Olhar pra dentro de casa e deputado no sereno
Foto: Leonardo Silva
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´Made in Brasil´
O país corre risco de ´apagões´ por excesso de energia e falta de infraestrutura. A oferta maior do que a demanda ocorre sobretudo pela escalada da geração distribuída, aquela produzida pelos próprios consumidores com painéis solares no telhado de residências e no comércio.
Tal energia é injetada diretamente na rede de distribuição, sem controle do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
´Faiscou´
No dia 10 de agosto último, sob frio e com baixo consumo, um colapso só foi evitado com o corte de cerca de 90% da geração e o desligamento de várias usinas.
Pouco expressiva
“A geração distribuída tem de ser marginal, e não determinante. Caso contrário, coloca o sistema em risco e põe em xeque todo o modelo do setor”, observou a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Elbia Gannoun, em entrevista ao ´Estadão´.
Potencial
Segundo a entidade, entre outubro de 2021 e agosto de 2025, a energia solar e eólica cortada somou 39 terawatts-hora, o equivalente a todo o consumo do Nordeste no ano passado.
1º ato
A rodada inaugural de contatos do deputado Hugo Motta, presidente estadual do Republicanos, com lideranças pertencentes à sua legenda ocorreu com os vereadores de João Pessoa no final de semana.
´Ninguém solta a mão´
Motta escutou dos seus interlocutores a intenção de permanência na base política do prefeito Cícero Lucena (sem partido) e de apoio a ele para o governo estadual.
Ficar com João
Após o encontro, o deputado disse que a intenção da conversa era reiterar o compromisso de permanecer ao lado do grupo do governador João Azevêdo.
Respaldo
“Nós que estivemos junto com o governador nas suas últimas duas eleições, queremos ver esse projeto ter continuidade. Vem dando certo e deve ser sempre respaldado e fortalecido para que a Paraíba siga avançando e siga se desenvolvendo”, assinalou Motta.
Nada muda
De forma mais enfática, ele afirmou que o Republicanos “está e permanecerá nessa aliança, e vamos buscar construir da maneira mais tranquila possível esse projeto político”.
Irredutível
Poucas horas após a reunião partidária, o vereador Marcilio do HBE (REP) postou uma foto ao lado de Cícero com a expressão ´Nada mudou´ e tendo como trilha sonora a música ´Amigo´, de Roberto Carlos.
Escanteados
“João Azevedo não destina atenção aos vereadores pessoenses”, queixou-se o edil Mikika Leitão (REP).
Ungido
No domingo, na reunião com os deputados do partido, Hugo avançou (formalmente) no item que para ele é particularmente especial: a aclamação do nome de seu pai, prefeito de Patos, Nabor Wanderley, para disputar o Senado.
´Mesma ladainha´
Hugo foi compelido a escutar renovadas queixas dos partidários quanto ao tratamento dado pelo governador e pré-candidato ao Senado João Azevedo.
Longe da urna
Em meio ao mapeamento de posturas na perspectiva do pleito de 2026, o deputado estadual Branco Mendes enxertou o seu desejo de virar conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, na vaga a ser aberta proximamente com a aposentadoria compulsória (75 anos) do conselheiro Fernando Catão.
“Todos juntos”
No comunicado oficial sobre a reunião, por parte da assessoria do REP na Paraíba, acentuou-se que “o partido continua firme e unido, todos juntos em harmonia para continuarmos construindo um futuro cada vez melhor para os Paraibanos!”
Ponto nevrálgico
Na posição ´híbrida´ de deputado estadual licenciado e secretário de Estado da Educação, Wilson Filho abordou em entrevista à ´Correio FM´ a situação particular do deputado-presidente Adriano Galdino, que mantém a pré-candidatura ao governo, apesar de toda a indiferença partidária, no plano retórico, e do engajamento na campanha do vice-governador Lucas Ribeiro (PP), no campo prático.
´Ponto motor´
Pelo que foi possível inferir das palavras de Wilson, a cúpula do REP vai continuar silenciosa, na aparência, esperando que Adriano desista e assim a legenda possa anunciar o apoio a Lucas.
Minoria
Wilson lançou mão de um eufemismo para se reportar à situação tida como isolada de Galdino: é preciso “conquistar aqueles que ainda pensam diferente da grande maioria do partido”.
Tempo encolhido
“O sonho de Adriano não deve morrer, mas pode ser adiado”, avaliou o deputado/secretário, acrescentando que novamente na reunião partidária o presidente da ALPB “pediu um prazo até dezembro”, mas o partido espera que seja abreviado.
De viva voz
Em entrevista à mesma emissora, o próprio Hugo Motta esclareceu dúvidas internas e revelou aspectos importantes desse processo de definição, cuja essência é a completa desidratação da postulação de Adriano Galdino.
Confira alguns trechos.
Ao lado do governador
“Nós temos clareza nessa aliança. O Republicanos fortalece esse caminho, inclusive, trabalhando para participar da chapa majoritária, indicando uma das vagas ao Senado. Nós temos a pré-candidatura do prefeito de Patos, Nabor Wanderley, posta para essa função e queremos ver esse projeto, que é liderado pelo governador João Azevêdo, seguir adiante porque vem dando certo.
´A Grécia é aqui´
“Temos um partido que tem uma democracia interna muito forte. Os seus filiados têm vez, voz, vontades e projetos.
Rota traçada
“O caminho que o Republicanos seguirá é o caminho da manutenção da aliança com o PSB, o PP e todos os partidos que estão na aliança estadual liderada pelo governador João Azevedo.
Maioria firmada
“Temos buscado convencer o presidente Adriano de que o melhor caminho é a manutenção da aliança com o PSB e o PP. Dentro do partido já se constrói uma maioria, uma direção, no sentido da manutenção dessa aliança.
´Amolecendo´
“Adriano continua colocando o seu nome. Porém, está muito sensível a esse apelo do partido.
´Ciência política´
“Partido político é isso: é ter as opções em cima da mesa.
´Desertou´
“O prefeito Cicero Lucena decidiu seguir por outro caminho e desenha um caminho de afastamento de seus verdadeiros aliados. E não havia (em 2024) nenhum acordo sobre a eleição de governador, para que Cicero pudesse ser candidato.
Recusa
“A prioridade para o Senado foi (o nome de) Adriano. Ele que optou por não aceitar.
Quem divergir?
Ainda Hugo Motta: “As dissidências serão tratadas ao longo do percurso”.
Relógio contando
Hugo Motta acionou o cronômetro para Adriano Galdino. É uma corrida às cegas no deserto. Ou seja, a tentativa de viabilizar, em pouco tempo, uma candidatura a governador sem estímulo e sem ajuda do partido e do grupo político que Galdino integra.
Chances quase nulas
Na verdade, é a busca do deputado por uma candidatura que já está (eufemismo) ´apalavrada´ para outra legenda.
Passando a régua
Ou Adriano Galdino ´rasga a seda´ e devolve a sua ficha de filiação, ou terá que capitular incondicionalmente aos desejos de Hugo Motta e sua alegada “democracia interna muito forte”.
Remanescem dúvidas se, por apenas um segundo, a cúpula do Republicanos/PB levou a sério a pré-candidatura a governador do filiado Adriano.
Como a política é dinâmica, em meados deste ano o mesmo Hugo Motta dizia que Adriano teria o aval do partido para disputar o cargo que desejasse.
Uma misteriosa viagem ´bate e volta´ a Brasília…
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