Briga paroquial em salão nobre
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Largada midiática
O debate inaugural deste ano para escolha do próximo prefeito de Campina Grande modelou a campanha que formalmente começa hoje: escassas propostas fundamentadas e farpas em profusão.
Em boa medida, o programa da TV Arapuan orbitou em torno da figura do prefeito Bruno Cunha Lima (União Brasil), candidato à reeleição, mesmo quando não houve a sua intervenção direta.
A seguir, trechos marcantes do ´aquece´ eleitoral.
Mudança…
Artur Bolinha (Novo): “Na verdade, eu pensei que não estaria aqui debatendo. Não estava no meu propósito inicial ser candidato. Imaginava que Romero Rodrigues pudesse ser candidato, e pra mim a campanha estaria absolutamente definida.
… De rota
“Fui chamado pelo presidente Bolsonaro para que pudéssemos representar a direita em nossa cidade, em cima de uma pauta conservadora e de valores cristãos.
Por exclusão
“Sou uma alternativa para os campinenses que não estão satisfeitos com a atual gestão e que não confiam nos outros candidatos para conduzir os destinos da cidade”.
Nomenclatura
Inácio Falcão (PCdoB) indagou ao prefeito Bruno sobre o programa ´Saúde de Verdade´: “significa que antes a saúde era de mentira?”
Sequenciamento
Bruno: “Cada prefeito deu a sua contribuição. O meu grande desafio foi e é melhorar a qualificação da atenção básica”.
´Fake´
Inácio: “O seu (BCL) governo é um governo de fake news. Faltam medicamentos, médicos e profissionais de saúde. As duas UPAs (unidade de pronto atendimento) estão sucateadas”.
“Desafio”
Bruno: “A saúde que você conhece é provavelmente a saúde do ´faz de conta´ do governo que você apoia (…) Não quero transparecer que está tudo perfeito. A saúde é o maior desafio dos médios e grandes municípios. Mas a gente também não pode deixar de reconhecer que, embora não seja perfeita, a saúde está muito melhor.
Zeladoria
Bolinha: “É preciso, acima de tudo, melhorar a qualidade de nossa frota e a nossa pavimentação asfáltica. Campina poucas vezes foi tão mal cuidada em sua pavimentação. É preciso um grande programa nesse sentido”.
Morde e assopra
Bolinha: “Um governo (o de BCL) que não foi montado com objetivos escusos. Bruno é uma pessoa correta, bem intencionada, bem educada e culta. Mas, infelizmente, lhe falta uma característica fundamental para quem ocupa cargo executivo: aptidão para exercitar o cargo. E é em decorrência disso que tudo na cidade acontece de forma muito lenta. Isto é uma crítica construtiva”.
Preposto
Bolinha: “Você (Jhony Bezerra, PSB) foi escolhido para representar o projeto de uma pessoa (João Azevedo). Nunca vi você se posicionar contra o absurdo do aumento da carga tributária (ICMS)”.
Mais além
Jhony: “Não represento apenas uma candidatura do governador, mas represento um sentimento majoritário hoje em Campina. Uma candidatura que representa uma mudança em Campina”.
De última hora
André Ribeiro (PDT): “Estamos vivendo uma situação muito sui generis (incomum). Temos aqui um candidato que só é candidato porque alguém não quis ser candidato. Bolinha acabou de dizer que é candidato porque Romero não quis ser candidato.
“Arrumadinho”
“Vamos libertar o povo desse arrumadinho que eles fizeram. Estão todos juntos novamente (Bruno e Romero)”.
Em movimento
“O governo atual é o governo do gerúndio – ´estou fazendo´ e nunca conclui”.
Ações
Nelson Júnior (Psol) propôs a descentralização dos festejos juninos e denunciou o “abandono da fiscalização” para preservação do meio ambiente.
Omissão
Nelson: “O governo do Estado promoveu mudança no Parque do Poeta, que é uma unidade de proteção. O Estado danificou a unidade e abriu espaço para construções. E não lembro de o senhor (Inácio Falcão) ter votado contra isto”.
