Uma confusão ´em cada esquina´

Privatização avança

O Diário Oficial do Estado publicou ontem editais da Governadoria do Estado, assinados pelo governador João Azevedo e pelo secretário de Infraestrutura, Deusdete Queiroga Filho, convocando assembleias de microrregiões “visando a transição ordenada e gradual da gestão e operação dos serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário”, bem como “a anuência para celebração de Convênio de Cooperação, com vistas à viabilização da licitação internacional de uma Parceria Público-Privada (PPP) de Esgotamento Sanitário em bloco único’”.

Inclusões

Áreas relacionadas pelos referidos editais: Borborema, Itapororoca e Curral de Cima; Coremas e São José de Princesa; Alcantil, Baraúna, Santa Cecília, São Sebastião do Umbuzeiro e Tenório.

Outra CPI

Na sessão de ontem da Câmara campinense, a bancada de situação protocolou um pedido de instalação de uma CPI (comissão parlamentar de inquérito) para averiguar as denúncias – consideradas ´adormecidas´ – do ´mutirão´ oftalmológico do programa ´Opera Paraíba´, que provocou problemas de visão em dezenas de pacientes atendidos no Hospital das Clínicas.

 O detalhe

O assunto, por sinal, foi destaque esta semana em um telejornal nacional da TV Globo, que mostrou a permanência de sequelas em muitos dos pacientes do aludido ´mutirão´.

Disponibilidade

O vereador Pimentel Filho (PSB) revelou, ainda na sessão de ontem, que o ex-deputado estadual Robson Dutra, responsável pela Fundação Rubens Dutra Segundo, se colocou à disposição da mesa diretora do Legislativo (presidente Saulo Noronha) para prestar todos os esclarecimentos necessários acerca do caso.

A citada Fundação era a contratada pela Secretaria estadual de Saúde.

Desabafo

O deputado Hervázio Bezerra (PSB) ocupou ontem a tribuna da Assembleia Legislativa para fazer um discurso predominantemente destinado ao governador João Azevedo (PSB).

Leia trechos.

“Lealdade não se cobra”

“Amizade e respeito não têm para vender em supermercado algum; não se compra; se conquista com atos, com atitudes, com postura e com comportamento (…) Lealdade não se cobra, se reconhece.

“Escolhas”

“A vida é feita de escolhas. E toda essa inquietação é por conta do meu apoio a Cicero Lucena, com quem eu tenho toda uma história. Temos uma relação muito forte e antiga de confiança recíproca.

Irredutível

“Minha opção é por Cícero, incomode a quem incomodar.

O que machucou

“O que me doeu, e doeu em Léo (Bezerra, seu filho), foi que o governador ligou para Léo dizendo que após o discurso do vice-prefeito na solenidade de filiação de Cícero ao MDB (na semana passada) não via mais condições para ele presidir o partido (em João Pessoa).

Se…

“Se espantarem, esse secretariozinho (Tibério Limeira) vai ver que ele ainda não conhece quem é Léo.

“Passar na cara”

“Não tem coisa pior na vida do que você fazer uma indicação, fazer um favor e você passar na cara.

“Arma moral”

“Não aceitamos que uma indicação feita lá atrás seja usada hoje como arma moral ou instrumento de cobrança. Eu não tenho meias palavras. E estou dizendo isso a um cara que eu prezo, pela relação que construímos desde que ele (João Azevedo) era secretário.

“Não é correto”

“O senhor (João) não pode ir para a imprensa para dizer que ´eu indique Léo duas vezes para ser vice-prefeito´ (…) Não é correto você fazer um favor e passar na cara (…) Ninguém deve passar no rosto de ninguém o favor que fez.

Inquietude

“Eu precisava fazer esse desabafo, senão eu ia morrer. Estou com muitas noites sem dormir.

Arremate

“Quando a porta da política se fecha, por causa da divergência democrática, isso não diminui quem saiu, apenas revela quem fechou”.

