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Professor Titular aposentado do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).
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“Diez años” é o título original da música composta por Rafael Hernández Marin, nascido em Aguadilla, Porto Rico, em 24 de outubro de 1892 e falecido em 11 de dezembro de 1965, em San Juan, Porto Rico.
No Brasil, sob o título “Dez anos”, a versão para a língua portuguesa, com letra de Lourival Faissal, foi gravada numa magistral interpretação de Emilinha Borba, acompanhada pela orquestra do maestro Zimbres, em um disco de 78 rotações por minuto, lançado pela gravadora Continental, em maio de 1951.
Lourival Faissal atuou na Rádio Nacional do Rio de Janeiro como radialista e foi chefe do Departamento de sonoplastia. Como compositor, ficou conhecido como o “Rei das versões”, especializando-se em versões de músicas estrangeiras gravadas por intérpretes brasileiros, tais como: Ângela Maria, Anísio Silva, Blecaute, Luiz Gonzaga, Trio Nagô, Orlando Silva, Linda Batista, Elizeth Cardoso e Emilinha Borba.
Emilinha Borba (Emília Savana da Silva Borba), a intérprete mais frequente das versões de Lourival Faissal, nasceu no Rio de Janeiro-RJ, em 31/8/1923, e faleceu na mesma cidade, em 3/10/2005.
E para que os caros leitores possam comparar as letras de “Diez años” na versão original em espanhol com a versão brasileira de Lourival Faissal, seguem as duas, na sequência:
“Ayer se cumplieron diez años/ de no ver tu cara, / de no mirar tus ojos, / de no besar tu boca. / Ayer fue tan grande la pena/ que sintió me alma/ al recordar que tú fuiste mi primer amor. / ¿Te acuerdas, junto a una fuente nos encontramos?/ ¡Qué alegre fue aquella tarde para los dos!/ ¿Te acuerdas cuando la noche tendió su manto/ y el cántico de la fuente nos arrulló?/ El sueño venció tus ojos, cerró los míos, / sentí que tu boca linda me murmuró: / Abrázame, por tu madre, que siento frío/ y el resto de este romance lo sabe Dios.”
“Assim, se passaram dez anos/ Sem eu ver teu rosto, / sem olhar teus olhos, / sem beijar teus lábios assim/ foi tão grande a pena/ que sentiu a minha alma/ ao recordar que tu foste meu primeiro amor. / Recordo junto a uma fonte nos encontramos. / Que alegre foi aquela tarde para nós dois. / Recordo quando a noite abriu seu manto/ e o canto daquela fonte nos envolveu. / O sono fechou meus olhos, me adormecendo. / Senti tua boca linda a murmurar:/ Abraça-me, por favor, minha vida/ E o resto deste romance só sabe Deus. ”
Conforme podemos perceber, há pouca diferença entre as duas versões. Nelas, o narrador poético começa lembrando o décimo aniversário de quando viu a sua amada pela última vez. Essa lembrança serve de motivação para o desenvolvimento dos versos seguintes, numa combinação dolente de nostalgia, amargura e incompletude.
O andamento da música, o ritmo de bolero, reflete as raízes espanholas, mescladas com influências porto-riquenhas, cubanas e mexicanas presentes na obra do compositor Rafael Hernández.
Em 1951, quando Emilinha Borba gravou a versão “Dez anos”, ela já era a maior estrela da Rádio Nacional e a forma como ela interpretou essa música foi insuperável, até por ela mesma, em outras regravações, e por outros intérpretes como Cauby Peixoto, Ângela Maria, Claudete Soares, Gal Costa e Tânia Alves.
No tocante ao grande público, a despeito da indiferença da crítica, a aceitação da música “Dez anos” foi imediata e ela se tornou um dos maiores sucessos de Emilinha Borba, ao lado de outros, como: “Escandalosa” (1947); “Baião de dois” (1950); “Paraíba” (1950); “Aqueles olhos verdes” (1957); “Cachito” (1958); “Pó-de-mico” (1963); e “Marcha do remador” (1964).
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