“Passou o tempo do dedo na cara”
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Sem surpresas
Um sábado absolutamente atípico em Brasília, com hotéis lotados e as dependências do Congresso Nacional abarrotadas de congressistas, familiares de políticos e muitos jornalistas.
O desenho preliminar do resultado para as eleições nas presidências da Câmara e do Senado foi materializado, apesar da sempre ´quebra´ na quantidade de votos esperada.
“Nos orgulhar”
Na despedida da presidência do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) disse que “o que mais deve nos orgulhar, sem dúvida alguma, é a defesa que o Senado fez da democracia no Brasil”.
Convergência
“A defesa da democracia foi uma tônica que fez com que o Senado se unisse num momento de negacionismo, de ataques antidemocráticos, de negação à obviedade de que a democracia deve ser garantida no país”, adendou.
“Catalisador”
Ao discursar após ser novamente eleito para presidir o Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) sublinhou que não está em busca de protagonismo: “Não é isso que me move aqui. Quero ser um catalisador desse Senado. E ajudar a construir os consensos que forem necessários para melhorar a vida da população brasileira”.
“Continuo igual”
“Tenham certeza de que continuo igual. Volto a presidir o Senado, mas continuo sendo um senador, como cada um dos senhores e das senhoras. Nem maior, nem melhor do que ninguém”, frisou Davi.
“Voz e espaço”
O novo presidente assegurou que o Senado será “uma Casa de iguais, onde cada senadora e cada senador terá voz e espaço, independentemente de sua ideologia ou orientação política”.
“Em cima da hora”
Davi registrou que o Senado, nos últimos anos, “foi chamado não para ser ouvido ou opinar sobre assuntos de interesse do Brasil, mas para votar em cima da hora matérias relevantes que poderiam e seriam aprimoradas por nós”.
“Melhor caminho”
“O Senado não pode se furtar a debater ou ter preconceito contra qualquer assunto que chegue à tona do Parlamento. Quando esse consenso for muito difícil, o melhor caminho a se seguir é o voto, com a prevalência de quem tiver mais votos”, enfatizou Alcolumbre.
“Tomar a dianteira”
O novo presidente discursou que “devemos tomar a dianteira da agenda legislativa em favor do país. Trabalharei incansavelmente pela harmonia com os outros Poderes, nenhum parlamentar tem a autoridade de atrapalhar a agenda do governo, mas queremos o direito de dizer se concordamos ou não. Opinar e dar um caminho para uma proposta é o mais razoável para termos uma proposta aprovada e, assim, fazer com que o resultado seja positivo”.
Consumação
Como era esperado, a paraibana Daniella Ribeiro (PSD) foi eleita para ocupar a relevante 1ª Secretaria de Senado.
“Muita honra”
“É com muita honra que assumo mais esse compromisso na minha vida pública, no meu mandato como primeira senadora eleita pelo meu estado, a Paraíba. Fico muito feliz em poder contribuir com a gestão do nosso presidente Davi Alcolumbre”, verbalizou Daniella.
“Entregas históricas”
Na Câmara Federal, o ´superpresidente´ Arthur Lira (PP-AL) se despediu do cargo assinalando que “os desafios desse período e de nossa gestão foram muitos e não se limitaram ao plano legislativo, onde conquistamos entregas históricas inegáveis”.
Como candidato
O paraibano Hugo Motta (Republicanos) fez o primeiro pronunciamento do sábado no espaço destinado na tribuna aos que postulavam a presidência.
“Harmonia”
Ele prometeu que “juntos vamos fortalecer institucionalmente a Câmara, manter a sua autonomia e independência em relação aos demais Poderes. É salutar compreendermos que uma gestão de país se faz com respeito e com o pressuposto da harmonia”.
“Prerrogativas”
Em seguida, Motta pontificou que “a garantia das prerrogativas parlamentares é essencial para o fortalecimento do povo, pois cada um de nós, deputados e deputadas, está diretamente relacionado aos anseios daqueles que nos deram o voto”.
