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Ailton Elisiário

Ailton Elisiário

O autor é economista, advogado, professor da Universidade Estadual da Paraíba e membro da Academia de Letras de Campina Grande.

Confraternização Universal

Por Ailton Elisiário
Publicado em 1 de janeiro de 2025 às 13:51

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Neste meu primeiro artigo deste ano falo de confraternização. Comemora-se no primeiro dia de cada ano o Dia da Confraternização Universal, ou seja, o dia em que todos os povos e nações devem se confraternizar, abraçarem-se irmanados num único propósito de paz e concórdia.

Este Dia foi criado pelo Papa Paulo VI, quando na década de 1960 divulgou mensagem conclamando as pessoas a se unirem em harmonia e comunhão. Naquela época  a situação de conflitos que enfrentavam várias nações era preocupante. A Organização das Nações Unidas reconhecendo a importância da mensagem papal, veio em 1968 a institucionalizar a data de primeiro de janeiro como o Dia da Confraternização Universal.

Na década de 1960 várias guerras aconteciam, como a Guerra do Vietnã que envolveu o Vietnã do Norte e o Vietnã do Sul com a interferência dos Estados Unidos da América do Norte; a Invasão da Tchecoslováquia, quando os exércitos do bloco oriental invadiram esse país; golpe de Estado na Etiópia; golpe de Estado na Turquia; guerra civil em Chipre e a mais duradoura a Guerra Fria, quando os Estados Unidos ameaçaram a União Soviética por estarem montando base de mísseis em Cuba e seus desdobramentos.

Hoje, 57 anos depois, parece que nada mudou. Tem-se atualmente as guerras entre  Rússia x Ucrânia, Israel x Hamas, Israel x Hezbollah; guerra civil do Mali, guerra no  Paquistão, guerra civil na República Centro-Africana, insurgência no Sinai, insurgência no norte do Chade, crise na Líbia, guerra do Tigré, conflitos em Burkina Faso, conflito entre Azerbaijão e Armênia, tensão entre Venezuela e Guiana, guerra no Sudão, guerra civil no Iêmen, guerra civil na Síria.

Para as Nações Unidas, o mundo atual vive uma “nova era de conflito e violência” marcada por uma letalidade mais baixa do que no Século XX, mas com países cada vez mais expostos a esta violência e onde os conflitos entre grupos dentro de um território são mais comuns do que entre Estados.

Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, as mortes em conflitos armados em todo o mundo tem diminuído. Todavia, desde 2012, com a eclosão das guerras civis especialmente no Oriente Médio, o número de mortes voltou a subir, notadamente com as guerras da Rússia e Ucrânia e da guerra entre os israelitas e palestinos.

Este quadro atual demonstra que a humanidade, apesar dos progressos materiais, científicos e tecnológicos, não tem evoluído espiritualmente. A sede de poder, a ganância, a vaidade, a falta de amor, o ódio, o preconceito, a discriminação social e tantas outras mazelas, ainda reinam no seio dessa humanidade. Enquanto os seres humanos não entenderem que a vida só tem sentido se nos doarmos aos nossos semelhantes, porque são eles que nos dão esse sentido de vida, a violência e as guerras persistirão e nunca teremos paz e harmonia.

Parece-nos ter sido em vão a morte de Jesus Cristo, que se doou aos seus irmãos até com a sua própria vida. Transcrevo parte de um texto de Osho, em Pérolas de Sabedoria,  que nos fala desse sentido de vida. Diz ele: “o ser humano vive numa espécie de autoexílio. Construímos uma pequena bolha ao redor de nós mesmos, nos blindamos, nos alienamos. Assim, não conseguimos encontrar sentido ou significado para a vida. (…) O ego é uma tentativa de desconectar você do todo e, embora não se possa separar dessa totalidade, você pode viver acreditando que conseguiu fazer isso. Sua crença é a causa de seu inferno. Abandone a crença no ego e imediatamente perceberá mensagens trocadas entre você e o todo, continuamente, a cada momento, dia após dia. E, então, pássaros cantando trarão mensagens; flores que se abrem ou estrelas brilhando na noite também serão mensageiras. Desse modo, toda a existência se torna um livro que se abre, a verdadeira Bíblia. Você já não precisa mais de velhas e deterioradas escrituras, pode simplesmente observar ao redor e passar a ler a própria vida. Haverá, então, sermões em todos os lugares, livros sagrados por toda parte, músicas por onde estiver”.

Ainda com Osho: “ao vir ao mundo, você não nasce como árvore, apenas como semente. Você precisa crescer a ponto de florescer, e esse florescimento será seu contentamento, seu preenchimento. Esse desabrochar nada tem a ver com poder, dinheiro ou política. Tem a ver com você. É um progresso individual. Você deve se tornar uma celebração de si mesmo”. Pensem cada um em si na união com todos. Ano novo que começa, nova vida que pode ser iniciada. Aí, sim, a confraternização universal poderá ser alcançada.

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