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Engajamento
Se, no turno inicial da disputa, a participação (em todos os sentidos) do governador João Azevedo (PSB) na campanha eleitoral em Campina Grande foi muito aquém do que se esperava, a começar do próprio candidato Jhony Bezerra (PSB), no turno final concluído neste domingo o envolvimento do governo estadual no pleito serrano aconteceu numa espiral crescente, tendo como ´ponta-de-lança´ o ´supersecretário´ de Administração do Estado, Tibério Limeira, que praticamente passou a residir na cidade na reta final da campanha.
Aposta alta
Na ´balança´ do envolvimento efetivo com a campanha de Jhony, teve peso expressivo e constante a cúpula estadual e municipal do Republicanos, até por vislumbrar na eventual vitória do socialista a abertura de um imenso espaço para ocupação num recorte geopolítico do Estado no qual a sua presença e influência são ainda limitadas.
Rota de colisões
Como uma espécie de ´porta-voz´ precursor de seu grupo político na perspectiva do ´embate pra valer de 2026´, na cidade, Jhony destinou a ousadia própria dos neófitos na política ao estabelecimento de confrontações e animosidades que provavelmente lhe cobrarão o preço no futuro.
Mudou de…
Mas é justo pontuar que o ex-prefeitável do PSB de Campina sai muito maior desse processo, apesar do amargo sabor da derrota.
… Patamar
Diante de um agrupamento de oposição praticamente sem candidato a prefeito nem a vice às vésperas das convenções, destemidamente Jhony ocupou esse vácuo cum uma candidatura que largou pouco crível, até mesmo para companheiros de partido (e de governo).
Sem recuo
Essa obstinação pode ser simbolizada na sua decisão de não aceitar – sequer – discutir a possibilidade, poucas horas antes da convenção do PSB, de desistir da pré-candidatura a prefeito em favor de uma composição do PSB com o PSD na cidade, que desaguaria na candidatura da senadora Daniella Ribeiro.
Volta…
De sua parte, o prefeito Bruno Cunha Lima mostrou uma impressionante capacidade de recuperação e de superação de desafios.
Essa constatação precede – temporalmente – em muito o turno suplementar realizado ontem.
… Por cima
Ainda em meados deste ano, Bruno (para muitos) era um projeto de reeleição fadado ao precoce insucesso, até mesmo com a avaliação por muitos de ser inviável já na largada da campanha eleitoral, por conta de intenções de voto bem aquém do seu antecessor Romero Rodrigues (Podemos) e do deputado Inácio Falcão (PCdoB).
Interpoderes
A descrença interna e externa serviu para fragilizar a sua base política, agudizando a conivência já sempre tensionada com o Legislativo.
Não por acaso, ficou sem maioria na Câmara de Vereadores.
Pragmático
A simbologia dessa ´radiografia´ pode ser personificada no vereador-presidente Marinaldo Cardoso (REP), que fez uma ´conta de chegada´ e avaliou que embarcar rapidamente na candidatura que se desenhava de Romero seria uma garantia de duas alternativas robustas: ser o candidato a vice do ex-prefeito ou conseguir a garantia de que teria sobrevida na presidência da Câmara na nova legislatura.
Ponto de inflexão
A volta por cima de Bruno, com conquistas administrativas marcantes, como a revitalização do Parque Evaldo Cruz e expansão do Parque do Povo, com a sequenciada realização de uma marcante edição do Maior São João do Mundo, forneceu-lhe a retaguarda necessária para costurar um amplo leque de apoios políticos e de escalar gradualmente os degraus que o levariam ao seu projeto de reeleição.
Sem desagregação
Com extremada resignação e tolerância, Bruno construiu as condições para Romero não deixar o seu agrupamento político e, por conseguinte, não adentrar numa disputa ´intestina´ pelo comando da PMCG.
Agilidade
Diante da não consumação da esperada vitória no 1º turno – por cerca de 4 mil votos -, o prefeito campinense soube novamente ´curar´ de forma rápida as feridas, identificar equívocos e mergulhar nas articulações para carimbar o novo mandato.
Entrelinhas
Com a vitória de ontem, Bruno leva como acompanhamento o ´recado´ das urnas de que precisa azeitar bem melhor a sua engrenagem administrativa, para que índices perenes de aprovação lhe proporcionem disputas eleitorais sem sobressaltos como os ocorridos este ano.
Muitos capítulos
Muito ainda há o que se falar sobre as eleições deste ano em Campina.
Mas a opulência dos fatos sugere que essa abordagem ocorra gradualmente, até porque o fechar das urnas faz normalmente com que aflorem capítulos ainda submersos da disputa.
Nossa Capital
Sobre a eleição deste domingo em João Pessoa, pode-se dizer que pouca novidade ocorreu em seu capítulo final, o que já era presumido por duas razões fundamentais.
Sem agregar
Em primeiro lugar, pela impossibilidade do bolsonarista Marcelo Queiroga (PL) de conseguir atrair coesamente a oposição ao prefeito Cícero Lucena (PP) para apoiá-lo no 2º turno.
Rolo compressor
Em segundo lugar, nova evidência (como se fosse preciso!) do grau de mobilização e de influência que possuem as estruturas administrativas do Estado e da prefeitura pessoense num processo eleitoral, principalmente quando trabalham juntas na mesma direção.
Mas remanesce uma observação indeclinável ao reeleito prefeito Cícero: é humana, política e psicologicamente impossível se permanecer, por muito tempo, tendo que conviver com o ´fantasma´ constante de novas operações policiais orbitando uma gestão pública.
O ´Palácio da Redenção´ seguirá imune ao desgaste do ´Paço Municipal ´ pessoense?…
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