“Deputado-presidente”
“Espero errar o menos possível, ouvindo ao máximo. Serei o que sempre fui – de outra forma, mas o mesmo. Serei um deputado-presidente, e não um presidente-deputado. Sair daqui (da tribuna) para ali (a cadeira do presidente) não pode ser a distância entre a humildade e a arrogância”, acentuou.
´Batismo´
Após obter 444 votos dos 513 deputados – a segunda maior votação entre os eleitos para presidir a Câmara, Hugo Motta fez um discurso que surpreendeu pelo conteúdo e pelos gestos.
A seguir trechos desse momento histórico para a política paraibana.
“Transitório”
“A vida pública é o exercício permanente do transitório. É a compreensão de que todos passamos, mas as instituições ficam e, para além delas, mais importante: ficam as transformações históricas e sociais de cada era. Ficam a coragem e as posições. Ficam os princípios e não as conveniências.
“Todos iguais”
“Ficam as convergências que constroem e não as divergências que paralisam e destroem a compreensão de que podemos pensar diferente, mas somos todos iguais no que é indiscutível: somos todos brasileiros e brasileiras.
O que não se apaga
“As glórias são efêmeras, mas os propósitos e os avanços o tempo nunca apaga. As paixões são radicais, mas são o equilíbrio e a razão que conduzem as horas mais difíceis.
Recordação
“Vejo este plenário deste ponto de observação tão singular e não posso deixar de lembrar e me emocionar que esta é e será sempre a cadeira do Senhor Diretas, do Senhor Democracia, a eterna cadeira do pai de nossa Constituição, Ulysses Guimarães
Desejos nacionais
“Assumo a presidência da Câmara com 3 compromissos, 3 únicas prioridades: servir ao Brasil, servir ao Brasil, servir ao Brasil. O povo brasileiro não quer discórdia. Quer emprego. O povo brasileiro não quer luta pelo poder. Quer que os poderes lutem por ele. O povo brasileiro não quer a divisão da ideologia. Mas a multiplicação no seu dia a dia.
“Chega”
“Não temos tempo para errar. Chega de zero a zero. O povo brasileiro quer resultado. Quer emprego, quer melhorar de vida, quer educação melhor para seus filhos, quer mais segurança, quer viver melhor. Quer um futuro melhor, um Brasil melhor.
Se…
“E se não formos capazes de entender e agir de forma prática, responsável e urgente para libertar o Brasil das amarras que aprisionam o nosso futuro, não estaremos à altura deste lugar e desta hora.
“Deixar passar”
“Não podemos continuar desperdiçando seu (Brasil) presente e sacrificando o seu futuro. Não podemos continuar penalizando a nossa gente porque não existe um caminho da direita, um caminho da esquerda ou um caminho do centro: existe apenas o caminho do Brasil. Faço aqui um apelo: vamos deixar o Brasil passar!
Inflação
“Não se pode discutir mais o óbvio. Nada pior para os mais pobres do que a inflação, a falta de estabilidade na economia. E a estabilidade é a resultante de um conjunto conhecido e consensual de medidas de responsabilidade fiscal. Não se apaga fogo com gasolina. Não existe uma nova matriz de combate ao incêndio. Isso é apenas atear fogo com outro nome. E nosso dever é apagá-lo, pelo bem do povo brasileiro
“Melhores práticas”
“Não há democracia com caos social. Não há estabilidade social com caos econômico. Defenderemos a democracia porque defenderemos também as melhores práticas e as melhores políticas econômicas para defender a paz nos lares dos brasileiros, sobretudo os que mais precisam.
Chegada
“Chego à presidência da Câmara pelas nuvens e tempestades do destino, como definiu aquele que dá nome a este Plenário (Ulysses Guimarães). Não chegaria até aqui sem o apoio de amigos e motivadores da política.
Reprodução
“Nesta cadeira de Ulysses, às vésperas de completarmos 4 décadas, em homenagem a todos os presentes, aos brasileiros, à democracia, ao respeito às instituições e entre as instituições, faço questão de relembrar o gesto histórico de Ulysses ao promulgar a Constituição que todos juramos respeitar: viva a democracia!”
