguiu atingir o objetivo.
No segundo prefácio, Walsh classificou o episódio e os fatos ocorridos na Serra d’Aire como “A mais singular e a mais bela das histórias ouvida por ele”, e que o livro não se trata de uma obra de ficção, posto que o conteúdo é baseado nos depoimentos dos três pastorinhos: Lúcia de Jesus dos Santos, Jacinta Marto e Francisco Marto.
Nesses depoimentos, os três relataram ter visto o Anjo da Paz na Loca do Cabeço, em 1916, e, no ano seguinte, por seis vezes, uma Senhora vestida de luz pairando sobre uma nuvem branca na copa de uma pequena azinheira, árvore típica da Serra d’Aire.
Na primeira aparição, o Anjo, diante das três crianças, perplexas, emudecidas e paralisadas, teria dito:
– Não temais, sou o Anjo da Paz. Orai comigo.
Em seguida, ajoelhou-se, curvou-se até tocar o chão com a fronte e rezou:
– Meu Deus! Eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão para os que não crêem, não adoram, não esperam e não Vos Amam.
Repetiu essas palavras mais duas vezes com as crianças e depois, levantando-se, disse:
– Orai assim. Os corações de Jesus e Maria estão atentos à voz das vossas súplicas.
Depois, desapareceu, como se dissolvido na luz solar.
Semanas depois, o mensageiro celeste apareceu novamente e pediu que as crianças continuassem a orar e a oferecer sacrifícios ao Altíssimo, suplicando pela conversão dos pecadores. Nessa oportunidade, o Anjo teria dito:
– Eu sou o seu Anjo da sua guarda, o Anjo de Portugal. Sobretudo, aceitai com submissão o sofrimento que o Senhor vos enviar. E desapareceu.
Na terceira aparição, o Anjo surgiu conduzindo um Cálice em uma das mãos e, sobre ele, com a outra, segurava uma Hóstia, os quais deixou-os suspensos no ar, ao prostrar-se por terra, e, junto com as crianças repetir por três vezes a oração da Santíssima Trindade.
Depois, levantou-se, tomou novamente o Cálice e a Hóstia nas mãos dizendo:
– Tomai e bebei o corpo e sangue de Jesus Cristo, horrivelmente ultrajado pelos homens ingratos. Reparai os seus crimes e consolai o vosso Deus. O Anjo colocou a Hóstia entre os lábios de Lúcia. Para Jacinta e Francisco deu-lhes de beber o conteúdo do Cálice. Era a Eucaristia! Mistério da Fé para o qual não há explicação científica.
E, pela última vez, o Anjo da Paz se desvaneceu no meio da luz do Sol.
No tocante às aparições marianas, a primeira ocorreu em 13 de maio de 1917, no local denominado Cova da Iria, seguida de outras cinco, sempre no dia 13 de cada mês.
Nessa oportunidade, Nossa Senhora pediu que as crianças rezassem o terço todos os dias e fizessem sacrifícios pela conversão dos pecadores.
A segunda ocorreu em 13 de junho. Nela, por intermédio de Lúcia, Nossa Senhora prometeu que, em breve, levaria Francisco e Jacinta para o céu e que Lúcia seria levada depois de algum tempo. Pois, Jesus queria servir-se dela para estabelecer a devoção ao Imaculado Coração da Virgem Maria, caso contrário, os erros da Rússia haveriam de espalhar-se por todos os países do mundo.
Na sequência, em 13 de julho, a Virgem mostrou às crianças uma visão aterrorizante do inferno e contou para elas três segredos conforme estão relatados por Walsh no livro “Nossa Senhora de Fátima”.
Em 13 de agosto, a Virgem apareceu pela quarta vez, porém as crianças não estavam no local habitual, pois haviam sido sequestradas por Artur de Oliveira Santos, Administrador de Ourém, à época dos acontecimentos de Fátima.
Na quinta aparição, em 13 de setembro, uma multidão presenciou uma “chuva” de pétalas de rosas caídas do céu.
Na última aparição, em 13 de outubro, na presença de setenta mil pessoas Maria realizou o Milagre do Sol para provar a todos a veracidade do que as crianças diziam.
O Milagre do Sol foi um acontecimento impactante, presenciado pela multidão de peregrinos e registrado pelo jornal “O Século”, em sua edição do dia 17 de outubro, sob a manchete “O Milagre de Fátima”, num texto ilustrado com fotografias do público presente.
Segundo relatos de pessoas que presenciaram o fenômeno, o Sol brilhava no zênite como se fosse um imenso disco de prata. Enquanto todos olhavam para ele, a imensa bola começou a “dançar”. Primeiro, viram-na girar rapidamente, por três vezes, e depois o Sol precipitou-se em ziguezague sobre a multidão que gritava de terror:
– Ai Jesus, vamos todos morrer aqui! Nossa Senhora nos valha!
Alguns incrédulos que tinham vindo para fazer troça, prostraram-se por terra, entre soluços e orações.
Essa situação perdurou por volta de dez minutos. Depois, todos viram o Sol começar a elevar-se da mesma maneira que baixou, em ziguezague, até o ponto onde havia aparecido antes. E os espectadores gritavam: “Milagre, milagre!”.
Depois das aparições e do “Milagre do Sol”, as vidas dos três pastorinhos de Fátima nunca mais foram as mesmas. Conforme avisados pelo Anjo da Paz e por Nossa Senhora, eles sofreram muito. Submetidos a interrogatórios e forçados a revelar os três segredos a eles confiados, as crianças foram presas, torturadas psicologicamente e ameaçados de morte. Mas, debalde, elas mantiveram-se firmes e não revelaram nada.
Guardiões dos Segredos revelados por Nossa Senhora de Fátima, os irmãos Francisco e Jacinta Marto morreram em decorrência da gripe espanhola. Ele, aos 10 anos, em 4/4/1919, e ela, aos 9 anos, em 20/2/1920. A prima Lúcia dos Santos, nascida em 28/3/1907, na vila de Aljustrel, cerca de oitocentos metros ao sul de Fátima, foi a última a morrer. Ela faleceu no dia 13 de fevereiro de 2005, aos 97 anos, no Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra, Portugal.
Assim se cumpriram as promessas e previsões feitas por Nossa Senhora de Fátima aos três pastorinhos, narradas detalhadamente por William Thomas Walsh no livro “Our Lady of Fatima”. Uma obra interessante que merece ser lida.
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