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Benedito Antonio Luciano

Benedito Antonio Luciano

Professor Titular aposentado do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).

MZ6 e outros conjuntos de “Iê-iê-iê”

Por Benedito Antonio Luciano
Publicado em 5 de junho de 2024 às 7:48

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Em 1966, no auditório do Colégio Estadual da Prata, presenciei, pela primeira vez, a apresentação de dois dos melhores “conjuntos” da cena musical de Campina Grande-PB, na época: “Os Falcões” e “Os Capetas”. Era o tempo do “Iê-iê-iê” e os grupos musicais daquela época eram chamados “conjuntos”. Geralmente formados por guitarristas, baterista, tecladista e cantor.

Além dos “conjuntos” citados, outros se destacaram, animando bailes realizados em clubes, boates e salões das Sociedades de Amigos dos Bairros de Campina Grande, dentre eles: “As Brasas”; “Anjos do inferno”; “Apolo 8”; “Os Adams”; “Os Apaches”; “Os Brasas”; “Os Dragões”; “Os Elétrons”; “Os Centauros”; “Os Mirins”; “Os Paqueras”; “Os Pássaros”; “Os Peraltas”; “Os Rebeldes”; “Os Sebomatos”; “Os Vikings”; e “MZ6”.

Curiosidade: “Os Sebomatos” e “MZ6” são denominações que remetem à junção das sílabas iniciais dos nomes dos integrantes desses grupos em suas formações originais. “Os Sebomatos”: Sérgio, Bolívar, Marcelo e Toinho (Se-Bo-Ma-To). Os “MZ6”, o M era de Marcos e o Z era de Zito; e o 6 ao número de componentes: Marcos Caldas, Marcelo Moreira, Dé (José Caldas), Jacaré, Jairo Madruga e Zito (Iremar Izidro).

Certa vez, em meio a uma conversa, o meu compadre Marcos Caldas me contou alguns fatos inusitados que aconteceram em certas apresentações do MZ6. Uma delas foi no Ginásio César Ribeiro do Campinense Clube, em Campina Grande, quando, antes da apresentação, um dos componentes chegou meio “biritado” e os demais tiveram que improvisar uma forma de ele não tombar enquanto tocava. No fim, tudo deu certo.

Em outra oportunidade, a banda foi contratada para tocar no baile de formatura do curso de graduação em Agronomia da UFPB, na cidade de Areia-PB. Segundo Marcos, já estava próximo do início do baile e os convidados começavam a chegar. Mas, quando José Caldas, que era o baixista, subiu ao palco para proceder as ligações dos instrumentos, observou que o dele, não funcionava. Ao examinar o amplificador da caixa de som, notou que uma das válvulas, a 6L6, estava “queimada”.

E agora? O que fazer? Como resolver essa grave situação, em plena noite, num fim de semana, distante de Campina Grande e o baile prestes a começar?

Em face do inesperado, José Caldas (Dé) compartilhou a situação preocupante com o seu irmão, Marcos Caldas, que de imediato entrou em contato com alguns formandos e perguntou se algum deles conhecia quem trabalhava com conserto de rádios.

Depois de alguns contatos, um deles disse que conhecia um eletrotécnico que morava na zona rural da cidade Areia. E lá se foram Marcos e o formando em busca da solução do problema. Chegando lá, para sorte deles, o técnico dispunha não só de uma, mas de quatro dessas válvulas, usadas, mas em perfeito estado de funcionamento.

As válvulas foram compradas, a válvula danificada foi substituída, o amplificador funcionou, tudo transcorreu bem, o baile teve início e, como se dizia na época, “foi uma Festa de Arromba! ”.

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