“O Menino do presépio veio para todos”
Foto: Leonardo Silva
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“Era obrigação dele”
Em reação à gradual mudança de discurso do governador João Azevedo (PSB) em sua direção, o prefeito pessoense Cícero Lucena (MDB), pré-candidato a governador, começa a revestir as suas declarações de um ´verniz´ oposicionista.
“O que ele (João) fez aqui (na Capital), eu agradeço. Mas era obrigação dele. E uma coisa eu posso garantir: eu vou fazer MUITO MAIS do que ele!” – bradou o prefeito nesta terça-feira.
“Terceirizado”
Em farpa indireta ao seu provável adversário nas eleições do ano que vem, Lucena fez menção velada ao atual vice-governador Lucas Ribeiro (PP) como alguém que será, a partir de abril próximo, um “governador terceirizado, que vai precisar de tutores para cuidar do governo do estado”.
Por imposição
“Eu lamento muito que ele (Lucas) tenha sido forçado, contra a sua vontade, para ser candidato”, acrescentou o prefeito.
Parentesco
O prefeito recordou (na Correio FM) que no passado “fui vice-governador, assumi o governo, e não fui candidato. E não caiu um pedaço meu”.
“O critério (agora) é ser filho? É ser parente?” – alfinetou.
“Não terei tutor”
Diante da hipótese de ser eleito no próximo ano, Cícero afirmou que “as decisões serão minhas, eu não terei tutor!”
Postergação
Foi adiada para o começo da próxima semana a votação, na Câmara Municipal de Campina Grande, sobre a remuneração futura dos agentes comunitários de saúde e de combate às endemias.
´Batismo´
Em cerimônia relativamente rápida, Gustavo Feliciano foi empossado, na manhã de ontem, como o novo ministro do Turismo, sucedendo ao deputado federal Celso Sabino (sem partido-PA).
Na plateia
Estavam presentes os pais de Gustavo – deputado Damião Feliciano (União Brasil-PB), que chorou em parte da solenidade, e a ex-vice-governadora Lígia Feliciano -, o governador João Azevedo (PSB), o vice-governador Lucas Ribeiro (PP) e a senadora Daniella Ribeiro (PP).
´Coroado´
O presidente da Câmara Federal, Hugo Motta (Republicanos), igualmente se fez presente à solenidade e foi saudado pelo novo ministro como “o maior líder da Paraíba”.
O prefeito de Patos, Nabor Wanderley (REP), pai de Hugo, também estava na cerimônia.
Aceno
Em seu discurso, Hugo se dirigiu ao presidente Lula e afirmou que “o Congresso Nacional não faltou ao governo do senhor” no ano que chega ao final.
“Monumental trajetória”
Confira a seguir, trechos do discurso de Gustavo Feliciano:
“Presidente Lula, quero começar agradecendo a confiança de Vossa Excelência em depositar nas mãos de um jovem, ativista político, a honra não apenas de fazer parte do seu governo, mas de fazer parte de algo mais precioso, raro e para mim emocionante, pois significa fazer parte, mesmo que de uma forma humilde, da sua monumental trajetória.
Regozijo
“Fazer parte, senhor presidente, mesmo que minimamente, da sua história, porque o senhor é muito mais que um presidente. O senhor é um marco na história do Brasil e do mundo.
“Um sonho”
“Tenho a consciência que servir a um político e a um líder, uma personalidade histórica com essa dimensão e grandeza e, além disso, fazer parte do seu governo, é um sonho.
Água para Campina
“Um sonho, senhor presidente, para esse menino de Campina Grande, na Paraíba, minha amada terra e querida, que viu de perto a transposição do Rio São Francisco, essa obra que Vossa Excelência fez e resolveu o problema de falta d’água que aterrorizava uma cidade de centenas de milhares de habitantes, além de toda a nossa região.
Faz a diferença
“Como muitos de nós, sempre senti na pele a diferença que Lula, o Lula, como nós sempre o tratamos de longe, com tanta intimidade, mesmo sem conhecermos o nosso presidente. A diferença que o Lula faz nas nossas vidas, nos programas sociais, no ´Minha Casa Minha Vida´, no sorriso e na esperança dos nordestinos que finalmente não se sentem mais esquecidos.
Origens
“Sou da Paraíba, a Paraíba que tem João Pessoa, uma das capitais mais bonitas do Brasil, com águas quentes e belezas maravilhosas. Paraíba de Campina Grande, terra do maior e melhor São João do mundo.
