No rosto de Maria, aprendemos a ser missão!

Hoje, o nosso país inteiro está em festa. Celebramos a Solenidade de Nossa Senhora Aparecida, Mãe Bondosa de todos os brasileiros. O Brasil inteiro se coloca aos pés da Virgem de Aparecida para pedir suas bênçãos maternais.

O maior de todos os pedidos que fazemos é o de amar mais Jesus, com o jeito parecido de amar Dela. Nossa Senhora, como uma boa e santa Mãe, sempre nos leva ao seu Filho Jesus. A maternidade de Nossa Senhora é sempre um movimento missionário de amor.

Rendemos culto à sua Imaculada Conceição porque queremos ter um coração penitente, e por isso mesmo, um coração mais parecido com o coração de Jesus. Tudo na Virgem Maria nos leva a Jesus!

O mês de outubro é um tempo de profundo revigoramento missionário na Igreja do Brasil. Com Nossa Senhora Aparecida, queremos continuar lançando as redes para águas mais profundas do tempo presente. Não devemos nos ausentar das dores do mundo.

Motivados pelas palavras do Papa Leão, queremos sempre partir em missão. Essa partida missionária não significa, necessariamente, uma partida geográfica, mas de permanência com Cristo onde quer que estejamos: “Não se trata tanto de ‘partir’, mas sim de ‘ficar’ para anunciar Cristo através do acolhimento, da compaixão e da solidariedade: ficar sem nos refugiarmos no conforto do nosso individualismo, ficar para olhar nos olhos aqueles que chegam de terras distantes e martirizadas, ficar para lhes abrir os braços e o coração, para os acolher como irmãos e ser para eles uma presença de consolação e esperança.”

O movimento missionário da Igreja de Cristo é um movimento de amor. Sabemos que esse amor redentor de Cristo foi conquistado em sua cruz. Houve um derramamento de sangue para que fôssemos salvos. Mas sabemos também que a Igreja, como Corpo de Cristo, tem a amorosa missão de continuar levando a salvação a este mundo.

Deus continua amando o mundo através do movimento missionário da Igreja. No coração da Virgem de Aparecida, nós podemos encontrar o mais alto exemplo missionário. Ela, depois de seu perfeito “sim” ao plano de Deus, soube ser ato de missão. Nunca parou em suas dores, mas, ao contrário, fez sua fé caminhar ao encontro de Deus e dos irmãos. No rosto de Maria, a Igreja aprende a ser missionária. Aprende a não encolher-se em si mesma, gerando tantas ações missionárias em favor do mundo.

A Igreja do Brasil tem diante de si um forte apelo social. Ainda temos muitos brasileiros que vivem à margem da sociedade e de uma vida digna. O nosso Brasil, marcado por tantas desigualdades e sofrimentos, anseia por sociedades mais justas e fraternas.

Cabe à Igreja de Cristo, presente nesta Terra de Santa Cruz, imitar o mesmo movimento de Nossa Senhora: ir às periferias existenciais e geográficas. Não se conformar com a cultura do indiferentismo. Encher-se da ousadia própria de quem encontrou Cristo. Não devemos ter medo.

“Quando tivermos de partir para uma periferia extrema, talvez nos assalte o medo; mas não há motivo! Na realidade, Jesus já está lá; Ele espera-nos no coração daquele irmão, na sua carne ferida, na sua vida oprimida, na sua alma sem fé. Jesus está lá naquele irmão. Ele sempre nos precede; sigamo-Lo! Tenhamos a audácia de abrir estradas novas para o anúncio do Evangelho” (Papa Francisco).

Não devemos temer as dores do mundo e dos homens! A missão da Igreja carrega essa certeza invariável: Jesus já está lá! Cristo está presente nas terras distantes de missão e no coração sofrido do homem.

Ele também está no coração dos descrentes que precisam receber a mensagem do Evangelho. Eis a nossa missão! Não podemos parar nem retroceder. A urgência da caridade precisa ser levada a todos os homens e mulheres. O dever missionário é um dever de amor!

Ó Mãe Aparecida, guardai e protegei todos os brasileiros espalhados nesta terra de Santa Cruz e no mundo inteiro!