Há uns quinze/vinte dias, eu estava nos bares periféricos os quais frequento aqui em Campina Grande, tomando a minha cerveja antes de ir dormir e navegando pelas redes sociais quando vi, num desses perfis de fofoca do Instagram, um vídeo da atriz e ex-namorada do jogador Neymar Junior, Bruna Marquezine toda feliz porque havia encontrado, por acaso, o Dr. Drauzio Varella, nos bastidores de uma peça de teatro, que ela tinha ido assistir em São Paulo. Na mesma hora, e encorajado pelas três cervejas que eu já havia tomado, lembrei-me que precisava entrevistar o Dr. Drauzio Varella para uma biografia que estou escrevendo sobre o polonês de Várzea Alegre, amigo do Drauzio, Maciej Antani Babinski. Eles são amigos desde os anos de 1980 e em 2009/2010, quando Babinski descobriu um câncer, foi o médico oncologista Drauzio Varella quem tratou dessa enfermidade. Para qualquer biógrafo de Babinski seria no mínimo interessante ter essa entrevista do Dr. Drauzio no seu trabalho.

Eu sabia que não era simples. Sinceramente não achei que fosse conseguir, porque Lídia, esposa de Babinski, já tinha me adiantado que o Drauzio é um homem muito ocupado e que, em virtude disso, muito provavelmente ele não poderia conversar comigo. Bom, mas quando vi a Bruna Marquezine tietando o Drauzio Varela, na mesma hora, ainda ali no bar com as minhas cervejas vazias, procurei, encontrei e entrei na página oficial do Instagram do Dr. Drauzio Varella e enviei um e-mail para o contato que havia lá na página, me apresentando, contando do trabalho que eu estou fazendo e perguntando sobre a possibilidade de entrevistá-lo a respeito do Babinski. Foi tipo uma daquelas cantadas “vai que cola”. E colou.

No dia seguinte, uma segunda feira à tarde, menos de 24h após ter enviado o e-mail, recebi uma resposta da equipe do Dr. Drauzio, informando que ia contatá-lo sobre a minha proposta. Que teria uma reunião com ele ainda naquela semana e veriam com o médico a possibilidade dessa entrevista. Claro que eu fiquei bastante animado com aquele feedback. E na terça-feira pela manhã recebi a mensagem positiva da equipe do médico dizendo que o Drauzio tinha concordado em me conceder essa entrevista e que já havia agendado para quinta-feira, às 5h30 da tarde. Me solicitaram um link via e-mail e enviei. Na data e horário definidos, a entrevista foi realizada conforme combinado.

A nossa conversa começou seguindo os rituais protocolares: apresentei-me, falei do trabalho e da proposta da entrevista, disse que era vizinho do Babinski lá em Várzea Alegre (embora residisse em Campina Grande – PB) e comecei a fazer perguntas específicas sobre eles. Muito educado e atencioso, Dr. Drauzio falou sobre como e quando conheceu Babinski, das visitas ao sitio Exu, em Várzea Alegre, da importância da Lídia na vida do polonês, da riqueza que a obra do artista plástico adquiriu com a mudança para o Ceará, dos quadros de Babinski que estão expostos na parede da sua casa em São Paulo, da vida corrida que leva escrevendo livros, gravando para televisão e internet…, mas só evitou comentar, por questões éticas da profissão, sobre o câncer que Babinski teve em 2010 e que foi tratado pelo amigo oncologista no Hospital Sírio Libanês.

Todo esse material está sendo reunido em um livro biográfico que pretende destacar a importância de Várzea Alegre na obra do artista plástico polonês. Tá ficando uma pesquisa interessante. A propósito, o ex-prefeito de Várzea Alegre bem que poderia me dá uma moralzinha. Estou há quatro meses tentando falar com ele e não consigo. E nem é pra pedir muita coisa, é só para tirar umas dúvidas mesmo. Até Drauzio Varela já me deu confiança e Zé Helder, não. Olha, o meu prestígio em Várzea Alegre tá uma tristeza franciscana. Oremos.