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Engenheiro Eletrônico, MBA em Software Business e Comércio Eletrônico, Diretor da Light Infocon Tecnologia S/A e Diretor de Relações Internacionais da BRAFIP – Associação Brasileira de Fomento à Inovação em Plataformas Tecnológicas.
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Ao longo deste ano em várias colunas, escrevi alguns tópicos sobre a “Fundação Parque Tecnológico da Paraíba” (PaqTc-PB – www.paqtc.org.br) para comemorar as quatro décadas de existência da instituição, celebradas exatamente, neste mês de dezembro de 2024.
Na coluna de hoje (que será bem mais longa) vou recapitular estes tópicos (algumas vezes de forma mais resumida que o publicado ao longo do ano) para referenciar dois personagens fundamentais na “Criação, Implantação e História” do PaqTc-PB: o Dr. Lynaldo Cavalcanti de Albuquerque e o Dr. Telmo Araújo.
40 anos da Fundação Parque Tecnológico da Paraíba (II)
Com sede na cidade Campina Grande (reconhecida internacionalmente pelo seu “Ecossistema de Inovação e Tecnologia”), o PaqTc-PB foi criado em 1984, estando entre os quatro primeiros Parques Tecnológicos do Brasil. A Fundação é uma instituição de direito privado e sem fins lucrativos, voltada para o avanço científico e tecnológico do Estado.
Fruto dos esforços visionários do Dr. Lynaldo Cavalcanti de Albuquerque (Ex-Reitor da UFPB, Ex-Presidente do CNPq e Ex-Secretário Geral da ABIPTI-Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica), o PaqTC-PB é o remanescente (juntamente com o “Parque Tecnológico de São Carlos”, São Paulo) dos quatro do projeto original. Nos anos seguintes, outros parques tecnológicos foram criados em várias regiões do país, mostrando a “visão” acertada de Dr. Lynaldo.
A Fundação teve como “instituidores” o CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, a UFPB – Universidade Federal da Paraíba (cujo Campus II transformou-se na UFCG – Universidade Federal de Campina Grande), Governo do Estado da Paraíba e o PARAIBAN (Banco do Estado da Paraíba, que não existe mais).
O PaqTc-PB é um dos “pilares”, que propicia suporte a projetos e programas do setor de Ciência, Tecnologia e Inovação local, sendo reconhecida, como entidade de utilidade pública, pela Prefeitura Municipal de Campina Grande e pelo Governo do Estado da Paraíba, tendo sua sede instalada na “Zona Especial de Ciência e Tecnologia”, instituída pelo Plano Diretor do Município.
40 anos da Fundação Parque Tecnológico da Paraíba (III)
Uma das ações mais interessantes e de grande repercussão nacional e internacional, foi a criação do “China Office”. Como o nome sugere, o “Escritório da China” foi uma ação do “CGSoft – Núcleo Softex de Campina Grande”, criado (em 1992) e mantido pela Fundação Parque Tecnológico, sendo o segundo “Núcleo” instalado no país, do então “Programa Softex 2000” (de incentivo a exportação de software).
Em 1996, por inciativa do CGSoft/PaqTc-PB, com o apoio do CNPq, do “antigo” MCT – Ministério da Ciência e Tecnologia, do SEBRAE e da FINEP, foi aberta uma operação na China em parceria com o MOST (Ministério de Ciência e Tecnologia da China), na capital Beijing (Peking), tendo como Dirigentes o Prof. Dr. Telmo Araújo e a Dra. Francilene Procópio Garcia.
O “China Office”, como ficou conhecido no Brasil, operou no período 1996-2000 e durante sua existência, proporcionou a cerca de 120 empresas brasileiras de TI (Tecnologia da Informação), a oportunidade de ter seus produtos e serviços, apresentados ao mercado asiático.
