´Malas´ de Cícero na porta do PP
Foto: Leonardo Silva/ ParaibaOnline
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Permanência no ´ninho´
“Eu tomei a decisão de não fazer nada”.
A expressão foi verbalizada pelo ex-senador Cássio Cunha Lima (CCL), ao ser perguntado ontem, por este colunista, sobre a sua esperada migração do PSDB para o PSD, no rastro da chegada de seu filho Pedro ao comando do PSD na Paraíba.
Missão cumprida
CCL justificou a ´inércia´ argumentando que “a minha jornada está cumprida. Nunca entendi a política como uma carreira que você abraça e não larga mais”.
Cético
Cássio recordou que “não tive como ganhar as eleições de 2014 por conta da Operação Calvário”.
“A justiça eleitoral usa dois pesos e duas medidas, essa é a verdade”, ressaltou ele na entrevista dada ao Jornal da Manhã da Rádio Caturité FM (104.1), líder na audiência matinal na região de Campina Grande.
Desapontado
O ex-governador recordou que “fui cassado por um artigo (texto de outra pessoa) publicado no jornal A União, “e passei a desacreditar nas instituições”.
Multa ínfima
Ele mencionou em seguida a multa de R$ 10 mil aplicada dias atrás pelo Tribunal Regional Eleitoral ao governador João Azevedo, relacionada à campanha eleitoral de 2022, “uma decisão com dois pesos e duas medidas”, campanha na qual prevaleceu, segundo CCL, “o abuso de todas as formas da máquina pública”.
Desestimulado
“Por muito, muito menos eu fui cassado. Ricardo Coutinho foi cassado depois da conclusão do mandato. Aí você se desestimula. Política – como já disse a você (Arimatéa) anteriormente, foi um rio que passou na minha vida”, desabafou Cássio.
Não vai se meter
Com relação ao possível retorno ao PSDB do prefeito Cícero Lucena, o ex-senador respondeu que “não estou me metendo nessas coisas. Que a direção tome as melhores decisões para o partido”.
´Bateu, levou´
Em novo recado dirigido explicitamente à direção do Progressistas, Cícero Lucena afirmou ontem que “não sendo respeitado, eu terei que tomar as medidas correspondentes ao desrespeito”.
Singular
Sabidamente, o deputado federal Aguinaldo Ribeiro, que comanda o PP na Paraíba, é um político frio, calculista, metódico, cerebral e habitualmente avesso a entrevistas.
Este colunista, por exemplo, ao longo de décadas, só conseguiu realizar uma entrevista com o parlamentar.
Sem deixar dúvidas
Nesta terça-feira, Aguinaldo fez uso da rede de rádios (Pop) que controla, no programa ´Hora H´, para responder às farpas endereçadas publicamente pelo prefeito da Capital; ´engomar´ o figurino de traidor, para uso na hipótese de Cícero deixar o partido; e para avisar com todas as letras ao prefeito e a quem interessar que o candidato a governador do PP chama-se Lucas Ribeiro.
Peneirada
Dado o ineditismo do pronunciamento de Aguinaldo, confira abaixo trechos do que ele avisou, comentou e enquadrou.
Anonimato
“(Cícero) Era um cidadão que estava fora da política. Só o fato do convite para ingressar no partido é um ato de respeito.
´0800´
“Nós tivemos toda a solidariedade e bancamos a eleição (de Cícero, em 2020) com o Fundo Partidário, para que ele fosse candidato.
Engajado
“O governador João Azevedo também teve respeito, indicando, inclusive, o candidato a vice-prefeito do seu partido (Léo Bezerra).
Retaguarda
“A parceria nossa, como deputado federal; da senadora Daniella Ribeiro apoiando a gestão; e do governador João Azevedo, para que a gestão do prefeito possa seguir em frente.
Internamente
“A discussão (do candidato a governador) deve se dar dentro do partido, para depois você construir a equação que representa este estado que nós chegamos hoje, liderado por João Azevedo.
Quatro anos
“Cícero foi eleito (em 2024) para ser prefeito de João Pessoa.
Unilateralmente
“Uma coisa é você respeitar; outra coisa é você tomar decisões que não são pessoais, mas são partidárias, que cada partido tomará de forma interna.
Tolerável
“A questão de você disputar dentro do partido é absolutamente legítima, não tem nenhum problema.
Traição
“O que seria estranho – e eu custaria a acreditar – é você fazer um movimento com as oposições ou com quem não é do partido (Adriano Galdino), porque você estaria traindo a relação que você construiu dentro do projeto.
´Carne ou peixe´
“Se você faz parte de um grupo e você faz parte de um partido, você pode fazer um acordo que não está tratado dentro do grupo? Mas se você está tratando fora do grupo, eu acho que é incongruente com o estar no grupo. Ou você está no grupo, ou você não está no grupo. É incongruente!
Acerto por fora
“Você fixar um ´acordo paralelo´ não precisa estar conversando com ninguém, porque já fez um acordo que extrapola, que é paralelo ao que está dentro do grupo.
Incompreensível
“Eu não vejo qual é o sentido disso, eu não consigo entender. Eu não vejo nenhum motivo para isso, até porque não foi dado nenhum motivo para isso.
Pra já
“Nós vamos chegar ao momento da decisão, e eu defendo que essa decisão seja rápida, porque não pode acontecer que você se esgarce.
Aproveitadores
“Há quem quer usar o governo para num último instante trair. Que se evite isso!
Sem personalismo
“Não cabe, na minha visão, projeto pessoal (…) Você tem que fazer com o grupo.
