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Fabiana Vidal

Fabiana Vidal

Enfermeira paliativista com mais de 10 anos de experiência na área da saúde. Especialista em cuidados paliativos, atua na promoção de um cuidado humanizado, integral e compassivo. É referência na Paraíba por sua atuação sensível e transformadora junto a pacientes e famílias.

Cuidados Paliativos: precisamos discutir e praticar mais

Por Fabiana Vidal
Publicado em 24 de abril de 2025 às 22:21

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Falar sobre cuidados paliativos ainda é um tabu para muitas pessoas — inclusive para profissionais da saúde. Associado, equivocadamente, apenas aos “últimos momentos” da vida, o cuidado paliativo é, na verdade, uma abordagem que busca aliviar o sofrimento e promover qualidade de vida desde o diagnóstico de uma doença grave ou crônica, não apenas no fim dela.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define os cuidados paliativos como um conjunto de práticas que visam o bem-estar físico, emocional, social e espiritual de pacientes que enfrentam doenças que ameaçam a continuidade da vida. No entanto, no Brasil, esse cuidado ainda é pouco discutido e menos ainda praticado de forma estruturada.

Precisamos falar mais sobre isso. Por quê? Porque milhares de pessoas estão sofrendo sem necessidade, sem acesso ao alívio da dor, ao acolhimento emocional e ao suporte integral que esse tipo de cuidado pode oferecer. Porque cuidar com dignidade não deveria ser um privilégio, mas um direito.

Na prática, os cuidados paliativos proporcionam uma escuta ativa, um plano individualizado e uma equipe multidisciplinar preparada para oferecer suporte ao paciente e à sua família. Isso envolve, por exemplo, controle de sintomas, orientação sobre decisões difíceis, comunicação compassiva, apoio psicológico e espiritual, além de cuidados com o luto.

Tenho acompanhado de perto histórias de transformação. Quando o paciente e a família são acolhidos de forma integral, mesmo diante de uma doença grave, a experiência da jornada muda: o medo dá lugar à confiança, a dor à tranquilidade, a incerteza ao cuidado.

Por isso, não podemos continuar tratando os cuidados paliativos como uma exceção ou como um recurso apenas para os momentos finais. Eles precisam estar presentes em hospitais, em domicílio, nas unidades de saúde e nas políticas públicas. E, principalmente, precisam ser ensinados desde a formação dos profissionais, para que o cuidar vá além do curar.

Discutir mais sobre cuidados paliativos é um ato de responsabilidade. Praticar é um gesto de humanidade.

Atenção: Os artigos publicados no ParaibaOnline expressam essencialmente os pensamentos, valores e conceitos de seus autores, não representando, necessariamente, a linha editorial do portal, mas como estímulo ao exercício da pluralidade de opiniões.

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