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Arcebispo Metropolitano da Paraíba.
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Dentro do tempo do Advento, período especial em que a Igreja se prepara para acolher o Senhor que vem das alturas do céu, mas que já está no meio de nós, através dos sacramentos da Igreja, celebramos com grande alegria, no dia 8 de dezembro, a Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Maria.
Maria, a Mãe de Jesus e nossa, a cheia de graça, é a beleza que não se fecha em si mesma, mas se deixa habitar por Deus. No coração de Nossa Senhora, vemos o triunfo da graça sobre o pecado.
Essa verdade ilumina o sentido profundo da solenidade: Maria é a grande crente que, abandonando-se com confiança, se coloca livremente nas mãos de Deus. Sua beleza não nasce de si mesma, mas da abertura total à graça divina.
Por isso, ela se torna o grande modelo de santidade oferecido à Igreja que peregrina rumo ao céu: “Maria reflete a Igreja, antecipa-a na sua pessoa e, em todas as turbulências que afligem a Igreja sofredora e fatigada, permanece sempre a sua estrela da salvação. (…) Em Maria, a Imaculada, encontramos a essência da Igreja de modo não deformado.” (Bento XVI, 8 de dezembro de 2005).
Para os católicos, este dia é muito importante porque nos recorda o amor e a verdade, tão preteridos na cultura que nos rodeia e que não defende a verdade absoluta. Hoje, o ser humano é frequentemente tentado a viver sob a suspeita de que o verdadeiro amor de Deus cria uma prisão, uma dependência, algo do qual se deve a todo custo libertar-se para ser inteiramente ele mesmo, sem Deus
A Imaculada Conceição da Virgem Maria é um grito que chega aos nossos ouvidos cerrados e se apresenta como uma via segura: a dependência de Deus nos pede amorosamente a luta contra toda a tirania do pecado.
Nossa Senhora é isenta do pecado original porque Deus a acolhe como um grande “sim”. Tal isenção não significa apenas não pecar, tampouco carrega um tom moralista; ela revela, antes de tudo, a relação plena e íntegra que Maria vive com Deus. Ela deixou-se ser totalmente entrelaçada pela ação divina.
Aqui se encontra o coração da mensagem desta solenidade litúrgica. Nesse sentido, iluminam-nos as palavras do Papa Francisco, que frequentemente apresentava Maria como a cheia de graça: “Deus sempre a pensou e a quis, no seu desígnio inescrutável, como uma criatura cheia de graça, isto é, cheia do seu amor
Mas para estar repleto, é preciso encontrar espaço, esvaziar-se, pôr-se de lado.” Uma mulher cheia de Deus, mas sem deixar de estar voltada para as necessidades dos irmãos. Assim é a Virgem Maria! Devemos olhar para Maria, pois nela contemplamos a altura e a beleza do plano de amor de Deus para nós: um plano que deseja nos tornar santos e imaculados no Seu perfeito amor (cf. Ef 1,4).
A festa mariana em questão é, de certo modo, um “exorcismo” contra a falsa mentalidade de felicidade que empurra Deus para os espaços privados da vida. Ouve-se com frequência que Deus já não faz parte da pauta do homem moderno; contudo, quando nos deparamos com o testemunho humilde e santo da Virgem Maria, nosso coração se inclina e volta a reafirmar: Deus conta e tem um plano de amor para todos
É belo reconhecer que a Imaculada Conceição se conecta profundamente com o tempo do Advento. Neste período de espera vigilante pelo Salvador, Maria se apresenta como o “sinal puro da esperança”, aquela que, totalmente aberta à graça, antecipa em sua própria vida o que Deus deseja realizar na humanidade inteira.
Enquanto a Igreja se prepara para acolher Cristo que vem, contempla em Maria a primeira morada preparada por Deus para a Encarnação. Assim, a Imaculada torna-se luz que guia o Advento: em sua pureza, aprendemos a esperar; em seu coração disponível, aprendemos a acolher; em seu “sim”, descobrimos a verdadeira alegria da chegada do Senhor.
Que a nossa existência siga o exemplo da Virgem Imaculada, que jamais desconfiou de Deus. Em tudo, ela se mostrou confiante. Aprendamos com os antigos crentes a tê-la no coração como Mãe que aproxima o céu da terra, e que a nossa presença no mundo, junto com Maria, seja um “sim” a Deus e aos homens.
Afinal, sabemos que Deus é o único e definitivo critério da felicidade dos homens e mulheres!
Atenção: Os artigos publicados no ParaibaOnline expressam essencialmente os pensamentos, valores e conceitos de seus autores, não representando, necessariamente, a linha editorial do portal, mas como estímulo ao exercício da pluralidade de opiniões.
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