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Madalena Barros

Madalena Barros

Jornalista, Pós-Graduada em Comunicação Educacional, Gerente de Negócios das marcas Natura e Avon.

Essencialismo para qualidade de vida

Por Madalena Barros
Publicado em 17 de janeiro de 2025 às 15:23

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Vivemos um tempo em que os ponteiros do relógio parecem se deslocar com maior velocidade. Os dias que antes pareciam se arrastar, hoje mal começam e já terminam.
O que esta acontecendo? O mundo virou de cabeça pra baixo?

Não! Apenas estamos mais ocupados e com tantas demandas que o tempo escorre entre os dedos ou melhor, entre os ponteiros, e não nos damos conta.

A semana mal começou e já chega sexta-feira. O fim de semana nem inicia direito e já é domingo à noite com a indefectível vinheta do fantástico que anuncia: amanhã é segunda-feira.

Mal o ano começa e já chega junho e quando os meses dos _bros_ (setembro, outubro…), iniciam, as lojas já se enfeitam com tema de natal e o ano acaba, para em seguida, recomeçar o looping infinito.

Na pandemia, quando adotamos o home-office, aprendemos que podíamos trabalhar muito bem e produzir neste novo formato. Tudo que fazíamos presencialmente, podíamos fazer de forma virtual, e dava certo, com economia em todos os parâmetros.

Com o home office também veio mais trabalho, mais demandas e maior consumo de horas em longas reuniões, uma atrás da outra.

Tudo assoberbado de tal forma que a ansiedade aflorou amiúde, e que ancorada à pandemia, foi terreno fértil para tal outras síndromes.

Foi nesse ínterim que por acaso encontrei o livro Essencialismo, – não tanto por acaso, porque o Instagram ler até nossos pensamentos, – que serviu de bússola para mim, e desde então o recomendo, tanto que uma amiga, naquele ano pandêmico, me convidou à uma reunião com seu time, para falar sobre o tema.

Mas o que vem a ser Essencialismo?

Essencialismo é uma filosofia de vida que busca a simplicidade e a concentração no que realmente importa, eliminando o excesso e o desnecessário.

Num mundo repleto de distrações e demandas, praticar o essencialismo é uma forma de recuperar o controle sobre o tempo, a energia e a saúde.
Na vida pessoal, o essencialismo exige uma reflexão profunda sobre o que traz valor e significado.

Isso implica dizer “não” a convites, eventos, festas e reuniões que não contribuem para o seu bem-estar ou para seus objetivos.

Muitas vezes, aceitamos compromissos por obrigação social ou medo de desagradar, mas essas escolhas podem resultar em desgaste emocional e perda do precioso tempo.

Aprender a priorizar é essencial, para criar espaço para aquilo que realmente importa, como momentos de qualidade com a família, o descanso ou projetos pessoais significativos.

No trabalho, o essencialismo se traduz em focar nas tarefas que geram maior impacto e alinham-se aos objetivos principais.

Reuniões longas e improdutivas, tarefas que podem ser delegadas ou eliminadas e atividades que não agregam valor são alvos de eliminação.

Trabalhar com intencionalidade é mais eficaz do que tentar fazer tudo. Essa abordagem não apenas melhora a produtividade, mas também reduz o estresse e aumenta a satisfação.

Outro aspecto importante do essencialismo é a gestão do tempo e das tarefas não produtivas.

O uso descontrolado do celular e da televisão, por exemplo, consomem horas que poderiam ser dedicadas a atividades mais enriquecedoras, (como ler um livro, brincar com os filhos, testar uma receita, ócio criativo…).

É importante estabelecer limites claros para o uso da tecnologia, criando espaços livres de telas e definindo períodos específicos para verificar mensagens ou redes sociais.

Além disso, escolher conversas que agregam valor — seja pelo aprendizado, pela inspiração ou pelo fortalecimento de laços — é uma forma de proteger sua energia e seu tempo.

Os excessos também impactam diretamente a saúde. O excesso de trabalho, de compromissos sociais, de informações e até mesmo de alimentos processados podem levar ao esgotamento físico e mental. Todo excesso é danoso.

Praticar o essencialismo significa adotar uma abordagem mais consciente e equilibrada, priorizando o descanso, a alimentação saudável e a atividade física regular.

É também um convite à reflexão sobre o que é realmente necessário para viver uma vida plena e saudável.

Adotar o essencialismo não significa se privar de experiências ou viver uma vida minimalista em excesso. Trata-se de viver com intencionalidade, reconhecendo que cada escolha carrega um custo e que eliminar o supérfluo abre espaço para o que realmente importa.

Seja na vida pessoal, no trabalho ou no tempo livre, o essencialismo é uma ferramenta poderosa para cultivar uma vida mais significativa e saudável.

Não é fácil ser essencialista, principalmente para quem gosta de “presencificar” e servir, mas como toda transformação, exige tempo e foco.

Na música Folhetim de Chico Buarque, interpretada lindamente por Gal Costa: “Se acaso me quiseres sou dessas mulheres que só dizem sim, por uma coisa à toa, uma noitada boa, um cinema, um botequim”… Na sonoridade e licença poética, fica lindo, mas a escolha é de cada um.

Aprender a fazer bom uso do “não” é libertador. Precisamos nos acolher com amor e esse é o merecimento que cabe a nós nos permitir.

(*) Jornalista, Pós-Graduada em Comunicação Educacional, Gerente de Negócios das marcas N atura e Avon.

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