A Manjedoura de Belém é a Mão de Deus para nós

A história da Redenção humana tem início quando Deus decide aproximar-Se definitivamente da humanidade. O mistério do Natal revela um Deus que Se deixa contemplar na fragilidade de um Menino, fazendo-Se Deus conosco nascido em nossa própria carne.

Nos dias santos do Natal, somos convidados a saborear a alegria do nascimento do Redentor: o Astro nascente ilumina a noite do mundo e a estrela da esperança volta a indicar o caminho, enquanto a humanidade saúda o Salvador esperado por todos os povos.

A Manjedoura de Belém é a mão de Deus estendida a nós. Tudo converge para esse lugar tão empobrecido, mas repleto da luz mais forte, capaz de arrancar o mundo das trevas. À luz do Natal, renova-se em nós a certeza de que o mal não prevalecerá. O Menino de Belém nasce como sinal silencioso, porém definitivo, de que a história está nas mãos de Deus. Por isso, não caminhamos com medo, mas confiantes, unidos, de mãos dadas com Deus e entre nós.

Somos discípulos de Cristo, e Ele nos precede no caminho. Sua luz não se impõe pela força, mas brilha na humildade da manjedoura, iluminando as trevas do mundo. A humanidade necessita dessa luz e anseia por pontes que permitam a Deus alcançar o coração dos homens e aos homens reencontrarem-se com Deus. Cada gesto de comunhão, reconciliação e esperança torna-se, assim, um prolongamento do Natal no tempo.

Na simplicidade de uma manjedoura, Deus faz nascer Seu Filho, e a pobreza daquele lugar transforma-se em sinal da nossa salvação. O Salvador do mundo vem no silêncio e na extrema simplicidade; não chega pelo ruído das armas nem pelas narrativas ideológicas que assaltam nossos sentidos, mas pelo caminho discreto dos afetos mais genuínos.

O mundo calma pela paz! Ele, O Cristo Salvador, vem para nos fazer filhos de Deus: “Mas, a quantos O receberam, aos que Nele creem, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus” (Jo 1,12). O dom mais extraordinário que brota do mistério do Natal é o dom da fé: acreditar que Deus jamais abandona Seus filhos. Mesmo quando muitos O consideram distante ou irrelevante, Deus continua a abaixar-Se, oferecendo ao mundo Seu Menino Salvador e a plenitude de Seu amor transformador.

Qual é, então, o grande sinal de Deus para este tempo natalino? A simplicidade de nos entregar Seu pequeno Menino. Deus continua a nascer na manjedoura de nossos corações; não Se cansa de fazer-Se pobre e pequeno por amor a nós. A lógica do Natal é a lógica do amor que se inclina, da presença concreta de Deus no mundo necessitado dos homens. Para adentrar o mistério da salvação, somos chamados a assumir a simplicidade como critério. Acolher o Menino de Belém é receber o amor de forma concreta, encarnado em nossa vida, e não apenas no plano das ideias.

Nesse horizonte de fé e serviço, o Ministério de Nossa Senhora no Natal recorda-nos que Maria é a primeira a acolher o Mistério, oferecendo-Se inteiramente para que Deus encontre morada entre nós. Inspirados por seu “sim”, este ministério existe para anunciar, servir e testemunhar que o Natal permanece vivo quando há ternura, escuta e cuidado com os mais frágeis.

Assim como Maria apresentou o Menino ao mundo, somos chamados a levar Cristo aos irmãos, sobretudo aos pobres, esquecidos e desamparados, fazendo de nossas ações uma extensão da manjedoura de Belém.

Cantemos com os anjos o hino de louvor a Deus nas alturas, que é, ao mesmo tempo, um apelo à paz na terra. Essa paz traduz-se em um compromisso sincero com a construção de um mundo novo, dentro e fora de nós. Invoquemos com ardor a Virgem Mãe, que permaneceu vigilante diante da manjedoura da verdadeira paz, e, confiantes em sua intercessão, peçamos que a Igreja anuncie, também em nosso tempo, Cristo Salvador. Desejo um Santo Natal do Senhor para todos!