Arimatéa Souza

Overdose midiática

Arimatéa Souza
Publicado em 23 de março de 2024 às 0:05

Arimatea Souza

Foto: ParaibaOnline

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´Cérebro petista´

O ex-superministro Zé Dirceu é o que os cientistas políticos gostam de chamar de ´animal político´, ou seja, aquele que respira e atua na política quase em tempo integral.

Ele foi um dos grandes articuladores para a vitória de Lula no já distante ano de 2002, após três insucessos anteriores.

Não resistiu

Dirceu acabou sendo apeado dos governos petistas por força de um sufocante volume de denúncias (e de indícios) envolvendo o seu nome e o seu partido.

A volta

Mas Dirceu sempre manteve força e prestígio dentro do PT.

Com a ´dissolução´ dos desdobramentos e dos efeitos da Operação Lava Jato, devido a açodamentos processuais, ele pavimenta a sua reentrada formal na vida pública, que deverá desaguar numa candidatura a deputado federal em 2026.

Brado

O desgaste que o governo Lula III está enfrentando, em boa parte por culpa da própria incontinência verbal do presidente, como também a insistência dele em retomar práticas e táticas políticas que não mais se coadunam com os tempos presentes, levou o ex-auxiliar de Lula a escrever um artigo com a autonomia de quem é respeitado pelo ´companheiro presidente´ e ouvido pela militância partidária.

Extrato

Dadas as circunstâncias políticas do momento – reforçadas por uma adversa pesquisa (para o governo) publicada nesta quinta-feira pelo Instituto Datafolha -, seguem alguns trechos da reflexão e alerta feito pelo ex-superministro e publicada na plataforma Opera Mundi.

É o que segue.

Indicativos

“Há meses começaram a surgir sinais de falta de sintonia entre as realizações do governo e os avanços conseguidos em quase 15 meses deste novo mandato do presidente Lula.

Ladeira abaixo

“As mais recentes pesquisas indicaram que a queda na avaliação do governo começou já em agosto do ano passado, inclusive no Nordeste, e segue em curva descendente.

Causas

“Não existem respostas simples, mas há uma percepção de que o governo está perdendo a batalha da narrativa e da comunicação. Que sua política de comunicação falha em dois movimentos.

Gargalos

“O primeiro: não faz a disputa diária frente ao noticiário da mídia corporativa para esclarecer seus pontos de vista e decisões. Já o segundo é igualmente grave: não consegue furar o bloqueio das bolhas de extrema-direita das mídias sociais que continuam alimentando seus seguidores com uma realidade paralela de notícias falsas

Temerário

“Mas não se pode cometer o erro inverso de atribuir à comunicação a responsabilidade pela queda de popularidade do governo; seria o mesmo que tapar o sol com a peneira.

Sensação

“Assim como se vê em outros países, em amplos setores da sociedade brasileira há um sentimento de abandono pelo Estado, de perda de status social e de descrença no futuro. A questão religiosa e familiar e o conservadorismo fortalecem e unificam esses setores sociais que se opõem às radicais mudanças do mundo globalizado.

Garantir o essencial

“A alta dos preços de alimentos e hortifrutigranjeiros indicam a necessidade de o país ter segurança alimentar não apenas na produção, mas em estoques e reservas dos produtos básicos, como arroz, feijão, óleo, mandioca e outros, para evitar a alta sazonal ou a elevação de preços no mercado internacional.

Recorte etário

“Os idosos querem cuidados e remédios baratos. Há uma enorme preocupação da população, especialmente das periferias, de ter mais segurança pública.

Impraticável

“O PT não pode se apresentar como uma voz discordante do governo, sob pena de pagar um preço político alto.

Personificação

“Um governo sem núcleo dirigente e sem equipe, que só depende do líder, do presidente, seguramente tem seus limites e custos.

Risco alto

“Manter a chamada polarização com o bolsonarismo tem um preço. É preciso ter cuidado para não ficarmos presos às bolhas do nosso eleitorado contra o dele.

Diferencial

“Vencemos porque conquistamos o apoio de cidadãos não petistas, progressistas, democratas. Temos de aprofundar essa aliança.

Sair do gabinete

“Por fim, chegou a hora de Lula, nosso presidente, ir ao encontro do povo. Ele precisa percorrer o Brasil, sair às ruas, por uma única razão: o maior e o melhor comunicador chama-se Luiz Inácio Lula da Silva”.

Escala

A direção nacional do partido Solidariedade esteve ontem em João Pessoa participando de um evento partidário.

Dar um salto

O deputado ´Paulinho da Força´ (SP), o ´dono do partido´, defendeu que o deputado estadual Eduardo Carneiro tente um mandato de deputado federal em 2026.

´Vizinha´

´Paulinho´ também disse que está em cogitação o lançamento de Marília Arraes (ex-candidata ao governo de Pernambuco) como presidenciável também em 2026.

O detalhe

O Pros se fundiu com o Solidariedade há alguns meses, por não ter atingido a chamada ´cláusula de barreira´ – um número mínimo de votos em (pelo menos) oito estados.

Da boca de…

“… A reposição de pavimentos feita pela PBGás está pior do que a pior reposição que a Cagepa já faz…” (vereador Alexandre Pereira, na tribuna da Câmara campinense, ao reclamar dos estragos feitos pela estatal estadual no projeto de expansão da rede de gás natural).

Sábado é dia de poesia

“…Tu que andas pelo mundo (Sabiá!)/ Tu que tanto já voou (Sabiá!)/ Tu que cantas/ Passarinho! (Sabiá!)/ Alivia a minha dor…” (Geraldo Azevedo, que está novamente na programação do Maior São João do Mundo de Campina Grande).

Serviço

Veja a música aqui.

Mobilização

A direção nacional do Partido dos Trabalhadores começa a organizar em várias cidades – uma delas é João Pessoa – atos de rua para pedir a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

´Chiclete´

O senador Veneziano Vital estimou ontem que já chega a 155 cidades da Paraíba a participação que o MDB terá em chapas majoritárias nas eleições deste ano.

´Injeção na veia´

Presidente do União Brasil na Paraíba, o senador Efraim Filho informou ontem que todos os espaços gratuitos no rádio e na TV da legenda, neste primeiro semestre, em Campina Grande, serão destinados à propagação das realizações da gestão do prefeito (e candidato à reeleição) Bruno Cunha Lima (UB).

 

Um silêncio com prenúncio de ´trovoadas´…

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