Azul acinzentado
Foto: Leonardo Silva/ ParaibaOnline
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“Potencialização”
A semana política começou com João Azevedo (PSB) avisando aos repórteres em João Pessoa que “não vou falar” sobre política.
A curiosidade – natural e cronológica – dizia respeito às desavenças entre os deputados Adriano Galdino (Republicanos) e Gervásio Maia (PSB) no rastro do Orçamento Democrático Estadual na região sertaneja.
“Tudo deu certo, não tem nada demais. Houve potencialização de pequenos problemas. Não vou perder meu tempo com isso”, despachou o tema o governador.
Dois…
Seus aliados nem de longe seguiram as suas recomendações, a começar pelo prefeito pessoense Cícero Lucena (PP), que decidiu encarar o comparativo público entre ele e o seu companheiro de partido (e de disputa), o vice-governador Lucas Ribeiro.
… Tempos
“Lucas é um jovem político. Está tendo a oportunidade de aprendizado e de amadurecimento ao lado do governador, e com certeza terá uma carreira brilhante daqui pra frente”, verbalizou Cícero.
Com uma ressalva: “Mas nós estamos discutindo a continuidade desse projeto”.
´PSB a tiracolo´
Cícero, no final de semana, novamente ´colou´ no ex-prefeitável campinense Jhony Bezerra – presidente do PSB/CG – para transitar em pré-campanha pela cidade.
´Colados´
Conforme a assessoria do socialista, foi “mais um gesto público que reforça a aproximação entre os dois”, que “têm acumulado aparições públicas juntos”.
Afinação prévia
Poucas horas após ter mantido uma conversa com o deputado Hugo Motta (presidente do Republicanos na Paraíba), com o prefeito de Patos, Nabor Wanderley (pai de Hugo), e com a deputada estadual Francisca Motta (avó de Hugo), Adriano Galdino foi à mídia tratar de um tema que João Azevedo não quer tratar (política e eleições 2026).
Comedimento
Galdino relatou que a conversa acima referida foi de “amigos”, até porque “eu não quero constranger o partido nem quero colocar os meus amigos numa situação de aventura, que possa provocar prejuízos político-eleitorais para eles”.
Viabilidade
“Não quero forçar a barra. Se, por acaso, eu mostrar para vocês (os interlocutores já citados) que tenho condições e competitividade, eu vou sentar com vocês e com o partido, para que possam me dar legenda”, situou Adriano.
´Dever de casa´
Ele reiterou que “não vou exigir que o partido me dê legenda, ou exigir que o partido me dê apoio, se eu não fizer o ´dever de casa´. Eu tenho que ter essa compreensão e essa humildade”.
“Depende de mim”
“Eu só terei o apoio do Republicanos, e só farei questão de ter, e só vou lutar para ter, se eu tiver competitividade. Se não tiver, eu não avanço nessa caminhada, porque não vou colocar o meu partido e os meus amigos numa situação de dificuldade”, repisou o deputado-presidente, reforçando que “essa pré-candidatura vai depender muito de mim, como também da Paraíba, da aceitação popular”.
Longevidade
Adriano disse à ´Correio FM´ que “a candidatura mais natural” dentro da base do governador é a sua, “porque defendo esse projeto há 14 anos e seis meses. Qual dos outros candidatos tem esse currículo em defesa do projeto do PSB?” – indagou.
Imutável
“Estou no campo político do presidente Lula. Estou num campo político onde sempre estive, com determinação, com coragem e com lealdade”, cravou o parlamentar.
Perguntas no ar
“Por que eu não posso ser candidato da base? Qual é o argumento? Qual é o critério que vão usar para me tirar da condição de pré-candidato do partido e da base? É uma pergunta que eu preciso saber a resposta” – discorreu Galdino.
Para não trincar
Como uma espécie de solução ´consensual´, Adriano sugeriu que o grupo de João Azevedo possa ter mais de uma candidatura a governador no 1º turno da disputa.
´Fala João´
Por fim, o deputado lançou perguntas na direção de João Azevedo muito instigantes: “Vai ter na Paraíba essa união do PSB com a federação (PP-União), que não apoiará a reeleição do presidente Lula? Como vai ficar a cabeça do eleitor?”
´Partiu PL´
“O PL é uma história. São quase 30 anos de convivência nesse partido. É um partido que eu amo, que aprendi a amar muito cedo. Tenho uma consideração muito grande a Jair Bolsonaro e a Valdemar Costa Neto. Mas acho que já servi por anos 30 anos e devo sair”.
O comunicado público foi feito pelo deputado federal Wellington Roberto.
O detalhe
Wellington presidiu durante quase vinte anos o Partido Liberal, já a partir de seu antecessor – o PR (Partido da República).
´Meu nome é tchau´
“Não é necessário ele (Wellington) aguardar a ´janela´ (partidária). Naturalmente o presidente Valdemar (Costa Neto, presidente nacional do PL) não vai querer segurar ele até a janela (partidária, em abril próximo)”, reagiu prontamente o atual presidente do PL/PB, o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga.
