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Professor Titular aposentado do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).
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Em outubro de 2024, sob o título “Futuro Energético: As 5 Principais Tendências para 2025”, o CanalEnergia, em sua página na internet (https://www.canalenergia.com.br/noticias), antecipou o lançamento do projeto editorial que seria publicado no fim do ano, no qual foram abordados os seguintes temas: IA aplicada ao setor elétrico, baterias, autoprodução e geração distribuída, mudanças climáticas e seus impactos no setor de energia, e hidrogênio verde.
A elaboração de cenários energéticos não é uma tarefa simples, pois depende da correlação rigorosa de uma gama de dados, além de conhecimentos técnicos, científicos, geopolíticos, econômicos, sociais e ambientais, em diferentes níveis.
Em termos globais, o setor energético está passando por transformações profundas, provocadas por estratégias geopolíticas, decisões políticas, interesses econômicos, conflitos bélicos e desafios impostos pelas influências midiáticas.
No Brasil, a matriz elétrica é diversificada e uma das mais renováveis do mundo. Com exceção do estado de Roraima, o sistema elétrico nacional é interligado, conjugando, sempre que possível, autoprodução, “geração” distribuída e microrredes.
Observem que empreguei o termo “geração” entre aspas, pois, de acordo com o princípio da conversão energética, energia não se gera, ela é convertida de uma forma em outra. Portanto, o uso da expressão “geração de energia”, embora tradicional, é tão inadequado quanto as expressões “energia limpa” e “conta de luz”.
Voltando ao tema, exercitando o desafiador exercício de futurologia, o cenário energético no Brasil para 2025 será marcado pelo avanço em fontes renováveis, como energia solar e eólica, pela adoção de tecnologias de armazenamento de energia, como baterias de longa duração, e pelo incremento do uso de inteligência artificial no setor elétrico, com o objetivo de otimizar a relação entre oferta e demanda.
O hidrogênio renovável, denominado verde, que teve seu marco legal aprovado em 2024, deve ganhar importância no sistema elétrico brasileiro, especialmente em setores de difícil descarbonização, como a indústria pesada e o transporte de longa distância. Entretanto, para que esse cenário seja viabilizado, um dos desafios é a redução dos custos de produção mediante o uso de fontes renováveis, bem como a ampliação da infraestrutura para o armazenamento e distribuição.
Na prática, a transição energética exigirá grandes investimentos, políticas públicas consistentes e uma coordenação global para mitigar os impactos sociais, econômicos e ambientais, especialmente em países que dependem fortemente de combustíveis fósseis. A segurança energética também será um ponto crítico, com a necessidade de garantir a estabilidade dos sistemas elétricos afetados pela diversificação de fontes e cargas.
Em síntese, o cenário energético brasileiro para 2025 será de avanços importantes rumo à sustentabilidade, impulsionado por inovações tecnológicas. Todavia, isso dependerá da superação de barreiras econômicas, políticas e ideológicas.
Informações mais detalhadas sobre o assunto, podem ser encontradas nas páginas de empresas e autarquias brasileiras, tais como: EPE (Empresa de Pesquisa Energética), ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) e MME (Ministério de Minas e Energia).
Atenção: Os artigos publicados no ParaibaOnline expressam essencialmente os pensamentos, valores e conceitos de seus autores, não representando, necessariamente, a linha editorial do portal, mas como estímulo ao exercício da pluralidade de opiniões.
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