Foram realizadas diversas ações visando a comercialização de soluções/produtos, destacando-se: 3 Rodadas de Negócios (Edições), denominadas de ASBM – Asia Software Brazilian Meeting (“Encontro Asiático do Software Brasileiro”, em uma tradução livre); Participação de empresas brasileiras de TI, em 4 feiras internacionais na China e 1 em Cingapura; 15 missões técnicas/comerciais de empresas à China (em média 10 empresas por missão); Edição de Boletim Informativo sobre o mercado chinês para empresas brasileiras; e Publicação de vários Catálogos em Mandarim (idioma oficial da China) com a sinopse de 90 produtos/serviços de software voltados ao agronegócio.
Outro resultado do trabalho do China Office, foi a instalação em Campina Grande, do “TecOut Center” – “Centro de Internacionalização de Software”, com o apoio da Sociedade Softex e da FINEP.
O modelo de negócios do TecOut serviu de referência para instalação, na cidade chinesa de Zhaoqing, de uma instituição similar pelo governo local.
40 anos da Fundação Parque Tecnológico da Paraíba (IV)
Outra iniciativa do PaqTc-PB foi o “PBTech”. Criado no final de 2002, com o objetivo de promover o desenvolvimento do mercado de software na Paraíba, o “Consórcio para Exportação de Software PBTech” reuniu naquele ano, empresas localizadas nas cidades de Campina Grande e João Pessoa.
Em um esforço “colaborativo”, essas empresas buscavam maior penetração nos mercados local, nacional e internacional (de produtos e serviços de tecnologia), visando inclusive, aumentar as exportações de “Soluções e do Software desenvolvidos na Estado”.
O PBTech foi financiado pelo SEBRAE e pela APEX (Agência de Promoção de Exportações) contando também, com o apoio do Governo do Estado, da ACCG (Associação Comercial e Empresarial de Campina Grande), da FIEP (Federação das Indústrias da Paraíba) e do SOFTEX (Programa Brasileiro de Exportação de Software).
O Consórcio foi formado seguindo as diretrizes do “Projeto Setorial Integrado de Promoção de Exportações de Software, Hardware e Serviços da Paraíba”, sendo composto por onze empresas de TI (Tecnologia da Informação), dentre elas a “CG Sistemas” (atual CGS), a “Light Infocon”, a “Insiel”, a “APEL”, a “S.Toledo” e a “Zênite”.
Essas e outras empresas componentes do PBTech, através de ações “sustentadas e consistentes, no desenvolvimento de estratégias de internacionalização”, obtiveram sucesso em vendas e projeção nacional e internacional, ao longo de vários anos. Participando inclusive, de diversas Feiras Nacionais e Internacionais, como as várias edições do “Gartner Symposium IT-Expo”, nos Estados Unidos, da “CEBIT”, Alemanha, e da “Simo TCI”, na Espanha.
Vale destacar que a experiência nesse tipo de ação (Consórcio de Exportação) serviu de modelo inicial para as ações do “Projeto Brasil IT+”, que apoia a “internacionalização das empresas brasileiras de tecnologia”.
Atualmente, algumas empresas que formaram o “PBTech” continuam atuantes no mercado e participam ativamente do “Ecossistema de Inovação de Campina Grande”, o “E.InovCG”.
40 anos da Fundação Parque Tecnológico da Paraíba (V)
Outro “caso de sucesso” gerado na Fundação Parque Tecnológico da Paraíba foi o “Seminário Internacional em Software Design”. A primeira edição do evento aconteceu no período de 31 de julho a 02 de agosto de 1996, no “Centro de Convenções Raymundo Asfora”, do Garden Hotel de Campina Grande, tendo como coordenadoras as Professoras Rosa Tânia Barbosa de Menezes (já falecida, eternizada no “Centro de Eventos da UFCG”, que leva, merecidamente, seu nome) e Maria de Fátima Camelo, ambas da UFCG – Universidade Federal de Campina Grande (a época ainda UFPB – Universidade Federal da Paraíba, Campus II).
Essa primeira edição contou com a participação de palestrantes do Brasil, China, Inglaterra e França, e o público presente foi de cerca de 500 pessoas, de diversas regiões do país.