Inativo
Bolinha questionou Bruno acerca do não funcionamento do Hospital da Criança.
Pendência judicial
Bruno alegou que existe um processo judicial que a prefeitura moveu contra a empresa executora da primeira etapa, para que a empresa devolva ao Município os recursos que foram recebidos e que não foram executados a contento.
Descrença
Bolinha: “De forma muito honesta, eu não acredito nessa sua versão. Passou o mandato inteiro para poder dar uma resposta.
Frase
Nelson: “O Hospital da Criança é um hospital fantasma”.
Reconstrução
Jhony: “O primeiro passo é arrumar a casa. A casa está desarrumada. A gente precisa organizar as finanças da prefeitura. O atual prefeito quebrou, literalmente, a prefeitura”.
Caótica
Inácio: “Uma gestão (a atual) que não dialoga (…) A cidade está um caos”.
Insegurança alimentar
Jhony: “O campinense está vulnerável, passando fome, não tem sequer o acolhimento da gestão municipal.
´Togado´
André: “Eu serei o prefeito mediador dos conflitos”.
Parque fabril
André: “Campina tem uma fábrica de buracos”.
Mobilidade
Bolinha: “Campina é uma cidade que tem um trânsito relativamente bom, considerando o que se tem em outras cidades”.
Irresponsabilidade
“Já participei de vários debates. Mas poucas vezes eu vi debate (como este) onde os candidatos prometeram tanto, sem ter a responsabilidade do ponto de vista orçamentário. Embora a atual gestão tenha falhas, eu sei que ela não tem condições de atender a todas as necessidades”.
Fragilidades
Bolinha: “O que falta à atual gestão é uma melhor condição de planejamento, tempo de resolutividade e um exercício efetivo de prioridades. Uma das minhas maiores virtudes seja formar boas equipes”.
“Abandono”
Jhony: “A saúde de Campina vive um total abandono. É um verdadeiro apagão. Por que você (Bruno) abandonou a saúde? Bruno recebeu o Hospital da Criança pronto e não colocou para funcionar”.
Outra viatura
Bruno: “É importante você (Jhony) não me medir com a sua régua. Nem medir o meu governo com a régua que mede o governo que você representa. Campina sabe que a sirene que toca perto dos hospitais estaduais não é de ambulância, mas é sirene de polícia”.
Reprovação
Bruno: “De nossa parte, existe compromisso. As nossas contas foram aprovadas pelo Tribunal de Contas com louvor. As contas do governo do estado que você representa foram reprovadas no ano da pandemia, porque só aplicaram 9% (do orçamento) na área da saúde.
Inação
Bruno: “Não estou aqui para tentar transparecer a ideia de que tudo está perfeito, até porque eu sei que não está. O diferencial não é identificar problemas, mas entregar soluções. Você (Jhony), quando foi diretor do Hospital de Clinicas, o muro caiu e ficou oito meses com o muro caído”.
Gargalo
Bolinha: “O aparelhamento da máquina pública aniquila a capacidade de investimento do município. Este talvez seja um dos maiores problemas de nossa cidade”.
Cutucada
Inácio: “Não precisa expor o combinadinho entre o senhor (Bolinha) e o prefeito”.
“Com ninguém”
Bolinha: “Conluio eu não tenho com absolutamente ninguém. Agora, tenho compromisso com a verdade. E não tenho nenhuma dificuldade de reconhecer quando alguém acerta”.
Sem demagogia
Bolinha: “Eu não prometo absolutamente nada que eu não tenha possibilidade de cumprir. Sou honesto intelectualmente. Não minto para ganhar votos, não faço falsas promessas”.
“Só promessa”
Bolinha: “Aqui é promessa, promessa, promessa… Se você fizer o orçamento de quanto tudo isso vai representar, aposto que nenhum (deles) sabe dizer. Eu tenho responsabilidade com a minha cidade e a minha história”.
