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Arcebispo Metropolitano da Paraíba.
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A Solenidade de Cristo Rei do Universo encerra o calendário litúrgico e proclama a verdade central da fé cristã: Deus reina sobre os corações de todos aqueles que se abrem à Sua graça.
Não se trata de um reinado construído pela força ou pela imposição, mas de um senhorio fundado no amor que se doa. A realeza de Cristo manifesta-se no serviço, pois Ele reina a partir da cruz, entregando-se totalmente pela humanidade.
Celebrar Cristo Rei é reconhecer que o verdadeiro poder não está na dominação, mas na capacidade de amar e servir. O Senhor faz-Se Rei quando aceita o caminho do sacrifício, colocando-Se aos pés dos homens para elevá-los. É na cruz que o amor revela sua força mais profunda: não a força da violência, mas a força da entrega silenciosa e fiel.
A verdadeira esperança nasce da cruz.
Aquilo que parecia derrota tornou-se fonte de vida. No madeiro da cruz, onde o mundo enxergava fracasso, Deus fez brotar a maior de todas as promessas: a vitória do amor sobre o pecado e da vida sobre a morte. Por isso, a esperança cristã não é ilusão, mas certeza firmada nas feridas gloriosas de Cristo.
Diante de um mundo que exalta o sucesso, o domínio e as aparências de poder, o Reino de Deus apresenta uma lógica diferente. Deus não reina através da vaidade ou do autoritarismo, mas pelo “fracasso fecundo” do amor que se coloca à disposição do outro. O trono de Cristo é a cruz, e é dali que Ele governa os corações daqueles que creem.
Neste horizonte se insere o Jubileu da Esperança, que nos convida a redescobrir a força espiritual de confiar em Deus mesmo quando tudo parece escuro. O jubileu recorda à Igreja que a esperança não nasce de projetos humanos, mas do coração ferido e glorioso do Crucificado. Quanto mais nos aproximamos da cruz, mais aprendemos a esperar.
Aos pés da cruz aprendemos o verdadeiro sentido da grandeza. O bom ladrão, em sua humildade, reconhece o Senhor e suplica: “Lembra-te de mim quando estiveres no teu Reino” (Lc 23,42). Nesse momento, a esperança floresce em meio à dor: não como fuga, mas como abandono confiante nas mãos de Deus.
Num tempo marcado por narrativas que tentam excluir Deus da convivência social, somos chamados a testemunhar, com a própria vida, que Deus deseja reinar entre os homens.
E Ele o faz pelo caminho do abaixamento, escolhendo o menor, o servo, o humilde, em vez daqueles que buscam a grandeza deste mundo. A verdadeira esperança nos torna discípulos que permanecem firmes quando tudo parece ruir.
Celebrar Cristo Rei é um ato profético. É proclamar que o mundo não é sustentado pelo poder, mas pela graça. O progresso verdadeiro nasce do amor que se doa e da esperança que resiste, mesmo nas noites mais escuras.
O Reino de Cristo atrai corações que não buscam o brilho do poder terreno, mas a luz da caridade. Quem serve não vive para si, mas orienta sua existência para Deus e para os irmãos. Pela oração, o coração se fortalece, e a esperança se mantém viva.
O reinado de Deus não pertence apenas a este mundo, mas aponta para o mundo futuro, onde não haverá opressão, dor ou morte. Ali, o amor será pleno, Deus será tudo em todos, e os corações estarão definitivamente consolados.
Atenção: Os artigos publicados no ParaibaOnline expressam essencialmente os pensamentos, valores e conceitos de seus autores, não representando, necessariamente, a linha editorial do portal, mas como estímulo ao exercício da pluralidade de opiniões.
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