Os elementos químicos conhecidos como terras raras destacam-se por suas propriedades e aplicações estratégicas, dentre as quais destacam-se: ímãs permanentes para máquinas elétricas de alta eficiência, equipamentos eletroeletrônicos, painéis solares, equipamentos médico-hospitalares, catalizadores, fibras ópticas, sensores, radares, sistemas de comunicação, segurança e defesa terrestre, naval e aeroespacial.

De acordo com a tabela periódica, os elementos terras raras são: Cério (Ce), Praseodímio (Pr), Neodímio (Nd), Promécio (Pm), Samário (Sm), Lantânio (La), Európio (Eu), Gadolínio (Gd), Térbio (Tb), Disprósio (Dy), Hólmio (Ho), Érbio (Er), Túlio (Tm), Itérbio (Yb), Lutécio (Lu), Escândio (Sc) e Ítrio (Y).

A China, que é atualmente detentora das maiores reservas de elementos terras raras no mundo, acabou de fortalecer sua posição no mercado global com a descoberta de 4,96 milhões de toneladas de minérios essenciais para a produção e desenvolvimento de alta tecnologia.

Com uma reserva total de 44 milhões de toneladas, a China domina o mercado global de extração e refino de terras raras, controlando cerca de 80 a 90% da produção mundial. Isso torna o abastecimento de elementos terras raras uma questão geopolítica sensível para os países que dependem da importação dessa matéria-prima.

Em termos práticos, a extração e o processamento de elementos terras raras são dispendiosas e ambientalmente impactantes, o que representa um obstáculo para a criação de novas cadeias de suprimento fora da China.

Ademais, essa concentração de mercado em um único país gera preocupações geopolíticas sobre a segurança do abastecimento, levando outros países a buscar alternativas, como a diversificação de fontes e o investimento em tecnologias de reciclagem.

Por esse motivo, em diversos países as pesquisas sobre reciclagem e o desenvolvimento de alternativas que não dependam desses elementos são áreas de interesse crescente, sobretudo quando se busca soluções ambientalmente sustentáveis no contexto da economia circular.

Assim, no mundo globalizado, cada vez mais dependente de tecnologia, em que os elementos terras raras estão presentes em várias aplicações, inclusive estratégicas, a corrida pelo controle sobre as cadeias de suprimento e o avanço de tecnologias que dependem desses elementos tornam-nos uma peça central no atual cenário geopolítico, afetado pela escalada crescente de conflitos entre nações.