Flertes à luz do sol
Foto: Leonardo Silva
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Pé na estrada
Após mais uma ´rodada de fotos´ ao lado do senador Veneziano Vital (MDB), no final de semana, o prefeito pessoense Cicero Lucena (PP) entoou declarações bem mais incisivas: “A minha pré-candidatura está posta, e só não serei candidato se Deus não quiser e o povo da Paraíba também não. Estarei colocando as minhas ideias, o meu trabalho, o que penso fazer pelo estado, contando um pouco da minha história, do que já fiz, para servir de exemplo. Não é de promessa, é de compromisso em favor da Paraíba”, afirmou Cícero em sua ´peregrinação´ pelo interior.
Ainda conforme as suas declarações, “estamos conversando, porque estamos definindo a questão da minha candidatura, por qual partido. Tenho encontrado dificuldade no meu partido, no PP, mas estamos conversando com as lideranças. Mas a minha grande aliança, com certeza, será com o povo”, verbalizou um Cícero mais (digamos) assertivo.
´Senha´
“Aguardem (para breve) que vocês vão se surpreender”, antecipou o prefeito sobre o seu futuro partidário.
Sem ré
Cícero começou a segunda-feira também ´pisando no acelerador´ na direção do distanciamento da base governista no Estado.
“Clima” ruim
“Vocês (jornalistas) acompanham melhor do que ninguém, porque são bem informados. Sabem qual é o clima que hoje existe no PP. Nós estamos sempre querendo que as coisas ocorram de forma natural, debatida e discutida. Obviamente, se não houver esse nível de discussão, eu ficarei desconfortável”, contextualizou Lucena.
Relógio contando
O prefeito de JP grifou que “nós estamos nos aproximando da definição e eu continuo pedindo que me digam qual é o critério para ser ou não candidato pela base do governo”, enfatizou o prefeito.
´Vai que é tua´
João Azevedo (PSB) resolveu optar pela derivação ao ser confrontado com os ´flertes´ políticos entre Cícero e Veneziano: “O prefeito está aqui e vocês perguntem a ele: qual é a chapa dele, qual é a decisão dele, não a minha. Eu não posso falar pelo prefeito”.
Tudo ´dentro de casa´
“As avaliações são feitas, eu sempre disse que as nossas decisões e avaliações são feitas sempre de forma interna, em reuniões internas. Eu tenho o maior respeito pela imprensa, mas não vai ser numa (entrevista) coletiva que a gente vai definir chapa não”, emendou João.
Situando
João Azevêdo e Cicero estiveram juntos, na manhã de ontem, na abertura do Paraíba World Beach Games edição 2025, no Busto de Tamandaré, em João Pessoa.
´Ao meu lado´
“Eu prefiro falar mais por mim, e eu só ando com meus aliados. Então, acho que todo mundo vê isso com muita clareza da minha parte, da minha atitude. Até porque são eles, são meus aliados que nos apoiam, que estão conosco, que nos colocaram aqui”, reagiu o vice-governador Lucas Ribeiro.
Se…
Ainda conforme as suas palavras, “se dependesse do senador Veneziano, nem eu seria vice-governador, nem o governador seria governador e nem o prefeito (Cícero) seria prefeito”.
Nada muda
“Eu caminho nessa linha e é assim que eu vou continuar buscando essa unidade do grupo, inclusive, utilizando essa forma de a gente fazer política, de maneira correta”, prosseguiu Lucas.
“Livre”
O vice-governador falou sobre a hipótese de desfiliação do PP de Cicero, que está se desenhando: “Cada um é livre, cada um é maior de idade para tomar suas posições, suas decisões”.
“De nossa parte, enquanto partido, sempre demos total contribuição e total abertura para o prefeito”, acrescentou.
Interlocutores
Na solenidade de posse do novo procurador geral de justiça, Leonardo Quintans, na tarde/noite de ontem, Cicero dialogou muito com Veneziano e com o prefeito Bruno Cunha Lima (União-CG), e quase nada com o governador João Azevedo, com Lucas ou com o presidente da Câmara Federal, Hugo Motta (Republicanos), que fez um ´pit stop´ na solenidade do Ministério Público da Paraíba.
Proximidade
Cícero posou para fotos com Veneziano, com o deputado-presidente Adriano Galdino (REP) e com o prefeito Bruno.
Unidade
Em entrevista ao ParaibaOnline, Bruno observou que “a oposição, desde a campanha de 2022, vem caminhando muito junta, procurando se fortalecer um ao outro, para construir um projeto cada vez mais sólido. Não um projeto eleitoral, mas um projeto de Paraíba”.
“Cisão pública”
Por outro lado – prosseguiu o prefeito – “a gente tem visto que na base do governo já existe uma cisão pública, e tem tido cada vez menos espaços para algumas lideranças importantes, a exemplo do prefeito Cicero Lucena”.
Acolhida
“Se essas lideranças entenderem ou compreenderem aquilo que a grande maioria de nós já percebeu – que não tem espaço dentro do governo -, e que pode somar forças conosco, que estamos apresentando um projeto alternativo, claro que a oposição está sempre aberta para receber e dialogar com essas pessoas que, por ventura, quiserem compor conosco”.
Sem bifurcação
Bruno avalia que a oposição não deverá ter duas candidaturas a governador no ano que vem: “Acredito que não. Tenho feito e participado de diálogos internos. Eu sou daqueles que defendem o diálogo intenso para a gente consolidar, quem sabe, uma chapa já unificada desde o primeiro turno”.
Indefinição
Hugo Motta, em rápida entrevista, registrou que “tenho acompanhado as notícias que têm saído, de maneira ainda muito equilibrada. Eu não vi nenhuma decisão, nenhum anúncio do prefeito Cicero num sentido nem noutro (romper ou não com a base governista).
Legitimidade
“O direito legítimo de querer ser candidato e disputar uma eleição todos nós temos, principalmente quem tem o currículo que o prefeito Cicero tem”, frisou Motta.
Mesmo caminho
“Eu continuo defendendo a unidade dos nossos partidos em torno desse projeto liderado pelo governador João Azevedo, para que a Paraíba possa seguir avançando e crescendo”, adendou Hugo.
“Assim seja”
Durante a solenidade do MPPB, João Azevedo reafirmou que “eu aposto muito na unidade do grupo, agora entendo também que existem projetos pessoais e vontades próprias”.
“Fazer política, na verdade, é uma grande caminhada. A gente tem que estar junto, e as pessoas têm que querer estar juntas. Se, por qualquer que seja o motivo, você acha que deve seguir um caminho diferente, assim seja. Eu não posso, de forma nenhuma, nem alterar vontades nem tampouco me preocupar exclusivamente com isso”, discorreu o governador, deliberadamente evitando esgrimir o prefeito pessoense – e, por dedução, não perder o seu apoio na disputa de uma cadeira para o Senado.
Você vai olhar a política da Paraíba ´vista de cima´…
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