“Sustentados pela fé”

Três momentos marcaram o final de semana, o último sem a presença entre nós do Papa Francisco, sepultado no último sábado.

O primeiro instante foi um a homília do cardeal decano Giovanni Battista Re, amigo muito próximo de Francisco. Leia trechos.

“Nesta majestosa praça de São Pedro, onde o Papa Francisco celebrou tantas vezes a Eucaristia e presidiu a grandes encontros ao longo destes 12 anos, encontramo-nos reunidos em oração à volta dos seus restos mortais com o coração triste, mas sustentados pelas certezas da fé, que nos garante que a existência humana não termina no túmulo, mas na casa do Pai, numa vida de felicidade que não terá ocaso.

“Intenso pontificado”

“A manifestação popular de afeto e adesão, a que assistimos nos últimos dias, após a sua passagem desta terra para a eternidade, mostram-nos quanto o intenso pontificado do Papa Francisco tocou mentes e corações.

“Seguiu as pegadas”

“Apesar da sua fragilidade nesta reta final e do seu sofrimento, o Papa Francisco escolheu percorrer este caminho de entrega até ao último dia da sua vida terrena. Seguiu as pegadas do seu Senhor, o bom Pastor, que amou as suas ovelhas até dar a própria vida por elas.

“No meio do povo”

“Francisco foi um papa no meio do povo, com um coração aberto a todos. Foi também um papa atento àquilo que de novo estava a surgir na sociedade e àquilo que o Espírito Santo estava a suscitar na Igreja.

“Iluminar”

“Com o vocabulário que lhe era caraterístico e com a sua linguagem rica de imagens e metáforas, procurou sempre iluminar os problemas do nosso tempo com a sabedoria do Evangelho.

“Calor humano”

“Tinha uma grande espontaneidade e uma maneira informal de se dirigir a todos, mesmo às pessoas afastadas da Igreja. Dotado de grande calor humano e profundamente sensível aos dramas de hoje, o Papa Francisco partilhou em pleno as angústias, os sofrimentos e as esperanças do nosso tempo da globalização e, com uma mensagem capaz de chegar ao coração das pessoas de forma direta e imediata, dedicou-se a confortar e a encorajar.

“Tocou os corações”

“O seu carisma de acolhimento e de escuta, associado a um modo de se comportar que é próprio da sensibilidade dos nossos dias, tocou os corações, procurando despertar energias morais e espirituais.

“Casa para todos”

“O fio condutor da sua missão foi também a convicção de que a Igreja é uma casa para todos; uma casa com as portas sempre abertas.

“Hospital de campanha”

“Várias vezes utilizou a imagem da Igreja como um hospital de campanha depois de uma batalha em que houve muitos feridos; uma Igreja desejosa de cuidar com determinação dos problemas das pessoas e das grandes angústias que dilaceram o mundo contemporâneo; uma Igreja capaz de se inclinar sobre cada homem, independentemente da sua fé ou condição, curando as suas feridas.

“Não se cansa de perdoar”

“O Papa Francisco sempre deu centralidade ao Evangelho da misericórdia, sublinhando repetidamente que Deus não se cansa de nos perdoar: Ele perdoa sempre, seja qual for a situação de quem pede perdão e regressa ao bom caminho (…) Misericórdia e alegria do Evangelho são duas palavras-chave do Papa Francisco.

“Fraternidade”

“Em contraste com o que ele designou por ´cultura do descarte´, falou da cultura do encontro e da solidariedade. O tema da fraternidade atravessou todo o seu pontificado com tons vibrantes (…) ninguém se salva sozinho.

“Sempre uma derrota”

“Perante o eclodir de tantas guerras nos últimos anos, com horrores desumanos e inúmeras mortes e destruições, o Papa Francisco levantou incessantemente a sua voz implorando a paz e convidando à sensatez, a uma negociação honesta para encontrar soluções possíveis, porque a guerra – dizia o papa – deixa sempre o mundo pior do que estava: É sempre uma derrota dolorosa e trágica para todos.

Construção

“Construir pontes e não muros” é uma exortação que ele repetiu muitas vezes (…) O papa costumava concluir os seus discursos e encontros dizendo: ´Não vos esqueçais de rezar por mim´.”

Em Roma

Neste domingo, a celebração vaticana foi presidida pelo cardeal Pietro Parolin.

