Arimatéa Souza

O ocaso das palavras

Arimatéa Souza
Publicado em 26 de fevereiro de 2024 às 0:08

Arimatea Souza

Foto: ParaibaOnline

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Agora é Lula

Trechos de um pronunciamento do presidente Lula, no final de semana.

“Espero que vocês saibam fazer essa diferença entre quem trabalha, quem faz as coisas e quem fala muita bobagem, muita asneira. Vocês sabem o momento de mentira que vive esse país. Tem gente que levanta de manhã e começa a mentir no celular. Almoça mentindo, vai no banheiro mentindo, vai dormir mentindo e passa a noite mentindo achando que a sociedade brasileira é um bando de imbecil que acredita em todas as asneiras que ele fala”.

“Lição”

Ainda o presidente: “Nós precisamos ter em conta de aprender uma lição. Vai ter eleição outra vez esse ano. E a gente não pode votar num imbecil que fala mais bobagem, não votar num imbecil que mais agride os outros”.

O ´Capitão´

Trechos do que disse ontem, em ato público em São Paulo, o ex-presidente Jair Bolsonaro.

“O abuso por parte de alguns que trazem a insegurança para todos nós.

“Golpe”

“O que é golpe? É tanque na rua, é arma, conspiração. É trazer classes políticas para o seu lado, empresariais. É isso que é golpe. Nada disso foi feito no Brasil (…) Agora o golpe é porque tem uma minuta de um decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Tenham a santa paciência.

Inadmissível

“Nós não queremos o socialismo para o nosso Brasil. Nós não podemos admitir o comunismo em nosso meio. Nós não queremos ideologia de gênero para os nossos filhos. Nós queremos respeito à propriedade privada”.

“Borracha no passado”

“Tem gente que sabe o que eu falaria, mas o que eu busco é a pacificação, é passar uma borracha no passado, buscar uma maneira de nós vivermos em paz, não continuarmos sobressaltados.

“Anistia”

“É, por parte do Parlamento brasileiro, é uma anistia para aqueles pobres coitados que estão presos em Brasília. Nós não queremos mais que seus filhos sejam órfãos de pais vivos.

“O que deve ser feito”

“E nos preparemos para 2026, o futuro a Deus pertence. Nós sabemos o que deve ser feito no futuro para que o Brasil tenha um presidente que tenha Deus no coração, que ame a sua bandeira, que se emocione quando canta o hino nacional e que ame de verdade o seu povo.

Sair do “palco”

“Nós não podemos concordar que um poder tire do palco político quem quer que seja, a não ser por um motivo justo, nós não podemos pensar em ganhar as eleições afastando os opositores do cenário político”.

Sondagem

O MDB tem avançado nas conversações com a ex-prefeita Sara Cabral, mulher do ex-deputado Domiciano Cabral, para que ela dispute novamente a Prefeitura de Bayeux.

Da boca de…

“… Tenho uma excelente relação com (o ex-prefeito) Enivaldo Ribeiro…” (deputado estadual Tovar Correia Lima, do PSDB).

Garimpo

“Começo o meu episcopado na Arquidiocese da Paraíba fitando os meus olhos na cena do lava pés, pois entendo que o episcopado não é uma promoção, e muito menos ascensão eclesiástica em busca de fama, prestigio e poder, mas serviço ao povo de Deus”.

Dom Alcivan Tadeus, novo bispo auxiliar da Arquidiocese da Paraíba, ao tomar posse no cargo na última quinta-feira.

Crepúsculo

O final de semana foi de marcantes despedidas. Em João Pessoa, o adeus foi ao jornalista Agnaldo Almeida, personificação de uma leitura prazerosa durante muitas décadas na imprensa regional, além de uma conversa magnética no contato pessoal.

Aproximação

Conheci Agnaldo por intermédio de um amigo comum, William Monteiro (já falecido), e posteriormente nas reuniões das memoráveis revistas semanais que há décadas foram editadas na imprensa paraibana.

Serrano

Agnaldo era um campinense (bairro de José Pinheiro) que adotou João Pessoa como o epicentro de sua vida e de suas emoções.

Elo pelas letras

Nunca fui próximo dele, mas sempre inseparável dos textos que Agnaldo publicava na imprensa paraibana.

À sua viúva, a igualmente jornalista Nana Garcez, e à família a nossa solidariedade.

Em baixa

A sucessão de ´partidas´ no meio jornalístico nos últimos tempos, trouxe-me à tona, neste domingo, o sentimento de que estamos em marcha batida para o desaparecimento dos rebuscados e contagiantes textos entre nós.

A Paraíba sempre foi uma sucessão de talentos na arte de escrever.

Abaixo o alfabeto

O ocaso das palavras é também um efeito colateral do inexorável mundo digital, no qual desfilam predominantemente as redes sociais com as suas abreviaturas de gosto duvidoso e de acanhada criatividade.

Declive

Ao trafegar pelo desmedido universo midiático e virtual da Paraíba, a desventura de estilo e conteúdo é inevitável, com raríssimas exceções, que para não cair na temeridade do esquecimento eu as personalizar no amigo Heron Cid.

Ímpar

Ao falar no outro adeus deste final de semana, a dor fica mais próxima e inoculada de muitas recordações.

Hugo Alves de Lima, que por muitos anos foi diretor técnico da Rádio Caturité de Campina Grande, é o que se pode dizer de um homem singular, no trato com as pessoas e no pai e marido exemplar que sempre foi.

Retrovisor

Por essas coisas insondáveis da vida, há algumas semanas Hugo resolveu visitar os transmissores da ´Caturité´, mesmo já estando aposentado há um bom tempo.

No percurso de volta, sentiu-se mal e foi levado para o hospital, de onde foi chamado à presença de Deus.

´Artesão´

Hugo era um exímio técnico em radiofonia. Quando preciso, montava e desmontava TODOS os equipamentos da emissora como quem brincava sabiamente com um ´cubo mágico´.

´Cidadão do mundo´

Ele foi uma das pessoas mais cultas que tive a oportunidade de conhecer pessoalmente. Transitava com propriedade – e com profundidade – por inumeráveis temas. Era um apreciador da literatura e da música.

Aliava esse conhecimento ´enciclopédico´ à irreverência, apesar da (até paradoxal) introspecção.

Proclamação

Banhada pela viuvez, sua inseparável esposa Mércia proclamou aos presentes à despedida que Hugo foi “o grande amor da minha vida”.

Ensinamento

Apesar da dor – sentimento que com o passar do tempo é rebatizado como saudade -, Mércia verbalizou uma frase em forma de mandamento: “O amor é a coisa mais valiosa que se tem na vida”.

Para ecoar pela eternidade

Ela foi além e se despediu ´do amor de sua vida´ recitando a música ´Amo-te Muito´, consagrada na inesquecível voz da cantora Nara Leão.

São com estes versos que encerro esta edição de Aparte.

“Amo-te muito/ Como as flores amam/ O frio orvalho que, infinito, chora/ Amo-te como o sabiá-da-praia/ Ama a sanguínea deslumbrante aurora/ Ó não te esqueças que eu te amo assim/ Ó não te esqueças nunca mais de mim.

“Amo-te muito/ Como a onda à praia/ E a praia à onda que a vem beijar/ Amo-te como a branca pérola/ Ama as entranhas do infinito mar/ Ó não te esqueças que eu te amo assim/ Ó não te esqueças nunca mais de mim”.

 

Quando o ex-ministro Marcelo Queiroga vai falar sobre a ´reunião do golpe´?…

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