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Professor Titular aposentado do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).
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A primeira livraria que conheci em Campina Grande-PB foi a Livraria Pedrosa, localizada no Edifício do Livro, na esquina das Ruas Maciel Pinheiro e Monsenhor Sales.
Naquela oportunidade, em 1962, eu era criança e estava acompanhado da minha mãe para adquirir material escolar: o livro “Brasil, minha pátria!”, autoria de Theobaldo Miranda Santos; lápis; borracha; e cadernos. Na compra, como brinde, recebemos uma régua de madeira com a famosa frase: “Faça do livro o seu melhor amigo”.
Nascido em Timbaúba-PE, em 2 de janeiro de 1914, José Cavalcanti Pedrosa veio com sua família para Campina Grande, em 1925, onde iniciou suas atividades laborais na Livraria Moderna, que pertencia a seu tio Yoiô Cavalcanti, entre 1933 e 1946, quando deixou de trabalhar com ele para fundar a icônica Livraria Pedrosa, mantendo-se à frente desse empreendimento até a sua morte, ocorrida em Recife-PE, em 19 de setembro de 1994.
Aos leitores interessados em conhecer a história desse empreendedor pernambucano e de sua livraria, sugiro a leitura do livro “José Pedrosa, o livreiro: o homem que amava os livros”, de autoria de José Cavalcanti Pedrosa Júnior, publicado pela Editora Latos/UEPB, em 2016.
Além da Livraria Pedrosa, outra lembrança que preservo na memória afetiva de Campina Grande é da Livraria Universal, localizada na galeria do Edifício Engenheiro Roberto Palomo, na Rua Maciel Pinheiro, 170. Nela, comprei livros didáticos. Era uma boa livraria. O atendimento era muito bom, mas não tinha o charme da Livraria Pedrosa.
Cada livraria tem sua identidade; é como se cada uma tivesse personalidade. Foi o caso da filial da Livro 7, estabelecida em Campina Grande, na Praça da Bandeira, 117, no prolongamento da calçada dos Correios, próxima à lojinha das Edições de Ouro.
Originada de uma pequena loja na Rua Sete de Setembro, em Recife-PE, a Livro 7 teve a sua inauguração em 27 de julho de 1970, tendo como proprietário o livreiro Tarcísio Pereira. No auge do sucesso comercial, além de Campina Grande, a Livro 7 manteve filiais em Fortaleza, João Pessoa e Maceió.
Antecipando a crise que atingiria o modelo de negócio das livrarias tradicionais, como a introdução do comércio eletrônico, o proprietário da Livro 7 decidiu encerrar as atividades de suas filiais em outros estados do Nordeste e, finalmente, a matriz da Livro 7 fecharia suas portas em 1998.
Da filial de Campina Grande ficaram as lembranças dos livros adquiridos, dos encontros e das conversas com colegas da universidade, nas manhãs de sábado.
Com o encerramento das atividades da Livraria Pedrosa, Livraria Universal e da filial da Livro 7, o professor Juarez Fernandes de Oliveira vislumbrou a oportunidade de criar, em Campina Grande, uma livraria diferente: um Espaço de Cultura.
Em abril de 1987, a ideia começou a se materializar como um pequeno ponto de venda de livros no ambiente da UFPB, atual UFCG, em um local precário cedido pela administração superior. Ali eram vendidos livros didáticos da editora estatal russa MIR e alguns volumes de livros técnicos e de literatura publicados por editoras brasileiras.
Depois, o que viria ser Espaço de Cultura PB se estabeleceu na Rua Cavalcanti Belo (antigo Beco dos Bêbados), no Centro de Campina Grande, comercializando, também, material de papelaria.
Em 1994, como Espaço de Cultura PB mudou-se para um prédio localizado na Rua Getúlio Vargas, 78, no Centro de Campina Grande, objetivando a expansão dos negócios e melhor acomodação para os fregueses e frequentadores.
Foi ali que nas manhãs de sábado começaram a ocorrer lançamentos de livros e o Espaço de Cultura PB se tornou o ponto de encontro de leitores, professores e escritores em torno do bem-humorado, idealista e criativo Juarez Fernandes.
Não sei precisar o ano em que passei a fazer parte da turma eclética que assiduamente frequenta o Espaço de Cultura PB nas manhãs de sábado. Dessa turma fazem parte majoritariamente professores e ex-professores da Universidade Federal de Campina Grande e da Universidade Estadual da Paraíba, mas qualquer interessado pode entrar na roda de conversa.
Nessas manhãs, o papo se desenvolve solto, espontâneo. Nele se comenta de tudo, de forma descontraída e democrática: política, futebol, artes, religião, ciência, tecnologia, literatura, filosofia e reminiscências.
Atualmente, mesmo com a possibilidade de se adquirir livros pela internet, no ambiente virtual, preferimos frequentar o ambiente real do Espaço de Cultura PB, com sua variedade de títulos e a prestimosa cordialidade do proprietário.
Questão de gosto, mas entre o virtual e o real, considero ao vivo bem melhor. Neste contexto, existem em Campina Grande estabelecimentos nos quais o leitor pode adquirir livros diretamente, como por exemplo: na Livraria Redentorista, localizada na Rua Major Jovino do Ó, 11, Centro; na Livraria Leitura, no Partage Shopping; e no pequeno e aconchegante “Café com Letras”, localizado na Rua João Machado, 429, Bairro da Prata.
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