Concessão

O deputado Felipe Leitão (REP), que presidia os trabalhos na sessão, mais que duplicou o tempo regimental para o pronunciamento de Hervázio.

Permissão

Hervázio revelou na tribuna que obteve previamente a concordância do deputado-presidente Adriano Galdino (REP) para fazer um pronunciamento mais ´elastecido´.

Testemunho

Logo após o discurso do deputado socialista, o deputado Wallber Virgolino (PL) disse na tribuna que “tudo que Hervázio disse eu corroboro”.

“Eu sei o que é perseguição política e o que é o Estado lutando para derrotar um deputado”, acrescentou.

Versão

O empresário Dalton Gadelha, do grupo Unifacisa, solicitou ´direito de resposta´ à produção do programa Jornal da Manhã, da Rádio Caturité FM (104.1), para contestar declarações dadas ao mesmo programa, segunda-feira última, pelo prefeito Bruno Cunha Lima.

Será nesta quinta-feira, ao vivo, às 8 horas da manhã.

Sob a lua

Hugo Motta (Republicanos), presidente da Câmara Federal, ampliou o leque de desafetos internos.

Ele rompeu com o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), utilizando uma mensagem de Whatsapp enviada às 2 horas da madrugada na semana passada, conforme noticiou o jornal Folha de São Paulo.

Motivação

Os desentendimentos têm a ver com o projeto ´Antifacção´, aprovado pela Câmara na semana passada.

Dias atrás, Hugo igualmente rompeu com o seu conterrâneo Lindbergh Farias (RJ), líder do PT na Câmara.

Caos forjado

Ainda segundo a ´Folha´, Hugo comentou com interlocutores que respeita o líder do PL, mas que ele e Lindbergh adoram gerar um caos semanal nas votações, levando a Câmara a desgastes desnecessários.

Combinação

Os dois líderes, embora de partidos divergentes, são muito amigos. E, na visão de Motta, combinam até o dia de brigar, ganhando destaque em meios de comunicação, que frequentemente os convidam para debater.

Protesto…

Hugo Motta, por outro lado, acionou a Advocacia da Câmara para ingressar com uma queixa-crime por suposta difamação contra José de Araújo Pereira, coordenador do Sintef-PB (Sindicato dos Trabalhadores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica da Paraíba) em Campina Grande.

… Contestado

A queixa é por causa de uma campanha do sindicato que veiculou 10 outdoors, em outubro, com críticas aos deputados do estado que votaram a favor da chamada ´PEC da Blindagem´ na Câmara.

Tramitação

Conforme o portal Uol, a ação tramita na 4ª Vara da Justiça Federal da Paraíba e foi assinada por Jules Michelet Pereira Queiroz e Silva, advogado-chefe da Câmara dos Deputados.

Sigilo

Hugo Motta pediu que o caso tramitasse em segredo de Justiça, o que foi negado pelo juiz federal Vinícius Costa Vidor: “A lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem. Nesse sentido, a investigação e o processo penal, em regra, devem ser públicos”.

Conteúdo

Os outdoors foram espalhados em Campina Grande com a foto de Motta e a seguinte frase: “Eles votaram sim para proteger políticos que cometem crimes”, diz a propaganda, nomeando os parlamentares que foram favoráveis à medida.

“Desonroso”

Para a defesa de Motta, a peça teve um “comportamento desonroso, que macula a sua honra objetiva” e por isso deve gerar condenação por crime de difamação (que prevê detenção de três meses a um ano e multa).

Indeferimento

A Advocacia da Câmara ainda solicitou a imediata exclusão de uma postagem constante nas redes sociais do sindicato que traz a imagem do outdoor.

O pedido também foi negado no último dia 6. “Não há indicação de que haveria intenção específica de difamar a figura pública do querelante”, avaliou o magistrado, ainda de acordo com Uol.

Aconselha-se a direção do PSB/PB a procurar um presidente para o partido em Campina…