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Alexandre Moura

Alexandre Moura

Engenheiro Eletrônico, MBA em Software Business e Comércio Eletrônico, Diretor da Light Infocon Tecnologia S/A e Diretor de Relações Internacionais da BRAFIP – Associação Brasileira de Fomento à Inovação em Plataformas Tecnológicas.

IA ganha espaço no futebol: da análise tática à montagem do elenco

Por Alexandre Moura
Publicado em 18 de setembro de 2025 às 8:59

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O futebol, esporte mais popular do planeta, vem incorporando cada vez mais tecnologia em sua rotina, e a IA (Inteligência Artificial) é a “bola da vez” nesse processo. Clubes, comissões técnicas e departamentos de análise de desempenho, têm recorrido a soluções baseadas em algoritmos para otimizar decisões dentro e fora de campo.

No aspecto técnico, softwares com/de IA permitem analisar em tempo real o posicionamento dos atletas no campo, a movimentação da bola e os padrões de jogo dos adversários, visando ajustar a estratégia de jogo ao longo da partida, tanto na defesa quanto no ataque.

Essas informações, transformadas em relatórios detalhados, ajudam treinadores a ajustar esquemas táticos e identificar falhas ou pontos fortes durante o jogo.

Grandes equipes europeias, já utilizam sistemas que sugerem variações de posicionamento com base na leitura estatística dos minutos anteriores, com o auxílio imprescindível da IA.

IA ganha espaço no futebol: da análise tática à montagem do elenco (II)

A preparação física também ganhou uma nova dimensão. Sensores acoplados aos uniformes e chuteiras enviam dados para plataformas que monitoram distância percorrida, intensidade dos movimentos e desgaste muscular, etc.

Com isso, a IA “prevê” riscos de lesão (“sugerindo” inclusive substituições) e recomenda cargas ideais de treino para cada jogador, aumentando a eficiência do trabalho físico e reduzindo afastamentos por lesões musculares.

Outra vertente do uso de IA no futebol é no mercado de transferências. Plataformas inteligentes cruzam informações de performance, idade, histórico de lesões e até comportamento em redes sociais para avaliar o perfil de possíveis contratações.

O objetivo é reduzir riscos na escolha de jogadores e montar elencos mais equilibrados, alinhando a necessidade esportiva ao planejamento financeiro e “comportamental” de cada atleta, dentro e fora do campo. Se antes a escolha de reforços dependia quase exclusivamente da observação de olheiros, hoje o processo é cada vez mais “automatizado”.

Clubes da “Premier League” (Inglaterra) e da “La Liga” (Espanha), por exemplo, já mantêm bancos de dados globais, abastecidos/gerenciados por IA, capazes de identificar talentos promissores em nível global.

No Brasil, essas ferramentas também já estão sendo usadas.

IA ganha espaço no futebol: da análise tática à montagem do elenco (III)

Outro aspecto interessante, mas assustador, é o uso de ferramentas de IA para analisar o “histórico” e características dos treinadores adversários, para ajudar na escolha da melhor estratégia de jogo.

Aqui é bom lembrar que “pau que bate em Chico bate também em Francisco”. E tudo indica que em um tempo bastante curto, todos os grandes times do mundo vão estar usando/aplicando IA de alguma forma “dentro do campo”, “nivelando” assim, a competitividade entre eles (pelo menos nesse aspecto). Gerando em tese, uma certa “padronização do jogo”.

Se muitos times adotarem algoritmos semelhantes, as estratégias podem “perder a imprevisibilidade”, uma característica que sempre diferenciou o futebol de outros esportes.

Entretanto, existem ainda “barreiras” a serem ultrapassadas. A primeira delas é a “dependência de dados confiáveis”. Um simples erro de coleta ou interpretação, pode comprometer relatórios inteiros e influenciar negativamente decisões estratégicas (aliás esse “alerta” serve para qualquer negócio).

IA ganha espaço no futebol: da análise tática à montagem do elenco (IV)

Outro ponto importante a ser levado em consideração, é em relação aos custos elevados (ainda) de implementação de sistemas de IA. Isso limita o acesso às tecnologias disponíveis, concentrando as inovações em poucos grandes clubes.

Como é fato que o “custo” de uma tecnologia nova diminui com o tempo (que deve acontecer – ou já está – o mesmo com a IA), a tendência é que, em pouco tempo, a IA esteja cada vez mais integrada às rotinas de clubes de diferentes portes. O equilíbrio entre “dados, experiência técnica e sensibilidade humana” será o diferencial para transformar números em títulos.

No futebol moderno, onde cada detalhe pode definir uma vitória ou um fracasso, a combinação entre tradição e inovação tecnológica promete redefinir o jogo dentro e fora das quatro linhas. A “Copa do Mundo de 2026” talvez mostre isso claramente.

Mas é bom lembrar que a “motivação emocional, o espírito de equipe e a criatividade em campo, ainda escapam aos cálculos das máquinas”. Pelo menos nos dias atuais.

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