Freio puxado
Jhony: “Gestão ineficiente. O atual prefeito ganhou uma ´Ferrari´ de presente e simplesmente ele não sabe pilotar. A ´Ferrari´ está com o freio de mão puxado. A cidade está parada devido a uma gestão que não tem capacidade de resposta (…) Você é um prefeito que não gosta de trabalhar”.
Funcionalismo
Bruno: “É possível dar tudo? Fazer tudo? Especialmente para a pequena ´patotinha´ que circula em torno do Sintab? Não é possível. Mas inegavelmente temos avançado muito. Fizemos centenas de nomeações (…) Campina tem mais de 70% dos professores da rede de ensino concursados e efetivos”.
Postos de trabalho
Inácio: “A geração de emprego e renda tem muito a ver com o governo federal. Não se titule nem se rotule (BCL) com as benesses do governo Lula”.
Institucionalidade
Bruno: “Quem gera empregos são os empresários. O poder público pode criar um espaço mais propício. Tenho uma relação institucional com todos os governos, porque a minha prioridade é Campina”.
Aparência
Jhony: “Nós vamos resolver o problema da saúde de Campina. As reformas de unidades básicas são de ´fachada´. Por dentro faltam médicos e medicamentos”.
“Lentidão”
Bolinha: “Uma marca que caracteriza a atual gestão é a lentidão nas ações. É extremamente reativa, precisa ser provocada. Todas as áreas do município padecem da lentidão da gestão. A coisa pública já é feita para não funcionar, porque há uma burocracia muito grande. E quando você tem um gestor que não dá o ritmo necessário para que a coisa aconteça, é óbvio que os resultados não vão vir, e vão ficar no campo dos projetos”.
´Viajou´
A já histórica rivalidade política (e pessoal) entre a senadora Daniella Ribeiro (PSD) e o seu colega de Senado Veneziano Vital (MDB) saiu do solo paraibano para ocupar o singular plenário do Senado, uma ´ribalta´ política insuperável no país.
Obstrução
A senadora fez uso da palavra durante a sessão da quarta-feira para acusar o ´V´ de ter atuado nos bastidores para tentar impedir a tramitação de uma operação de crédito da ordem de 277 milhões de dólares pleiteada pela Prefeitura de João Pessoa, que acabou sendo aprovada.
Boicote
“Quem me conhece na Paraíba, sabe que costumeiramente eu não consigo ser hipócrita, nem jamais utilizar de palavras que são pela frente carinhosas, e por trás bem diferentes da atuação. Eu quero dizer a João Pessoa que o colega Veneziano trabalhou contra – o tempo inteiro – para que esse projeto não pudesse ser aprovado”, discursou Daniella.
“Isto é feio”
A senadora avançou: “Isto é feio, Veneziano. Você é o mesmo dos debates. Que coisa feia! Muito feio, muito pequeno isso. Ai depois ainda faz um discurso incrivelmente hipócrita. Mas quero dizer à Paraíba: pequena essa pessoa que você continua sendo desde vereador até senador da República. Nos envergonha a Paraíba”.
“Destempero emocional”
Sem demora, Veneziano foi à réplica: “Não precisariam palavras para retratar as visíveis e constatáveis demonstrações de perplexidade de todos que estão à mesa (diretora dos trabalhos) diante dessa abjeta agressão, gratuita agressão. Os senhores bem o sabem do meu comportamento no parlamento”.
– Fui acusado de fazer o que, de fato, coube à agressora, há cerca de dois meses, quando tentou claramente – ai sim! – evitar o acesso de recursos pelo município de Campina Grande. Eu lastimo, peço desculpas, porque a Paraíba tem um histórico de grandes representantes no Senado, e hoje (anteontem) assiste um destempero emocional sem precedentes e preocupante. Lastimo e peço desculpas pela Paraíba – acrescentou o senador.
Não demora e essa ´peleja´ reverbera na campanha que começa.
Até quando Cartaxo vai servir a ´dois senhores´: o ´mago´ e João Azevedo?…
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