Fechar
O que você procura?
Professor Titular aposentado do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).
Continua depois da publicidade
Segundo o Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira, Ary Lobo é o nome artístico de Gabriel Eusébio dos Santos Lobo, cantor e compositor brasileiro, nascido em Belém-PA, em 14/8/1930, e falecido em Fortaleza-CE, em 22/8/1980.
Embora seja nortista, nas músicas gravadas por Ary Lobo há uma forte componente de nordestinidade, sobretudo nas letras das composições do baiano Gurdurinha (Waldeck Artur de Macedo) e do pernambucano Edgar Ferreira.
Para além dos ritmos nordestinos (forró, xote, coco, batuque, baião, xaxado, rojão e arrasta-pé), a versatilidade de Ary Lobo transita por outros ritmos e estilos, dentre eles o samba, sob a discreta influência de Roberto Silva na interpretação.
Observando-se a discografia de Ary Lobo, verifica-se que ele gravou o seu primeiro disco de carreira em 1958: um LP de 10 polegadas, intitulado “Último Pau de Arara”, com destaques para a música título, autoria de Venâncio, Corumba e José Guimarães (Palmeira Guimarães); e “Vendedor de caranguejo”, de Gordurinha. No ano anterior, ele participou da coletânea “Rhythms of Brasil”, interpretando o rojão “Atchim”, de autoria de Pires Cavalcanti.
Em 1959, no disco intitulado “Forró com Ary Lobo”, ele gravou músicas que fizeram sucesso, dentre elas: os cocos “Paulo Afonso”, “Pedido a Padre Cícero” e “Faroleiro”, de Gordurinha; os rojões “O criador” e “Tempo de menino”, de Edgar Ferreira; “Juvita”, de João Rodrigues e Elias Soares; “Forró do Cabo Gato”, de Barbosa da Silva e José Pereira; e “Fruta gostosa”, de Miguel Lima e Paulo Gesta.
Em 1960, no disco intitulado “Aqui mora o ritmo”, ele gravou o coco “A mulher que vendia siri”, de Elias Ramos e Severino Ramos; “Menino prodígio”, de S. Ramos; “Evolução”, de J. Cavalcanti, Lino Reis e Aguiar Filho; o rojão “Eu vou pra lua”, primeira composição de sua autoria, em parceria com Luiz de França; o rojão “Belém de Maria”, de Barbosa da Silva e B. Vieira; “Evolução”, de autoria J. Cavalcanti, Lino Reis e Aguiar Filho; e o rojão “Garoto do amendoim”, composição de B. Lobo e Manoel Moraes.
Em 1961, Ary Lobo gravou dois discos: o LP “Cheguei na Lua”, com destaque para o samba “Pimpolho moderno”, de Nelson Cavaquinho e Gerson Filho; e um compacto duplo com as músicas: “Riviolândia”, de Júlio Ricardo e Antonio Bezerra; “Forró lá no parque”, de Claudionor Martins e Adely Luz; “Cazuza”, de Manoel dos Santos e Sebastião Chaboudet; e “Eis o conselho”, de Osvaldo Oliveira e Claudionor Martins.
Em 1962, no disco intitulado Ary Lobo, destacam-se o rojão “Moça de hoje”, parceria de Ary com Jacinto Silva, outro grande intérprete da música popular nordestina, e o samba “Pedido a São Jorge”, composto por Ari Monteiro; e a regravação do rojão “Eu vou pra lua”.
No disco lançado em 1963, sob o título “Poeira de ritmos”, destacam-se: “Quem encosta em Deus não cai”, toada de João do Vale, José Ferreira e Ari Monteiro; o arrasta-pé “Mané Cazuza”, de Rosil Cavalcanti; o frevo “Vítimas do Nordeste”, de Antonio Soares; o forró “Patrulha da cidade”, de S. Ramos e Avelar Júnior; “Coco da Juliana”, de Zé Bezerra e J. S. Horta; e o samba “Escada da glória”, de Adoniram Barbosa e Edmundo Cruz.
Em 1964, Ary Lobo gravou o disco “Forró em Calcaia”, no qual, além da música título, destacam-se: “Gato sem unha”, “Lelê ziriguidum”; “Quem mandou você pra cá”; “Quem dá aos pobres empresta a Deus”; “Vamos à farinhada”; “Saudade de Caicó”; e “Pastoril no Torrião”, composição de Luiz Boquinha e Ary Lobo.
Em 1965 foi lançado o LP “Zé Mané”, no qual destacam-se as músicas: “Cheiro da gasolina”, “Madame Paraíba”, “Rita Peneira”; “Batuque de índio”; “Adão pecou”; “Volta pra casa menina”; “Sinhá Olímpia”; “Cadê minha mãe”; “Mensagem ao Divino”; e a música “Zé Mané no coco”, que serviu de inspiração para o título do disco.
Em 1966, Ary Lobo compôs com Luiz Boquinha “Quem é o campeão?”, faixa título do LP lançado no mesmo ano, com destaque para as músicas: “Terra de ninguém”; “O canto do cardeal”; “Falaram tanto”; “Recordando a Copa de 58”; “O vendedor de sururu”; “Mulher ciumenta”, choro de autoria de Elino Julião e Fagundes da Silva; e para “Deixa a onda passar”, samba de Assumpção Corrêa e José Lima.
Em 1967, sob a direção artística de Pedro Sertanejo, foi lançado pela gravadora Cantagalo um raríssimo disco de Ary Lobo, intitulado: “Uma prece para os homens sem Deus”, o mesmo da toada canção de autoria de Gordurinha, grande sucesso na carreira de ambos.
Sintetizando, conforme dados do IMMuB (Instituto Memória Musical Brasileira), entre 1957 e 1979, Ary Lobo gravou dezesseis discos de carreira; 2 coletâneas (“Ary Lobo e seus grandes sucessos”, em 1964; e “Ary Lobo e seus maiores sucessos, em 1971); 5 compactos simples; 1 compacto duplo, em 1961; vinte e cinco discos de 78 RPM (rotações por minuto); e 7 participações em álbuns de diversos artistas.
Atenção: Os artigos publicados no ParaibaOnline expressam essencialmente os pensamentos, valores e conceitos de seus autores, não representando, necessariamente, a linha editorial do portal, mas como estímulo ao exercício da pluralidade de opiniões.
Continua depois da publicidade
© 2003 - 2024 - ParaibaOnline - Rainha Publicidade e Propaganda Ltda - Todos os direitos reservados.