O detalhe
Hugo levantou, segurou a Constituição com as duas mãos e repetiu o gesto com a Constituição nas duas mãos.
“Minha escola”
Seguiu o discurso: “E foi pelo MDB de Ulysses que cheguei nesta Casa, com apenas 21 anos, em 2011. Com muito orgulho, posso dizer que o MDB foi minha escola e minha faculdade de política brasileira.
“Nojo”
“Na inauguração da nova Constituição, no mesmo célebre discurso Ulysses pronunciou a frase que ainda ecoa nestas galerias: ´tenho ódio e nojo à ditadura!´
Inexiste
“Não existe ditadura com parlamento forte. O primeiro sinal de todas as ditaduras é minar e solapar todos os parlamentos. Por isso, temos de lutar pela democracia.
Recuperação
“O Legislativo jamais avançou em nenhuma prerrogativa, no presente ou no passado. A rigor nunca. Na verdade, o poder Legislativo recuperou suas prerrogativas, definidas pelos constituintes originários.
“Arrendamento”
“Saímos do presidencialismo absolutista por obra e graça de uma Constituição legítima e promulgada e, pelas circunstâncias, resvalamos por outros meios para um absolutismo presidencial que a Constituição não previa, através do arranjo da cooptação do parlamento, do toma lá dá cá, de uma espécie de arrendamento do Legislativo pelo Executivo.
“Caminho sem volta”
“Tenho absoluta certeza também que o passado é um caminho sem volta, pois sabemos todos muito bem onde termina: termina na destruição da política, no colapso da democracia. E isso não podemos mais correr o risco de experimentar.
Transparência
“Têm razão os que pregam por mais transparência. Sou o primeiro dessa fila. Sou a favor de uma radicalização quando falamos da transparência nas contas que são, por definição, públicas. Temos hoje tecnologias nas plataformas digitais capazes de acompanhar em tempo real cada centavo despendido por todos os poderes.
“O respeito não grita”
“Quando cada um reconhece o seu lugar, o nome disso é respeito. Passou o tempo do dedo na cara. É hora do olho no olho. O respeito não grita. O respeito ouve e se faz ouvir.
“Acima de todos”
“Ninguém é dono da Constituição. Todos somos seus devotos defensores. E todos, sem exceção, devemos a ela obediência. A Constituição está acima de todos e nada ou ninguém acima dela porque, fora disso, a democracia que a concebeu estará ferida de morte.
“Não tem dono”
“A democracia não tem dono. Somos todos donos da democracia. Porque se a democracia tem um dono, a democracia não é de ninguém. Democracia só é democracia se é de todos.
“Flecha” lançada
“No meu quarto mandato, venho da minha amada Paraíba e Patos, a minha terra é o meu barro. Minha família me moldou e me forjou. À minha grande referência de vida, minha avó, uma guerreira, Francisca Motta, a minha felicidade de fazer você feliz neste momento. Eu sou a flecha que um dia você lançou.
De todos os poderes
“Por que este Parlamento, responsável que é pelo orçamento, como determina a Constituição, não oferecer à sociedade uma plataforma integrada de todos os poderes – todos – para que os brasileiros e as brasileiras possam acompanhar todas as despesas em tempo real de todos os poderes? Transparência Total de Todos. A sociedade brasileira agradece.
Sem “opacidades”
Na questão da transparência, o que não pode haver é opacidades e transparências relativas. Porque o princípio é da igualdade entre os poderes”.
“O Brasil não pode errar”
Ainda Hugo Motta: “O Brasil não pode errar e não podemos deixar que ninguém erre contra o Brasil. Temos de estar sempre do lado do Brasil. Em harmonia com os demais poderes, encerro com uma mensagem de otimismo: – Ainda estamos aqui!”
Hugo Motta seguirá presidindo o Republicanos na Paraíba?…
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