Arimatéa Souza

Enigma nas entrelinhas

Arimatéa Souza
Publicado em 23 de setembro de 2025 às 0:12

coluna aparte

Foto: Leonardo Silva

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´Dia seguinte´

Com a imagem ´depenada´ Brasil afora, o presidente da Câmara Federal, paraibano Hugo Motta (Republicanos), participou ontem de um evento promovido pelo banco Pactual, na ´ressaca´ de um domingo de protestos, personificados na sua pessoa.

É oportuno resgatar trechos de suas declarações, entre as quais a de que é preciso “tirar da frente pautas tóxicas”.

É o que segue.

Remover

“Talvez a Câmara tenha tido na semana passada a semana mais difícil e desafiadora. Mas este presidente que vos fala decidiu tirar da frente pautas tóxicas, porque ninguém aguenta mais essas discussões.

O que importa

“Decidimos que vamos tirar da frente pautas tóxicas. O Brasil tem que olhar para frente e discutir aquilo que realmente importa como uma reforma administrativa, segurança pública.

“Fico feliz”

“Manifestações demonstram que a democracia segue mais viva do que nunca, tivemos manifestações da direita há 15 dias reivindicando outras pautas. Fico feliz, como uma pessoa que acredita na democracia, de ver as pessoas indo às ruas defender aquilo que acreditam.

Distorção

“Hoje temos deputados processados por crimes de opinião, por discursos na tribuna, uso das redes sociais, essa é a realidade. Por isso, a Câmara, na sua maioria, decidiu fazer a retomada do Constituinte originário de 1988. Ver toda essa discussão ser distorcida não é correto.

Universos paralelos

“Respeito o Senado, e a Câmara se sente no direito de defender o exercício parlamentar.

Sem aliviar

“Câmara não vai aliviar para parlamentar que cometa o crime comum, seja ele qual for. A liberdade do livre exercício do mandato precisa estar protegida. Foi isso que a Câmara fez. Vamos aguardar a posição do Senado.

“Livre exercício”

“Os abusos e ataques a atividade parlamentar não podem ser encobertos. Estou aqui para, com tranquilidade, altivez e honestidade, dizer que a Câmara fortaleceu o livre exercício da atividade parlamentar.

“Caminho certo”

“Esse debate só serve aos extremos, não serve ao país. Se estão os dois lados insatisfeitos, é porque estamos no caminho certo.

“Mudança legal”

“Essas pessoas estão sendo punidas dentro da lei, é inadmissível que isso (ataques golpistas) volte a acontecer. Mas é possível, dentro de uma mudança legal na lei penal, rever algumas penas que o Congresso entende que foram exageradas.

Beneficiário

“A esquerda se aglutina em torno da possível reeleição do presidente Lula. A discussão internacional ajudou o presidente do ponto de vista da soberania e reposicionou o discurso.

“Desorganizada”

“A direita está um pouco mais desorganizada. Temos nome com potencial com o Tarcísio (de Freitas, do Republicanos), Ratinho Júnior, no Paraná e Ronaldo Caiado, em Goiás. Na direita, há várias opções sem um cenário mais preciso porque a opinião de Bolsonaro tem muita força, ele que é o maior líder eleitoral da direita. Temos que aguardar um pouco.

“Minha aposta”

“Minha aposta é uma eleição polarizada, o Brasil segue dividido, com um ambiente de polarização. Tem também uma fadiga do eleitor que não é nem de direita nem de esquerda e vai levar esse eleitor quem tiver mais habilidade.

“Homem de partido”

“Sou homem de partido, tenho que aguardar o posicionamento do meu partido. É bom para o país que eu não tenha posição política expressada”.

Pendência

O prefeito campinense Bruno Cunha Lima (União) reapareceu ontem e disse que pretende se reunir, em breve, com o deputado estadual Eduardo Carneiro para definir o futuro do partido Solidariedade na gestão municipal e em sua base política.

´Colegiado´

Sobre a (prolongadamente) vacante liderança do governo no Legislativo campinense, Bruno respondeu que “temos lá (na Câmara) mais de dez líderes que se revezam todo dia na defesa dos interesses de Campina”.

Decisões…

O prefeito estava acompanhado do deputado federal Romero Rodrigues (Podemos) e também falou sobre a sua participação e da oposição no precoce processo eleitoral paraibano.

… Eleitorais

“Primeiro com muito dialogo, que é a chave, é a estratégia mais forte para se construir uma chapa e vencer uma eleição”, pontuou.

“Campina vai ser ouvida nesse processo. A cidade tem um peso importante nessas decisões. Portanto, nada mais justo do que estarmos participando ativamente desse processo”, adendou.