“Mistérios do destino”
“Pois hoje, pelos mistérios do destino, estou aqui para cumprir uma das missões mais importantes da minha vida: comandar o Ministério do Turismo, não de um presidente qualquer, mas do presidente Lula. E isso só aumenta minha responsabilidade, meu sentimento de dever.
“O meu melhor”
“Tenho certeza, senhor presidente, que irei fazer o meu melhor, porque é o mínimo. É o que eu tenho que fazer é minha obrigação. Este é um governo que tem um lado, o lado do povo brasileiro.
Acesso coletivo
“O turismo tem que ser do povo, pelo povo e para o povo, promovendo eventos que gerem alegria e a geração de emprego e renda, promovendo o acesso de nossos belos destinos a quem ganha menos no país, que é a maioria da população. Isso se faz tornando o turismo mais inclusivo, mais acessível. O povo já trabalha muito. Turismo não pode ser só de rico. Turismo tem que ser de todos.
Régua
“Se há uma forma de medir que o Brasil avançou, é ver gente viajando, desfrutando do lazer com suas famílias, porque felicidade e alegria não podem ser uma questão de classe social. Têm que ser o símbolo da justiça social, da igualdade, quando todos, inclusive os pobres, alcançarem o dever de trabalhar, mas também o direito de viajar, de se hospedar com dignidade e de relaxar.
Círculo virtuoso
“Quanto mais turismo, mais igualdade; e quanto mais turismo, mais renda, mais emprego, mais oportunidades e mais desenvolvimento, todos nós sabemos (…) Temos muito o que fazer e sei que muito já foi feito sem o governo.
“Sua casa”
“Presidente Hugo (Motta), um paraibano assumir um Ministério da República é um reflexo incontestável da sua discreta, mas inegável, forte liderança. O Ministério do Turismo é a sua casa, porque a Paraíba é grata pelo seu apoio.
“Duas casas”
“Minhas palavras finais são ao meu exemplo de vida, o meu pai, Damião Feliciano, que me deu tudo. Mas, acima de tudo, me deu exemplo de sua luta, de sua superação, do seu jeito alegre e sempre feliz de estar ao lado do povo e ter duas casas – a nossa e as ruas. Ele me ensinou que a política se faz de coração para coração”.
O detalhe
O presidente Lula optou por não discursar ao final da solenidade.
Natal
A edição de Aparte inerente à celebração do Natal, anualmente, sempre compartilha as crônicas de um escritor ímpar: Frei Betto.
Segue a tradição.
Abrir os corações
“Fica decretado que, neste Natal, em vez de dar presentes, nos faremos presentes junto aos famintos, carentes e excluídos. Papai Noel ficará restrito à publicidade consumista e, lacradas as chaminés, abriremos corações e portas à chegada salvífica do Menino Jesus.
Supressão da árvore
“Por trazer às vezes mais constrangimentos que alegrias, fica decretado que o Natal não mais nos travestirá no que não somos. Neste verão abafado, arrancaremos da árvore de Natal todos os algodões de falsas neves.
“Viagem ao interior”
“Fica decretado que pelo menos um dia desligaremos toda a parafernália eletrônica, inclusive o celular e, recolhidos à solidão, faremos uma viagem ao interior de nosso espírito, lá onde habita Aquele que, distinto de nós, funda a nossa verdadeira identidade. Entregues à meditação, fecharemos os olhos para ver melhor.
“Momento de oração”
“Fica decretado que, despidas de pudores, as famílias farão ao menos um momento de oração, lerão um texto bíblico, agradecendo ao Pai/Mãe de Amor o dom da vida, as alegrias do ano que finda, e até dores que exacerbam a emoção sem que se possa entender com a razão. Finita, a vida é um rio que sabe ter o mar como destino, mas jamais quantas curvas, cachoeiras e pedras encontrará em seu percurso.
“Para todos”
“Como Deus não tem religião, fica decretado que nenhuma pessoa considerará sua fé melhor que as demais. O Menino do presépio veio para todos, indistintamente, e não há como professar que é “Pai Nosso” se o pão – símbolo dos bens da vida – também não for nosso, mas privilégio da minoria abastada.
“Voto de confiança”
Ainda Frei Betto: “Fica decretado que, como os reis magos, todos daremos um voto de confiança à estrela, para que continue a conduzir este país a dias melhores. Não buscaremos o nosso próprio interesse, mas o da maioria, sobretudo dos que, à semelhança de José e Maria, foram excluídos da cidade e, como uma família sem-terra, obrigados a ocupar um pasto, onde brilhou a esperança”.
“O Natal é você, quando decide nascer de novo cada dia e deixar Deus entrar em sua alma”… (inesquecível Papa Francisco).
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