Troca espúria e vergonhosa

´Incontinência verbal´

Declaração do presidente nacional do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, no final de semana, em evento partidário: “Houve um planejamento de GOLPE, mas nunca teve o golpe efetivamente. No Brasil a lei diz o seguinte: ‘se você planejar um assassinato, mas não fez nada, não tentou, não é crime’. O GOLPE não foi crime. O grande problema nosso é que teve aquela bagunça no 8 de janeiro e o Supremo diz que aquilo foi golpe. Olha só, que absurdo, camarada com pedaço de pau, um bando de pé de chinelo quebrando lá na frente e eles falam que aquilo é golpe”.

´Foi mal´

Valdemar ´remendando´ posteriormente: “É claro que eu não falei nesse sentido. Minha fala foi feita com uma condicionante: se tivesse, imagine que tivesse, vamos supor que tivesse… Foi no campo do imaginário”.

´Paraíba em pauta´

O senador Efraim Filho (União Brasil) e o ex-senador Cássio Cunha Lima tiveram um encontro, ontem, em Brasília.

“Conversa boa, sobre política local e nacional”, comentou posteriormente CCL nas redes sociais.

Expurgo

A direção do Partido Liberal em Pernambuco informou ontem que expulsará o vereador Paulo Muniz do partido.

O edil xingou a ex-primeira-dama e presidente do PL Mulher, Michelle Bolsonaro, de “quenga” em grupo com outros vereadores.

A informação foi divulgada no site Metrópoles.

Da boca de…

“… O presidencialismo se esfarrapou no Brasil…” (ex-presidente Michel Temer, em entrevista na TV Cultura, anteontem).

Emersão

O Ministério Público Eleitoral, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPPB) e a Polícia Federal formalizaram denúncia criminal no âmbito da Operação Território Livre, que ficou muito conhecida quando do processo eleitoral do ano passado em João Pessoa.

Na ´vitrine´

Em termos políticos, o apontado esquema de cooptação ilícita no processo eleitoral pessoense trouxe novamente à ribalta a primeira-dama da Capital, Maria Lauremília Assis de Lucena, como também a ex-vereadora Raíssa Gomes Lacerda.

Rito

A ação penal tramitará no âmbito da 1ª Zona Eleitoral pessoense e, provavelmente, vai novamente pautar o processo eleitoral de 2026.

´Noivado´

A denúncia ocorre justamente no momento em que a oposição no Estado se prepara para recepcionar o prefeito Cícero Lucena como pré-candidato a governador.

´Pedágio social´

O governo federal avalia medidas para reduzir ou zerar as tarifas de ônibus.

Conforme o jornal Valor Econômico, o presidente Lula quer resgatar uma proposta de 2012 do agora ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que previa a cobrança de R$ 1 por litro de gasolina para financiar o transporte coletivo urbano.

´Preliminar´

O deputado estadual Tovar Correia Lima – ainda filiado ao PSDB e de ´paquera´ com o PSD – comentou ontem que “não vejo problema” de o prefeito Cicero Lucena (sem partido) ser o candidato a governador pelas oposições, “desde que sejam renovadas as discussões entre Efraim (Filho), Pedro (Cunha Lima) e o próprio Cícero, para que todos possam se entender e a gente tenha conexão com o povo da Paraíba”.

Tratativas

Sobre o seu futuro partidário, Tovar pontificou que “estamos em renovadas discussões”, e que há poucos dias teve “uma ótima conversa” com o ex-ministro Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD.

“Kassab é um craque da política”, grifou o deputado.

Da boca de…

“… Tovar (Correia Lima) estava em São Paulo feliz da vida, agarrado com (Gilberto) Kassab…” (deputado-presidente Adriano Galdino, ao registrar recente ausência do colega deputado de uma sessão ordinária da Assembleia Legislativa da Paraíba).

Impermeáveis

Exatamente 353 deputados federais renovaram na noite de ontem uma pública demonstração de que não estão nem aí para o eleitorado, mesmo com a proximidade do processo eleitoral.

´Intocáveis´

Em votação abreviada no tempo foi aprovada a chamada ´PEC (emenda constitucional) da Blindagem´, que na essência significa amplificar a proteção para que atos desabonadores no exercício do mandato não fiquem ao alcance imediato do Judiciário.

Extensão

Nessa ´onda´ de autoproteção, os deputados estenderam a ´blindagem´ aos presidentes de partidos políticos.

Escancara

A PEC amplia o foro especial e protege parlamentares não só em relação a investigações criminais, mas abre também brecha na área cível, “algo inédito”, segundo o jornal Folha de São Paulo.

Como é

O foro especial vigente de parlamentares diz respeito apenas a investigações e processos relativos a crimes cometidos no exercício do mandato e em função dele.

´Onde o bicho pega´

Atualmente, existem mais de 90 investigações de deputados tramitando no Supremo Tribunal Federal, englobando suspeitas de corrupção em verbas das emendas parlamentares, que movimentam anualmente cerca de R$ 50 bilhões.

O detalhe

Apenas PT, PSOL, PC do B, Rede e Novo votaram contra de forma unânime ou majoritária.

´Vale tudo´

Para acelerar a pauta flagrantemente corporativista, o presidente da Câmara, paraibano Hugo Motta (Republicanos), liberou a participação remota dos deputados.

Eufemismo

Hugo buscou minimizar o alcance da PEC: “autonomia dos mandatos”.

Indignação

“Virou PEC, sim, da blindagem, da bandidagem, da autoproteção, da couraça, do escudo, da carcaça, da casta, do corporativismo, da impunidade, da armadura e da vergonha, ou falta de vergonha. Eu tenho muitos mandatos aqui e nunca vi tamanho descaramento”, desabafou o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ).

´Conterrâneos´

Como votaram os deputados paraibanos: Aguinaldo Ribeiro (a favor), Cabo Gilberto (a favor), Damião Feliciano (a favor), Gervásio Maia (a favor), Hugo Motta (a favor), Luiz Couto (contra), Mersinho Lucena (a favor), Murilo Galdino (a favor), Romero Rodrigues (a favor), Ruy Carneiro (contra), Wellington Roberto (a favor) e Wilson Santiago (a favor).

Legendas

Puxaram a aprovação, em quantidade de votos, o Partido Liberal (83), o União Brasil (53), o Progressistas (46) e o Republicanos (42).

O poder (novamente) sem pudor

A folgada maioria para aprovar a citada PEC é fruto de uma troca acintosa, indecente e nada republicana: a ala bolsonarista apoiou a ´proteção´ adicional ao mandato parlamentar.

Em troca, os partidos do chamado ´Centrão´ prometem aprovar a proposta de anistia “ampla, geral e irrestrita”, beneficiando o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Rui Barbosa, inesquecível brasileiro, dizia que “a impunidade é a mãe de todos os crimes”.

Anda sumido o prefeito de Campina Grande…