Fotografia de momento

Pesquisa feita pelo jornal O Globo mostrou que 55 dos 81 senadores já se posicionaram publicamente contra a ´PEC da Blindagem´ – ou da Impunidade, como queiram.

O detalhe

Os senadores paraibanos Efraim Filho (União), Daniella Ribeiro (PP) e Veneziano Vital (MDB) se posicionaram contra a PEC (emenda constitucional).

Povo nas ruas

Até mesmo o governador João Azevedo (PSB) se postou contra a condução de Hugo Motta de pautar (e votar a favor) a referida PEC.

“O povo brasileiro demonstrou a sua posição contrária. Foi muito importante que a população tivesse se posicionado, até porque essas duas PECs vão de encontro, no mínimo, ao bom senso”.

Sem “castas”

Acerca da proposta de anistia, em gestação na Câmara, João comentou que “você não pode ter a criação de castas de pessoas privilegiadas. E é o que a PEC da Blindagem tenta fazer”.

“Estímulo”

“A PEC da anistia vai na direção de você anistiar quem cometeu crime, o que seria um estimulo à repetição do processo. Os que atentaram contra a democracia e as instituições têm que ser punidos”, enfatizou o governador.

Em tempo

No caso da anistia, não se trata de uma PEC, mas sim de um projeto de lei.

Voto…

Durante as andanças pelo interior paraibano no final de semana, com destaque para a cidade de Casserengue, a deputada estadual Cida Ramos, presidente estadual do PT, publicizou o apoio para o Senado a João Azevedo e ao senador Veneziano Vital (MDB) – homenageado com o titulo de cidadania da citada cidade.

… Declarado

“É uma discussão nacional. Existe o desejo do presidente Lula, do PT. Veneziano é um senador da base aliada de Lula, assim como João Azevêdo (é da base). Então, os nossos senadores são esses dois. São os aliados de todas as horas de um projeto nacional para esse país”, justificou a petista.

Pé na estrada

Cida disse que o garimpo de votos já foi desencadeado: “É natural que a gente já esteja em ação por esses dois senadores, em todo canto”.

´Vem pra cá´

Ainda sobre o senador Veneziano. Ele informou ontem que convidou os deputados federais Mersinho Lucena (PP) e Wellington Roberto (rompido com a cúpula do PL) para ingressarem no MDB visando a disputa da reeleição.

Réplica

“Na verdade, eu entreguei o Estado com R$ 500 milhões em caixa e com todas as contas pagas. Sem nenhum atraso. E o Estado não vivia em página policial”, reagiu o ex-governador Ricardo Coutinho (PT) à afirmação de João Azevedo de que o Estado está muito melhor em comparação ao que ele recebeu em 2019.

Antológico

Instado a comentar como espera o retorno do prefeito pessoense Cícero Lucena após a caminhada que fez em Santiago de Compostela (Espanha), o deputado-presidente Adriano Galdino (Republicano) assim respondeu: “Acho que ele voltará mais purificado, mais cristão. E fisicamente talvez mais magro, maneiro, caminhou muito. Vamos esperar”.

Preservados

O governador assegurou ontem que “todos os compromissos que o Estado assumiu com a cidade João Pessoa, naquilo que se refere a obras e políticas públicas, nós manteremos absolutamente todos, até porque eu não faço política para o prefeito; eu faço política, obras e ações para a população”, numa menção velada ao afastamento de Cícero Lucena de sua base política.

Nova conjuntura

João Azevedo informou que já conversou com o vice-prefeito pessoense Léo Bezerra (PSB) sobre a nova realidade política, decorrente do rompimento de Cícero.

No momento certo

“Já conversamos. O desfecho é o que já tinha dito na primeira entrevista que eu fiz: a minha posição com relação a Léo vai ser cobrada quando ele estiver sentado na cadeira (de prefeito). Enquanto ele for vice, não tiver poder de decisão, não posso cobrar nada dele. Agora, quando ele sentar, vamos sentar sim pra gente conversar!” – discorreu Azevedo.

´Carta na manga´

A declaração do governador carece do que o inesquecível e marcante jurista Vital do Rêgo gostava de chamar de exegese – interpretação do que foi dito.

A cobrança a Léo se dará de forma administrativa ou eleitoral?

Na primeira hipótese, implicaria deduzir que João não pretende deixar o cargo, porque quando Léo (presumivelmente) for efetivado na prefeitura, já teria passado também o tempo de desincompatibilização eleitoral para João.

A segunda alternativa comporta a dedução de que João poderia aceitar o apoio de Léo na disputa para o Senado, mesmo ele estando agregado à campanha de seu antecessor para governador.

 

Vai eclodir em 2026 a ´bancada de Adriano Galdino´…

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