Fechar
O que você procura?
Blogs e Colunas
Jornalista, Pós-Graduada em Comunicação Educacional, Gerente de Negócios das marcas Natura e Avon.
Continua depois da publicidade
A adolescência é um turbilhão. Uma montanha-russa sem cinto de segurança, onde a cada curva surgem novas descobertas e, junto com elas, dúvidas, dores, paixões intensas e medos profundos.
É uma fase cheia de delícias: o primeiro amor, as amizades que parecem eternas, as descobertas sobre o próprio corpo, o senso de identidade começando a se formar. É também a fase da ousadia, da criatividade à flor da pele, da sede de liberdade.
Mas nem tudo são flores. Os dissabores também fazem parte e, muitas vezes, machucam profundamente. A incerteza sobre quem se é e o que se quer ser. As pressões externas: da família, da escola, da sociedade. A comparação constante, intensificada pelas redes sociais. O bullying, que pode parecer “brincadeira” para uns, mas se torna ferida aberta para outros. As influências negativas, os julgamentos, a sensação de não se encaixar.
Em meio a essa verdadeira chuva de meteoros disfarçados de hormônios, o corpo se transforma, a pele reage, a autoestima oscila. Um dia se ama, no outro se odeia. O coração se apaixona com intensidade e, às vezes, se despedaça na mesma velocidade.
E aí surgem os silêncios. As angústias. Os choros escondidos. A automutilação, em alguns casos, não vem da vontade de se machucar, mas de tentar calar uma dor que grita por dentro. De dar forma ao que não se consegue nomear. De buscar controle em meio ao caos.
Como lidar com tudo isso? Como entrar nesse universo tão complexo sem invadir, mas também sem se ausentar?
O primeiro passo é ouvir sem julgar. Escutar com o coração aberto. Validar sentimentos, mesmo os mais confusos. Ser presença mesmo no silêncio.
É entender que o que chamamos de “fase difícil” talvez seja, na verdade, um pedido desesperado por acolhimento, compreensão e pertencimento. É um grito por ajuda, não uma guerra contra o mundo. O seu mundo.
E sim, a terapia ajuda. Ajuda muito. Porque oferece um espaço seguro, um olhar neutro, uma escuta profissional que permite ao adolescente se entender, se expressar, se reconstruir.
Pais, responsáveis, educadores e amigos: a adolescência não é o inimigo. É apenas um caminho difícil, intenso, mas cheio de potencial. E todo adolescente merece alguém que caminhe ao seu lado, com empatia, paciência e amor.
No fundo, nenhum adolescente quer ser salvo: eles querem ser vistos, ouvidos, respeitados. Querem saber que podem ser vulneráveis sem serem ridicularizados. Que não precisam ter todas as respostas agora. Que está tudo bem não estar bem o tempo todo.
A adolescência não é uma fase para ser vencida. É uma travessia que pede presença.
Presença firme, mas gentil. Olhos atentos, mas sem julgamento. Ouvidos abertos, mesmo quando as palavras doem.
E talvez, se enxergarmos os gritos silenciosos por trás dos comportamentos, da raiva, do isolamento ou da rebeldia, estas deixem de ser ameaças e passem a ser aquilo que realmente são: sinais de que alguém está tentando sobreviver dentro de si.
Então, antes de rotular, escute. Antes de corrigir, acolha.
Porque às vezes, o que parece desobediência é apenas medo.
E o que chamamos de “fase difícil”…
…pode ser apenas o eco de um coração pedindo ajuda para continuar batendo.
Atenção: Os artigos publicados no ParaibaOnline expressam essencialmente os pensamentos, valores e conceitos de seus autores, não representando, necessariamente, a linha editorial do portal, mas como estímulo ao exercício da pluralidade de opiniões.
Continua depois da publicidade
© 2003 - 2025 - ParaibaOnline - Rainha Publicidade e Propaganda Ltda - Todos os direitos reservados.