Confira alguns trechos de sua pregação.

Intensidade

“É precisamente a misericórdia do Pai, maior do que os nossos limites e os nossos cálculos, que caracterizou o Magistério do Papa Francisco e a sua intensa atividade apostólica.

Misericórdia

“O papa lembrou-nos que ´misericórdia´ é nome próprio de Deus e, portanto, ninguém pode colocar limites ao seu amor misericordioso, com o qual Ele quer levantar-nos e tornar-nos pessoas novas.

Legado

“O nosso carinho por ele, que se manifesta nestas horas, não deve permanecer uma simples emoção do momento; devemos acolher o seu legado e torná-lo vida vivida, abrindo-nos à misericórdia de Deus e tornando-nos também nós misericordiosos uns para com os outros.

Acolhimento

“Somos chamados a comprometer-nos em viver as nossas relações não segundo critérios calculistas ou ofuscados pelo egoísmo, mas abrindo-nos ao diálogo com o outro, acolhendo quem encontramos no caminho e perdoando as suas fraquezas e os seus erros.

“Grande ensinamento”

“Só a misericórdia cura, só a misericórdia cria um mundo novo, extinguindo os focos de desconfiança, ódio e violência: este é o grande ensinamento do Papa Francisco”.

Resgate

Ainda neste domingo, a Santa Sé divulgou um vídeo inédito do Papa Francisco, gravado em janeiro último por um hóspede da Casa Santa Marta, no qual o papa se dirige aos jovens participantes da iniciativa ´Oficinas de Escuta´

Eis o que ele disse.

“Escutar”

“Uma das coisas mais importantes na vida é escutar, aprender a escutar. Quando uma pessoa fala com você, espere até que ela termine, a fim de entendê-la bem e, depois, se quiser, diga alguma coisa. Mas o importante é escutar.

“Escutem bastante”

“Olhem atentamente as pessoas, elas não escutam. No meio de uma explicação, elas respondem e isso não contribui para a paz. Escutem, escutem bastante.

Recado final

“Não se esqueçam dos avós, eles nos ensinam muito”.

Em apuração

Conforme o jornal O Estado de São Paulo, o acordo de patrocínio entre a Vai de Bet e o Corinthians está na mira da Polícia Civil e do Ministério Público de São Paulo desde o ano passado.

A investigação abrange suspeita de furto qualificado, apropriação indébita, corrupção privada no esporte e lavagem de capitais.

´Prelo´

A vereadora Fabiana Gomes (União) é o nome mais citado para assumir em breve a Secretaria de Ciência e Tecnologia da prefeitura campinense.

Desembarque

Além de Pedro Cunha Lima, vão assumir hoje – final da manhã no auditório da Asplan, no centro de João pessoa – a direção estadual do PSD os seguintes membros da nova executiva estadual: Juliana Soares Ribeiro, vice-presidente; Dawan Lincoln de Sousa Alves, primeiro-tesoureiro; Fábio Araújo Viana, segundo-tesoureiro; Joel Moura Filho, vogal; e Matheus França Costa de Almeida, secretário-geral.

Pressão

Os ´cardeais´ do Congresso Nacional estão pressionando o governo federal a liberar o uso de emendas parlamentares indicadas pelas comissões e pelas bancadas estaduais para pagamento de pessoal na área da saúde, prática que é questionada.

Linha de frente

Segundo o ´Estadão´, os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), agem nos bastidores para bancar o pagamento de profissionais de saúde e funcionários de prefeituras com o dinheiro que deveria ir para a manutenção de postos de saúde, hospitais, exames e cirurgias, mantendo a proibição apenas para as emendas individuais.

Recorrer ao TCU

A estratégia dos congressistas é buscar aval do Tribunal de Contas da União (TCU), concordância do governo ou aprovação de um novo projeto no Congresso. Procurados, Motta e Alcolumbre não comentaram. O Ministério da Saúde não se manifestou.

Interpretação estendida

A Constituição proíbe a indicação de emendas para pagamento de pessoal no Orçamento.

Mas a cúpula do Legislativo defende um entendimento segundo o qual, como há essa proibição expressa para as emendas individuais da saúde, o uso de outras modalidades estaria liberado.

Estão em jogo R$ 12,6 bilhões no Orçamento deste ano.

Tem um ´coração´ flertando com o partido Republicanos…