Arimatéa Souza

Oposições conquistam intento

Arimatéa Souza
Publicado em 7 de outubro de 2024 às 0:50

Arimatea Souza

Foto: Foto: ParaibaOnline

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Tudo quase normal

Este domingo, nem de longe, fez lembrar outras datas nas quais foram realizadas as quase sempre inflamáveis e apaixonantes eleições municipais, em se tratando das duas maiores cidades do Estado.

Apatia

Comecemos por Campina Grande. Um evidente desinteresse pelo pleito e/ou aversão a alguns ou a todos os contendores saltava à vista.

Sujeira

O que não mudou, e talvez tenha piorado, foi o ´emporcalhamento´ das vias públicas, notadamente daquelas situadas próximas às seções eleitorais, com uma absurda quantidade de panfletos, que muito provavelmente não geram sequer um voto para quem se utiliza dessa prática, e que não aprende, com o passar dos anos, a sua inutilidade eleitoral.

Transposto um dia quase rotineiro na cidade, os números que emanaram das urnas mostraram o acerto da opção das oposições locais de não se unirem para uma disputa com o prefeito Bruno Cunha Lima (UB) já no turno inicial da eleição.

Por exclusão

Na verdade, também pode ser interpretada como a falta de consenso entre as lideranças oposicionistas para uma aglutinação no turno inicial.

Sem demora

Apurados os votos, eis que o desejado e propalado segundo turno da disputa foi consumado, com a real perspectiva de estarem imediatamente juntos, no mesmo palanque, os candidatos Inácio Falcão (PCdoB) e André Ribeiro (PDT), e até mesmo Nelson Júnior, do Psol.

Incógnita

O quinto oposicionista, Artur Bolinha (Novo), parece mais distante desse agrupamento oposicionista, mas também – à primeira vista – sem inclinação para um engajamento no turno suplementar na campanha do prefeito Bruno.

Definhou

Registro de passagem, para reflexão mais aprofundada noutra ocasião, o encolhimento eleitoral do deputado Inácio Falcão (PCdoB), que visivelmente desacelerou a sua campanha ao longo das últimas semanas, e saiu desse processo menor politicamente em comparação à largada ocorrida meses atrás.

Volta por cima

Nessa primeira reflexão cabe pontuar, por último, que a oposição mostrou, na figura do prefeitável Jhony Bezerra (PSB), capacidade de superação do ´casamento´ desfeito no altar com o deputado Romero Rodrigues (Podemos).

Desafios

Quanto ao prefeito Bruno, descortina-se um ambiente que vai requerer dele empenho redobrado e capacidade de aglutinação, notadamente de sua base parlamentar, que acumulou ao longo do mandato que chega ao fim ressalvas e reclamações ao exercício de sua liderança.

Agregação

É de uma resistente argamassa junto aos seus aliados que dependerá a consumação da vitória no final deste mês.

Supremacia

Ainda sobre Campina, é importante registrar a disputa proporcional que resultou em duas grandes bancadas, vinculadas aos partidos de Bruno e de Jhony: União Brasil e PSB conquistaram (cada) cinco cadeiras na ´Casa de Félix Araújo´.

Deflagração

Essa conquista gera um complicador novo para a eleição majoritária suplementar: é que muitos dos eleitos pelos dois citados partidos vão desencadear, imediatamente, a disputa pela presidência do Legislativo a partir de janeiro próximo.

Coadjuvantes

Adicionalmente, é necessário ressaltar a volta do MDB ao Legislativo campinense com três cadeiras, e o Republicanos com similar espaço em plenário, assim como o Podemos de Romero Rodrigues.

Índole de oposição

Nesse último caso, com a observação de que Olimpio Oliveira apenas ´abrigou-se´ no Podemos para disputar o pleito.

Concentração

Em resumo: cinco partidos passarão a controlar 19 das 23 cadeiras do Legislativo campinense.

Mais tempo na mira

Na eleição pessoense, o prefeito Cícero Lucena (PP) por muito pouco terá que enfrentar mais dias de artilharia pesada de seus adversários, que no turno inicial lograram êxito ao submetê-lo à disputa complementar.

Boa distância

Quanto aos votos computados neste domingo, Lucena chega numa situação confortável com relação ao segundo colocado, o ex-ministro Marcelo Queiroga (PL).

Barreira

Mas, por outro lado, tudo indica que não conseguirá atrair o apoio de nenhum dos demais concorrentes no pleito deste domingo, exceção feita à (digamos) parte formal do PT.

´Elemento surpresa´

Queiroga foi a candidatura surpreendente para o 2º turno em João Pessoa, isso com base nas pesquisas que foram divulgadas.

Ao largo

Numa avaliação inicial, talvez o ex-ministro tenha sido o principal beneficiário da disputa pública e abaixo da superfície travada entre Cícero, Ruy Carneiro (Podemos) e Luciano Cartaxo (PT) – o tal ´circo de horrores´ sobre o qual me reportei em edição da última semana.

Favoritismo

Considerando-se as votações ontem obtidas por Cícero e por Queiroga – 205.122 votos e 90.840 votos, respectivamente -, é notório que o atual prefeito larga como favorito nessa disputa, até porque conta ao seu lado com duas invejáveis engrenagens administrativas – a prefeitura da Capital e o governo estadual.

Novos enfoques

Todavia, a campanha eleitoral na Capital, no segundo turno, deverá mudar de patamar, a começar pelos debates, como também poderá adquirir um viés ideológico que aponte para a nacionalização da disputa.

A conferir

Como Queiroga é, como digo acima, a surpresa da eleição em João Pessoa, vamos aguardar como o cenário vai ficar melhor delineado ao longo dos próximos dias.

Exposição alongada

O fato é que não estava no radar de Cícero Lucena, até em função das adversidades que enfrenta nas esferas judicial e policial, ter que disputar neste 2º turno.

Parlamento

No que se refere à nova composição da Câmara de João Pessoa, predomínio do partido de Cicero (PP), que conquistou cinco cadeiras.

Retaguarda

Republicanos, com quatro vereadores, PL e PSB com três (cada), dão ao prefeito Cícero a perspectiva de, em sendo reeleito, continuar com uma Câmara que não lhe provocará maiores dores de cabeça.

Angulações de cada lado

Em resumo, nessa primeira panorâmica feita ao cabo de um dia cansativo, emerge como síntese a constatação de que, nas duas maiores cidades paraibanas, as oposições conseguiram os seus intentos e agora passam a contemplar a conquista do poder como algo factível.

Quanto aos seus prefeitos, fica a necessidade de disputar mais batalhas com adversários empoderados pelas circunstâncias expressas em votos.

 

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