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Cardeal e Arcebispo de São Salvador da Bahia, Primaz do Brasil.
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O período da campanha eleitoral, pela sua decisiva importância política, requer especial atenção e empenho não somente dos candidatos e dos partidos políticos, mas também dos eleitores.
Participar da vida política do país tem sido uma tarefa cada vez mais difícil, mas irrenunciável numa sociedade democrática. O exercício consciente da cidadania não se restringe à via partidária e ao voto, mas a participação na política através dos partidos é muito importante na democracia participativa.
O descrédito ou a indiferença diante da política ou dos políticos não devem pautar a conduta dos cidadãos, cuja participação se faz muito necessária não somente na época das eleições.
A afirmação da ética na política é tarefa permanente que desafia a todos, políticos e eleitores, devendo ocorrer já durante a campanha eleitoral para se prolongar após as eleições, durante o mandato dos eleitos.
A conduta ética que se espera dos candidatos e eleitores diante dos adversários políticos é de respeito. A Igreja Católica, através dos pronunciamentos do Papa Francisco e da Conferência Episcopal, tem insistido na necessidade de respeito entre as pessoas ou grupos de diferentes tendências políticas.
Numa sociedade democrática, há lugar para a diversidade de opiniões políticas, mas jamais para a agressão, seja nas redes sociais, em casa, nas ruas, no ambiente de trabalho ou em qualquer outro.
Os adversários no campo político não devem ser vistos como inimigos a serem combatidos. O caminho da agressividade e da intolerância representa a negação da política.
A discussão de ideias e propostas políticas não pode ser motivo para agressões ou para a divulgação de informações falsas.
A polêmica ofensiva deve ceder espaço para o diálogo construtivo em que as propostas políticas sejam claramente apresentadas. O crescimento da influência das redes sociais na vida política merece especial atenção e exige maior discernimento para não se deixar levar pela desinformação.
Os debates no período eleitoral podem contribuir muito para o conhecimento dos candidatos e de suas propostas, em vista de uma participação consciente e responsável nas eleições. Contudo, devem ser debates sobre o programa efetivo de ação a que se propõem realizar, considerando as necessidades maiores da população local.
Os eleitores necessitam conhecer, de fato, os candidatos a partir do seu histórico pessoal e das propostas políticas que defendem. O respeito de um candidato diante do seu oponente, mesmo ao tecer-lhe críticas, é sinal também de respeito ao eleitor.
Os cristãos e os membros das diversas confissões religiosas têm a grave responsabilidade de contribuir para a convivência respeitosa e pacífica entre os candidatos e entre os eleitores neste período político eleitoral.
Atenção: Os artigos publicados no ParaibaOnline expressam essencialmente os pensamentos, valores e conceitos de seus autores, não representando, necessariamente, a linha editorial do portal, mas como estímulo ao exercício da pluralidade de opiniões.
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