Fechar
O que você procura?
Jornalista, Pós-Graduada em Comunicação Educacional, Gerente de Negócios das marcas Natura e Avon.
Continua depois da publicidade
Agamia… Essa palavra me deixou bastante curiosa e fui entender o seu sentido, que soa como um convite para experimentar o doce e o azedo do amor sem rótulos. É quase como um buffet livre de sentimentos: sirva-se do que quiser, sem compromisso com a sobremesa!
Na infância, ouvimos falar de amizades coloridas, amigos íntimos, namoros descompromissados e relações abertas entre outros. Pequenos rótulos para justificar o mesmo fenômeno: pessoas se conectando sem aquele brilho todo do “felizes para sempre”.
Olhando para trás, tanto a não monogamia quanto a poligamia estão no vocabulário das pessoas, principalmente nos últimos anos com amores líquidos que trouxe o afrouxamente social do compromisso de casar e manter o casamento exclusivo por muitos anos. Mas o termo ainda é pouco conhecido.
A antropologista Heloisa Buarque de Almeida do Departamento de Antropologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), ouvida em entrevista, explicitou que a Agamia é caracterizada por pessoas que não querem casar ou ter filhos, e que não se atraem pela ideia de compromisso tradicional de estabelecer uma família.
Fiquei pensando o que leva alguém a esse descompromisso e lembrei da fase insegura da adolescencia, de inseguranças, de imaturidade emocional, de convivência pouco exemplar, não raro, na própria família, Também não pode-se excluir a possibilidade, que as vezes é só a solidão que bate, às vezes é só a vontade de compartilhar risadas (e talvez um ou dois abraços apertados). Outras vezes, é a falta de opções ou aquele desejo de viver tudo de uma vez, como se fosse a última taça de vinho da noite. Vai saber! Como bem dizia minha avó: “coração é terra que ninguém anda”
E essa palavra desconhecida, esse neologismo, nominado de Agamia, é quase uma dança entre duas almas que se encontram: NÃO para se entrelaçarem, mas tão somente para darem alguns passos no mesmo ritmo, claro que, sem a pressão de uma coreografia ensaiada.
Agamia celebra o fugaz, o raso, mas também a liberdade de ser quem se é, sem promessas de eternidade, sem finais sofridos e sem tragédias anunciadas do game over (fim de jogo).
Mas aí vem o plot twist (reviravolta da trama). E justamente quando o protagonista está à vontade com esse estilo de vida, tudo acontece: A pessoa certa aparece sorrateiramente, como quem não quer nada, e bagunça todos os planos (ou a falta deles). O que antes parecia tão divertido – as escapadas casuais e as relações sem profundidade, perde o brilho. Agora, o tempo só vale a pena ao lado daquela pessoa especial que, sem aviso, se tornou seu universo inteiro.
O coração, que jurava amar a liberdade, encontra sua razão para querer ficar. E, ah… que surpresa deliciosa descobrir que as melhores coisas acontecem quando menos esperamos. Recentemente presenciei um destes acontecimentos e me diverti muito!
Nessas horas não tem como fazer o parâmetro entre as diferenças dos relacionamentos rasos e profundos, e estas são marcantes pois envolvem níveis distintos de conexão emocional, comprometimento, intensidade e aqui encontrei algumas das principais características que os diferenciam:
Os relacionamentos rasos como vimos acima, têm o viés da superficialidade. A interação geralmente se concentra em aspectos mais imediatos ou externos, como aparência física ou interesses passageiros. Mal nascem e já estão destinados a morte.
As vezes a baixa intimidade emocional gera resistência nos sentimentos, pensamentos profundos ou experiências pessoais. Quando não há comprometimento e planejamento de longo prazo, o compromisso é limitado. São justamente esses relacionamentos que costumeiramente são os mais fugazes, sem planos ou expectativas de longo prazo. A motivações temporárias surge não raro, por conveniência, solidão ou curiosidade, e tendem a desaparecer quando uma das partes perde interesse ou consegue algo melhor.
As relações duradouras, assim como arvores com raízes profundas, tem longevidade, proposito, diálogo, perdão, renúncia e companheirismo. Nelas existe uma conexão emocional intensa e um vínculo verdadeiro baseado na empatia e na compreensão mútua. O compartilhamento de valores e experiências são comuns e as pessoas envolvidas trocam ideias, medos, sonhos e aspirações. Não tem medo de expor suas fragilidades pois sabem que tem colo e apoio. E tudo que tem solidez, tem sustentação, que neste caso, usa a matéria prima do tempo como a melhor argamassa.
Os relacionamentos profundos geralmente envolvem planos de longo prazo e um desejo genuíno de construir algo juntos, envelhecer lado a lado, verem as mudanças do mundo de mãos dadas e rindo de si mesmo. Os relacionamentos profundos têm torcida. O sucesso do outro é o sucesso dos dois, e o crescimento mútuo é natural, já que ambos ajudam um ao outro a crescer como indivíduos oferecendo apoio em momentos bons e difíceis.
A diferença está para estas relações ricas e profundas, essencialmente se encontra no nível de entrega e reciprocidade, sustentada pelo pilar da admiração, confiança e respeito sobre os quais, o amor repousa.
Um relacionamento profundo pode transformar, enquanto um relacionamento raso tende a ser uma experiência mais leve e transitória. Ambos têm seu espaço dependendo das expectativas e necessidades das pessoas envolvidas.
Ponto importante esta relacionado a cultivar a paciência. Não estamos mais sozinhos, os combinados e limites precisam existir, afinal os indivíduos permanecem.
Nada contra a agamia, mas fico rindo por dentro quando vejo alguém adepto a ela, avesso a compromisso, descrente do amor, porque é apenas questão de tempo para encontrar a outra asa que junto com a sua, levantará voo para o sonho mais lindo de Deus: A Família.
Por fim, trago uma frase Bíblica que elucida a questão.
“Assim, permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor.” 1 Cor 13
Atenção: Os artigos publicados no ParaibaOnline expressam essencialmente os pensamentos, valores e conceitos de seus autores, não representando, necessariamente, a linha editorial do portal, mas como estímulo ao exercício da pluralidade de opiniões.
Continua depois da publicidade
© 2003 - 2025 - ParaibaOnline - Rainha Publicidade e Propaganda Ltda - Todos os direitos reservados.