Abaixo da superfície
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“Sou inocente!”
Não foi uma terça-feira qualquer na política paraibana. Comecemos pela Câmara Municipal de João Pessoa.
Após doze dias de prisão, a vereadora Raissa Lacerda (PSB) voltou à tribuna da Casa de Napoleão Laureano para fazer um misto de desabafo e de revelações.
“Extremamente injusto o que fizeram comigo. Sou inocente!” – bradou inicialmente da tribuna.
“Calvário”
Segundo ela, “sofri um calvário. O que mais me chamou a atenção foi ser presa com três assessores do presidente da Câmara (vereador Dinho Dowsley, PSD)”.
Perguntas
“Fui presa com apoiadores de outro vereador. O que tem por trás disso? Por que não queriam que eu fosse candidata?” – indagou a parlamentar.
“Está só vivo”
Conforme o relato de Raissa, “meu pai (ex-deputado José Lacerda Neto), com 92 anos, chorava como criança. E está só vivo. Minhas filhas baixaram o hospital”.
Descumprimento
Ao cortar o microfone da colega de Câmara, o presidente Dinho observou que “Vossa Excelência não poderia estar falando no pequeno expediente, porque está quebrando a (decisão) cautelar de uma medida judicial”.
“Na lama”
“Já que falou, vai ter que provar tudo que está falando. Vamos ter que ir para a justiça. Nunca subi nesta tribuna para acusar nenhum vereador. Mas não vou admitir o meu nome ser jogado na lama, até porque eu não tenho um processo contra a minha pessoa”, rebateu Dinho.
“Estraçalhada”
Após deixar a tribuna, em conversa com jornalistas – mesmo sendo desaconselhada por assessores -, Raissa reiterou que “sou inocente. Meu pai sofreu muito, minha família está toda estraçalhada. Os apoiadores não eram meus. São apoiadores do presidente da Casa, Dinho”.
Citadas
A edil mencionou os nomes de três pessoas presas juntamente com elas: Poliana Monteiro Dantas dos Santos, Taciana Batista do Nascimento e Kaline Neris do Nascimento.
O detalhe
Duas delas são contratadas pela Prefeitura de João Pessoa, ao que se informou ontem nos bastidores da Câmara.
Inadmissível
Ao final da atribulada sessão da Câmara pessoense, Dinho afirmou que “eu entendo o momento vivido pela vereadora Raissa, que tem todo direito de se defender na justiça. Mas não vou admitir o envolvimento com o meu nome em questões que dizem respeito à vida dela e ao que ela vem passando”.
Rumo à justiça
“Vamos ter que ir para a justiça (…) Não vou admitir o meu nome ser jogado na lama”, reforçou o vereador, reiterando que “não tenho um processo judicial contra minha pessoa. Acusações vão ter que ser provadas”.
Dito e feito
No plenário da Assembleia Legislativa – distante cerca de 300 metros da Câmara pessoense -, a deputada Jane Panta (PP) cumpriu o que havia prometido há algumas semanas: ocupar a tribuna para tratar da participação do governador João Azevedo (PSB) nas eleições municipais na principal base política da parlamentar – a cidade de Santa Rita.
“Resistência”
“Lutamos. Fomos a voz da resistência. Só Deus e Santa Rita sabem o que nós passamos”, começou a discursar Jane.
´Meu erro´
Em seguida, ela registrou que “conheci de perto a força da máquina do Estado”.
“O único erro que eu cometi: votei neste governador, e foi assim que eu fui gratificada. Perdão santarritenses. Prometo nunca mais cometer erro igual”, penitenciou-se.
A quem servir
Jane indagou da tribuna se o compromisso de Azevedo “é com a cidade ou com um forasteiro”, numa menção velada ao ex-candidato a prefeito Nilvan Ferreira (REP).
Abordagem
Ato contínuo, a deputada subiu o tom: “Talvez o meu maior erro tenha sido não ter tratado como ele (Nilvan) lhe tratou. Mas talvez era esse o tratamento que o senhor (governador) queria. Talvez o tratamento de ´João da Calvário´, de rouba respiradores, seja o que lhe agrada”.
Corretivo
Jane avisou que “pra mim, o jogo está apenas começando! (…) Todo erro tem a sua correção”.
Em grupo
Após descer da tribuna, ela esclareceu que “meu posicionamento”, acerca da bancada governista, “eu não anuncio hoje (ontem) porque a bancada está incompleta.
Nós vamos fazer esse anúncio juntos… e misturados”.
Sem trégua
Em entrevista, Jane Panta relatou que a força da estrutura estadual não aliviou “hora nenhuma”.
Desconhecia
“O maior erro que cometi foi ter votado nele (João Azevedo). Eu não sabia que ele tinha essa magoa toda”, acrescentou a deputada.
Outro vazio
Mas houve algo de ´normal´ nesta terça-feira na política paraibana: durou menos de 20 minutos a sessão ordinária de ontem no Poder Legislativo de Campina Grande.
Nada como morar numa cidade sem problemas…
Deslocamento
A partir da próxima semana, as sessões da Câmara campinense (quando ocorrerem) serão realizadas no auditório do Sesc Centro, em função de reforma no plenário da ´Casa de Félix Araújo´.
Cadeira vazia
O prefeito e candidato à reeleição Cicero Lucena (PP) não compareceu, na noite de segunda-feira, à rodada de entrevistas com os prefeitáveis pessoenses promovida pela TV Cabo Branco.
Escancarar
O governo federal remeterá, nas próximas semanas, um projeto de lei ao Congresso Nacional visando a criação de uma plataforma digital para estimular a concessão de crédito consignado para os trabalhadores do setor privado.
´Da testa pra baixo era canela´
Foi deprimente o 1º debate com os dois candidatos a prefeito de João Pessoa no 2º turno, realizado na noite de 2ª feira na Band/Arapuan.
“Covarde, moleque, cínico” foram expressões que transitaram repetidamente pelo debate entre Cícero Lucena e Marcelo Queiroga (PL).
Ainda bem que foi tarde da noite e as crianças (presumivelmente) já estavam dormindo.
Os políticos paraibanos adoram ´flertar´ com o perigo…
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