A segunda edição foi realizada no mesmo local da primeira, nos dias 26, 27 e 28 de agosto de 1998, mantendo o pioneirismo do evento no país, em relação “a integração entre duas áreas hoje indissociáveis e fundamentais, para o sucesso de qualquer produto de TI (especialmente aplicativos para smartphones), o software e o design”.
O foco (aplicado na primeira edição) foi mantido: “evento dirigido a desenvolvedores, designers, acadêmicos e profissionais das duas áreas”.
No ano seguinte, a terceira edição foi realizada. Os “Seminários” tinham ainda, como um dos objetivos, o fortalecimento, consolidação e divulgação, do “Curso de Design, do Centro de Ciências e Tecnologia da UFCG (a época UFPB)”.
Vale lembrar que o “Curso de Design” foi criado em 1978 com a denominação de “Curso de Bacharelado em Desenho Industrial”, pelo então Reitor da UFPB, Dr. Lynaldo Cavalcanti de Albuquerque. Como sempre, um visionário muito além do seu tempo.
O resultado dessa iniciativa reflete/repercute até hoje no “Ecossistema de Inovação de Campina Grande” (“E.InovCG”). Atrevo-me a dizer que, a escolha e inclusão, da Cidade de Campina Grande na “Rede de Cidades Criativas da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura)”, na categoria de Artes Midiáticas (Media Arts), que engloba arte digital, sonora, realidade virtual e aumentada, “arte web”, videojogos, robótica, fotografia digital e cinema, ainda é resultado da semente plantada pelo Dr. Lynaldo com a implantação do Bacharelado em Desenho Industrial e também, com o “legado” deixado pela realização das três edições do “Seminário Internacional em Software Design”.
Afinal, as “Artes Midiáticas” têm quatro pilares: Software; Design; Arte; e Cultura! Desta forma, os dois primeiros (a parte, digamos, “tecnológica” das Artes Midiáticas) foram bem sedimentados no passado pelo PaqTc-PB.
40 anos da Fundação Parque Tecnológico da Paraíba (VI)
E para concluir a lista com as principais ações/iniciativas da Fundação Parque Tecnológico da Paraíba (PaqTc-PB), nestes 40 anos da entidade, relembro a FETEC – Feira de Tecnologia de Campina Grande.
A FETEC era uma exposição anual de C&T (Ciência e Tecnologia) que apresentava produtos, invenções e pesquisas desenvolvidas em Campina Grande, tanto pelas “EBTs – Empresas de Base Tecnológica” locais, quanto nas Universidades sediadas na cidade.
A primeira edição da feira aconteceu em 1988 (4 anos após a criação do PaqTc-PB) e foi realizada na “Pirâmide do Parque do Povo”, local onde acontece, no mês de junho de cada ano, o “Maior São João do Mundo”, tradicional festa junina conhecida mundialmente.
Da segunda edição (1989) em diante, o evento passou a ser realizado na “Casa de Shows Spazzio”.
Na FETEC, tinha-se uma boa mostra do “elo pesquisa/indústria” e seus desdobramentos futuros, muitas vezes “suportados” pelos agentes de apoio e financiamento, a exemplo da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), CNPq, SUDENE, SEBRAE e Bancos de fomento, como o Banco do Nordeste. E também, é claro, a participação das universidades UFPB “Campus II” (depois UFCG) e UEPB, Governo do Es¬tado e Prefeitura Municipal de Campina Grande.
“Pela grandiosidade e importância alcançada, a FETEC foi registrada no calendário de eventos do Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores)” e representou um movimento que propiciou as empresas de tecnologia da região, “aparecer” para o mercado nacional e internacional, além de movimentar a economia da cidade.
Em todas edições, a FETEC foi um espaço privilegiado para a articulação de parcerias, entre a “tríplice hélice” (Empresas, Academia e Governo), sendo expostos os resultados oriundos de investimentos públicos e privados, em CT&I (Ciência, Tecnologia e Inovação) e os seus impactos na sociedade.
Parabéns ao PaqTc-PB pelos 40 anos e um Feliz 2025 para todos!
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