Incontrolável
A direção do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) informou a parlamentares que não tem condições de acompanhar nem fiscalizar novos descontos na folha de pagamento dos benefícios previdenciários.
Premissa
Este colunista, renovadamente, neste e em outros espaços midiáticos, exaltou e elogiou a iniciativa do governo da Paraíba no tocante a uma ação administrativa e fiscal para incrementar a movimentação no Aeroporto João Suassuna, em Campina Grande.
Outro preâmbulo
Este colunista, ao longo de muitos anos, tem pago – consciente e sem arrependimentos – um preço caro pela defesa destemida dos interesses da segunda maior cidade do Estado.
E assim pretende prosseguir, apesar de tudo.
´Embicaram´
Vamos aos fatos. As estatísticas do 1º semestre deste ano do Aeroporto campinense são péssimas e – o que é pior – previsíveis.
´Anarriê´
No mês de junho deste ano – sim, o mês do propalado Maior São João do Mundo –, houve uma redução no número de passageiros superior a 59% em comparação ao mesmo mês do ano passado.
Chegada de aviões
Em termos de queda nas operações com aeronaves, o percentual foi de 35% no comparativo entre os mesmos períodos.
O detalhe
O declive só não foi muito pior devido à quantidade de jatinhos de empresas patrocinadoras do referido evento, de autoridades e de artistas que pela cidade transitaram no período.
1º ´pedaço´ do ano
Na comparação entre os semestres iniciais de 2024 e 2025, o despencar da quantidade de passageiros aproximou-se dos 52%, enquanto com relação às operações a queda foi de 41,6%.
Queda livre
Mantida a situação de momento, a compilação anual será ainda mais desastrosa ao final do ano em curso.
Em alta
Já o Aeroporto Presidente Castro Pinto, localizado na região metropolitana de João Pessoa, aparece nas estatísticas do semestre recém-findo com “um dos mais movimentados entre os 17 equipamentos administrados pela Aena Brasil”.
Decolagem
Conforme os dados publicados pela concessionária espanhola, “em junho deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado, o ´Castro Pinto´ registrou um crescimento de 28,3% na movimentação de passageiros, ocupando o primeiro lugar percentualmente”, bem como elevação acima de 10% no número operações realizadas.
Meses iniciais
No semestre inteiro deste ano, o ´Castro Pinto´ teve um crescimento superior a 20% acerca de número de passageiros, e superior a 8% nas operações realizadas.
Não faz sentido
Não vou embarcar no discurso ultrapassado de confrontar as duas maiores cidades do Estado.
João Pessoa vive um grande momento de crescimento, de encantamento perante o resto do país, e isto é economicamente bom e até orgulhoso para todos nós paraibanos.
Acordo celebrado
Recorde-se que na largada dessa ´nova fase´ do Aeroporto campinense foram divulgados 290 voos mensais, com sete voos diários e seis destinos diferentes apenas por parte da Azul.
´Marco zero´
O problema reside numa mal costurada parceria entre a empresa aérea Azul e o governo da Paraíba, por sinal vencido em maio último e até o momento sem a divulgação de sua renovação ou remodelação.
Resgate
No começo de fevereiro último, esta Coluna alertou para os prejuízos que o Aeroporto campinense estava cumulativamente sofrendo, em função da crise no setor da aviação civil, que ensejou a empresa Azul a buscar a reestruturação de sua bilionária dívida.
Subtração
Mas o ponto é o seguinte. Permitam-se reproduzir o que aqui foi escrito à época: “Houve um inevitável enxugamento de voos e o aeroporto campinense tem sido muito prejudicado, apesar dos bons índices de ocupação que os voos estavam conseguindo.
Inalterada
“Todavia, a Azul segue desfrutando incondicionalmente da redução de ICMS para o querosene que compra. Ou seja, beneficia-se de uma renúncia fiscal sem a contrapartida pactuada”.
Sem amarração
“O contrato firmado pelo Estado não estabeleceu expressamente um número mínimo de voos para o Aeroporto João Suassuna, como forma de ficar assegurada o benefício fiscal, muito menos a proporcionalidade do benefício em caso de supressão de voos”.
Reação indeclinável
Ou as lideranças cidade efetivamente se unem para defender o que interessa à cidade e ao seu desenvolvimento, ou o aeroporto poderá se transformar num imenso ´bibelô´ subutilizado, com o risco adicional de comprometer a viabilização funcional e financeira do belíssimo Centro de Convenções Vital do Rêgo, em fase de conclusão pelo governo estadual.
Passividade
Há quanto tempo as lideranças campinenses não convidam o governador do Estado – e não me refiro apenas ao atual – para encaminhar objetivamente pleitos e reivindicações, assim como cobrar providências?
“O sonho é que leva a gente para a frente”, dizia o festejado paraibano Ariano Suassuna.
A oposição na Paraíba pegou ´Táxi lunar´ de Geraldo Azevedo…
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