Última tentativa
“Vou procurar o prefeito Cícero mais uma vez. A senadora Daniella está voltando de viagem, para que possamos ter uma conversa partidária e dentro do partido a gente tome uma posição para ir avançar nessa definição de chapa final (…) Quero fazer o mais rápido possível.
Coisa de adversário
“Várias candidaturas (a governador no 1º turno na base governista), isso não existe. É conversa de quem trabalha contra.
Tem lado
(…) Você não me vê conversando com adversários desse projeto.
Critérios
“A pesquisa que eu SEMPRE levei em consideração é a qualitativa. O outro critério é o mesmo que usamos com o prefeito Cícero, que é o critério da candidatura NATURAL. Cícero era prefeito, foi candidato à reeleição e ninguém discutiu fazer pesquisa para ver se o prefeito estava bem ou não estava bem, porque ele tinha o direito à reeleição.
Chapa fechada
“Esse papo de chapa pronta é conversa pra boi dormir”.
“Vamos saber”
“Se existe, e nós vamos saber, se há compromisso com o projeto ou se têm projetos pessoais, que podem se sobrepor a essas decisões. E ninguém pode obrigar ninguém a votar.
Foi avisado e faz tempo
“Nós temos conversado com Cícero, há muito tempo, não é novidade, de que a gente iria colocar (o nome de Lucas Ribeiro para governador). Eu tenho certeza de que, assim como nós não faltamos ao projeto de Cícero, espero que na decisão do partido nós estejamos contando com Cícero.
Sintonizado
“Tudo isso (nome de Lucas) é alinhado com o governador João Azevedo.
Suporte
“A Prefeitura de João Pessoa está vivendo um momento bom porque também tem a sinergia com o Estado.
Engrenagem
“Lucas Ribeiro está dentro de um processo participando do governo junto com João Azevedo. É um projeto que está em curso. Nós não estamos discutindo um incidente de alguém que assumiu o governo de última hora. É um processo natural.
Chamado à coerência
“O próprio Cícero fez menção com relação ao próprio vice-prefeito Léo Bezerra, dizendo que ele seria o candidato natural (em 2028). A gente tem que manter a coerência!
Sem dar causa
“Não vou ser eu que vou dar motivo, a quem quer que seja, para que nós não tenhamos a unidade desse grupo (…) Agora, quem tiver um projeto pessoal e quiser trair aquilo que foi construído no grupo, aí é problema de cada um.
´Escaldado´
“Aprendi a nunca esperar nada de ninguém, porque aí a gente se decepciona menos com as pessoas.
Ninguém é insubstituível
“A vida é feita como um trem na estação: uns vem, outros vão. Tem o trem da partida. Tem o trem da chegada. Não existe espaço vazio na política. É simples, funciona assim.
´Me diz aí´
“Ele é prefeito de João Pessoa, foi eleito para isso. Nós temos o vice-governador, que é do partido. E que está na vez, é natural, vai assumir o governo do estado. Por que é que você vai abrir mão disso?
Mapeando
“Fiquei satisfeito demais com as pesquisas de intenção de votos para Lucas.
Deu trabalho
“Todos nós suamos (para eleger Cícero), no momento de maior dificuldade. Eu estava lá, num ato quase de desagravo ao prefeito. E ganhamos a prefeitura.
Ilógico
“Como dirigente partidário, qual é a racionalidade de eu ter uma prefeitura, que trabalhamos para ganhar, agora podemos ter um governador do partido, e eu vou abrir mão de um dos dois?
Nem tente
“No meu partido nunca teve nada no grito. Isso comigo não funciona! Pressão para mim não funciona. Não funciona pra ninguém.
“Não vou trair”
“Nós vamos até o fim nesse projeto (eleição de Lucas). E quero crer que nós vamos ter o prefeito Cícero participando desse projeto (…) Eu não vou é trair!
Incrédulo
“Não acredito que Cícero vai cair em conversa do povo que faz oposição a ele; não acredito que ele vai cair nas mãos dos opositores.
´Me dê motivos´
“Qual seria o motivo para ele (Cícero) sair do grupo? Qual é a justificativa? (Querer ser candidato) Então para que ele foi candidato à reeleição, se o projeto era esse? A gente deveria ter feito essa equação lá atrás?
Apalavrado
“Para o Republicanos apoiar a reeleição de Cícero, ele assumiu o compromisso de ficar na Prefeitura de João Pessoa, conforme foi dito publicamente pelo deputado Wilson Santiago.
Procure ´casa´
“Se é um projeto pessoal, ele (Cícero) vai ter que ter um partido. Ele vai romper com o projeto que construiu a reeleição dele. É isso que quero deixar claro.
Precedente
“Efraim Filho ficou dentro do governo usando, usando, usando… até o final.
Desfecho
“Da parte do PP vai estar resolvido (candidato a governador) em agosto. Quem mais me cobrava uma definição era o próprio Cícero.
Tarefa
“O apoio de Adriano Galdino (a Lucas) é missão do deputado Hugo Motta.
Nada é impossível
“Em política eu consigo ver tudo, até boi voando a gente vê mesmo.
Comando
“(da federação partidária do PP com o União Brasil na Paraíba) Decisão sai no dia 19 de agosto”.
Quem vai comandar?
Ainda Aguinaldo: “Você já viu o movimento que o senador Efraim Filho está fazendo?! Todo mundo sabe como eu trabalho, gosto mais de agir do que falar. Dia 19 a gente tem essa posição de forma muito clara”.
Cícero: ou capitula ou paralisa imediatamente a sua pré-campanha…
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