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Engenheiro Eletrônico, MBA em Software Business e Comércio Eletrônico, Diretor da Light Infocon Tecnologia S/A e Diretor de Relações Internacionais da BRAFIP – Associação Brasileira de Fomento à Inovação em Plataformas Tecnológicas.
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Como a última coluna do ano passado, essa primeira de 2025 terá também um formato diferente. A ideia é fazer uma homenagem e agradecimento, a Edson Vasconcelos, renomado e premiado fotógrafo, que publicou e lançou, no último dia 20 de dezembro de 2024, o livro “Ah, Campina! Uma cidade encantadora”. O livro (de altíssima qualidade visual e gráfica) é uma coletânea de imagens do passado e presente de Campina Grande, em dois capítulos. No Capítulo 1, a cidade é vista “pelas lentes” de diversos fotógrafos da época (um verdadeiro “passeio” pela história da cidade, que já foi conhecida como a “Liverpool brasileira”, devido a “indústria/comércio de algodão) e no Capítulo 2, com fotos recentes, em sua grande maioria de autoria de Edson, nos remete ao presente.
Para “abrir” este capítulo, fui convidado por ele, para escrever um pequeno texto (transcrito abaixo). O texto apresenta de forma resumida, uma “linha do tempo”, com alguns fatos/ações relacionados com a “construção do Ecossistema de Tecnologia e Inovação” na cidade, ao longo de várias décadas. Bem como, o importante papel da “Industria de Software” (a “Industria Silenciosa”) local (e de tecnologia em geral), na “promoção/divulgação” de Campina Grande, como “Polo Educacional, Tecnológico e de Inovação”, em nível nacional e internacional.
Segue o texto de abertura do Capítulo 2, do livro:
“Software – A Indústria Silenciosa”
Nas últimas 7 décadas, a cidade de Campina Grande “viu” o surgimento, crescimento e destaque, em nível nacional e internacional, do seu “Polo Educacional-Tecnológico” ou, em uma “nomenclatura” mais atual, “Ecossistema Local de Inovação”. No nosso entendimento, o “marco zero”, da trajetória da cidade na direção do que temos hoje, foi à instalação, em 1952, da Escola Politécnica da Paraíba (célula mater da UFCG – Universidade Federal de Campina Grande). Logo depois, em 1957, foi criada a FUNDACT – Fundação para o Desenvolvimento da Ciência e da Técnica, “pioneira” das fundações de apoio a C&T municipais no Brasil. Na década seguinte, em 1966, surge a URNE – Universidade Regional do Nordeste (atual UEPB – Universidade Estadual da Paraíba) e é instalado, em 1967, no “Núcleo de Processamento de Dados da Escola Politécnica” o primeiro computador de uma Escola de Engenharia do Nordeste. Em 1970, a Escola Politécnica transforma-se no Campus II da UFPB – Universidade Federal da Paraíba (que em 2002, foi transformado no Campus I da atual UFCG), completando assim, o “Primeiro Ciclo” (alicerces sólidos) na construção do futuro “Ecossistema Local de Inovação” (denominado de “E.InovCG”).
O Segundo Ciclo começa no reitorado (na UFPB) do Professor Lynaldo Cavalcanti, com a atração de professores do ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica) e de estrangeiros, e o envio de professores de Engenharia Elétrica e de Computação, para fazerem pós-graduação no exterior. Naquela época, Campina Grande começa a ser conhecida como centro de referência em ensino de Engenharia Elétrica e Eletrônica. Em 1975 é criada a ETER – Escola Técnica Redentorista, com o objetivo de atender a demanda por técnicos de nível médio, das áreas de eletrônica e telecomunicações. No final dos anos setenta e início dos oitenta, do século passado, tivemos o surgimento das primeiras empresas de “Base Tecnológica”, especialmente no segmento de TI (Tecnologia da Informação), com empresas de software e hardware, começando a projetar a cidade como produtora de tecnologia. Em 1984, durante a presidência de Lynaldo Cavalcanti no CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, foi criada a Fundação Parque Tecnológico da Paraíba (PaqTc-PB). A partir da instalação do PaqTc-PB, foram lançadas as condições para “incubação” de novas empresas de tecnologia e criou-se um “canal de comunicação”, adequado, entre a academia e as empresas.
O Terceiro Ciclo do “E.InovCG”, começou com a realização das FETECs (Feiras de Tecnologia) no final dos anos 80 e durante os 90, passando pela instalação da FAPESQ – Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba, do CGSoft (Núcleo do então “Programa SoftEx 2000”, de incentivo a exportação de software) e da criação (projeto apoiado pela FINEP) do “China Office”, escritório do Programa Softex, em Beijing, China. Em 2001, o destaque definitivo para Campina Grande como “cidade HIGH TECH”: a revista americana Newsweek escolheu, em sua edição de abril, 9 cidades de destaque no mundo, que representavam um novo modelo de centro tecnológico. Sendo Campina Grande a única escolhida da América Latina. Em 2003, novamente a mesma revista, fez menção à cidade, sendo tratada na matéria, como o “Vale do Silício brasileiro”, graças, as empresas de tecnologia da cidade e do desenvolvimento do “algodão colorido”, fruto de pesquisa da unidade da EMBRAPA, aqui instalada. Em 2004 é instalado o TecOut Center, com o objetivo de aproximar as empresas de tecnologias brasileiras com as chinesas. Na Europa, a cidade é mencionada como centro relevante de produção de tecnologia. Uma exposição em Paris, França, no museu Cité des Sciences et de l’Industrie, mostra Campina Grande como uma das duas únicas cidades da América Latina com destaque na inovação tecnológica mundial. A outra é São Paulo.
O Quarto Ciclo (o atual), começa com a criação e instalação, do CITTA – Centro de Inovação Tecnológica Telmo Araújo, do INSA – Instituto do Semiárido, a inclusão de Campina Grande na “Rede de Cidades Criativas da UNESCO”, na categoria de Artes Midiáticas (Media Arts) e com a “estruturação” do “E.InovCG”, por iniciativa e apoio, do SEBRAE-PB.
Atenção: Os artigos publicados no ParaibaOnline expressam essencialmente os pensamentos, valores e conceitos de seus autores, não representando, necessariamente, a linha editorial do portal, mas como estímulo ao exercício da pluralidade de opiniões.
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