A ´laranjada´ do Banco Master
Foto: Leonardo Silva
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O que estava ruim, piorou
Na edição do último sábado, Aparte já tinha mostrado que as relações entre os deputados paraibanos Hugo Motta (Republicanos), presidente da Câmara Federal, e Lindbergh Farias (RJ), líder do PT na Câmara Federal, tinham ´azedado´.
Pois bem, nesta segunda-feira o jornal Folha de São Paulo divulgou – com repercussão no ParaibaOnline – que Hugo afirmou que “não tenho mais interesse em ter nenhum tipo de relação com o deputado Lindbergh Farias”.
“Política não se faz como clube de amigos”, refutou o petista.
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Microfone
O prefeito Bruno Cunha Lima (União) concedeu ontem uma entrevista ao Jornal da Manhã da Rádio Caturité FM (104.1), líder na audiência regional.
Foi uma pauta essencialmente administrativa. Confira a seguir alguns trechos.
Crise…
O prefeito citou alguns “fatores” que ensejaram a agudização dos problemas na área da saúde pública.
O primeiro mencionado foi que 2025 tem sido “um ano atípico”, por conta de atrasos nos repasses dos recursos complementares oriundos do Orçamento Geral da União, que demorou a ser aprovado pelo Congresso Nacional, como também o “impacto” de pisos salariais no setor.
… Na saúde
BCL exemplificou o caso do piso dos agentes comunitários de saúde, que no hiato de tempo entre 2019 e 2025 cresceu 269%, contra uma inflação em similar período em torno de 20%.
“E a receita da prefeitura passa longe de crescer na mesma proporção”, frisou.
Ampliação
Além das chamadas despesas obrigatórias (como as salariais), o prefeito mencionou a “decisão de colocar novos serviços para funcionar”, opção administrativa que ensejou a extrapolação das despesas cotidianas.
Ajustes
Como forma de amortecer a profundidade do problema, Bruno citou a contratação de uma consultoria (Falconi), cujo diagnóstico e medidas recomendadas “já estão sendo implementadas”.
Transparência
Ele antecipou que vai apresentar à população “a parte mais efetiva” dos problemas detectados na área da saúde e as soluções recomendadas pela consultoria.
Nada contra
No tocante aos dois pedidos de instalação de CPIs (comissões parlamentares de inquérito) apresentados pela bancada de oposição no Legislativo campinense, BCL salientou que “quem não deve, não teme”.
“Esfriada”
“Não tenho receio algum, até porque os dados são públicos. E, indiscutivelmente, a saúde é um desafio que não pode ser relegado a segundo plano”, disse o prefeito, observando em seguida que os oposicionistas “paradoxalmente, deram uma esfriada” na proposta dessa CPI, “porque, talvez, se deram conta de que a natureza da CPI faria com que ela fosse a CPI do (hospital) Help”.
Hesitantes
Bruno realçou que a oposição solicita no pedido de CPI a investigação sobre a “destinação e utilização de todas as emendas e recursos” direcionados ao referido hospital, “desde lá de atrás, para a construção e compra de equipamentos”.
“Talvez, eles se deram conta do tamanho do problema que podem estar gerando para si próprios”, acrescentou.
“Hipocrisia”
À ótica do prefeito campinense, “muitas vezes a oposição cumpre um papel de indignação seletiva ou até de hipocrisia”.
Vídeo apagado
Com relação à pública acusação do empresário Dalton Gadelha, de que teria ´desviado´ para outra finalidade recursos (R$ 15 milhões provenientes do Ministério da Saúde) que pertenceriam à Fundação Pedro Américo (mantenedora do hospital Help), o prefeito comentou que “me parece que se deram conta da bobagem que fizeram, é tanto que instantes depois apagaram o vídeo que havia sido postado em seu sistema de comunicação (sobre o assunto)”.
Para apreciação
Segundo BCL, o assunto tramita no Judiciário e “está no lugar necessário para se fazer a comprovação dos fatos”.
´Marco zero´
Ao ser indagado sobre o que houve para que dois aliados (ele e Dalton) virassem adversários pessoais, Bruno respondeu que houve “três ou quatro os principais motivos para essa ´virada de chave´,” listando inicialmente o desencontro de informações acerca de recursos enviados para a PMCG, por parte do senador Veneziano Vital (MDB), da ordem de R$ 15 milhões, e idêntico valor destinado à Fundação Pedro Américo pelo deputado federal Ruy Carneiro (Podemos).
Premissa
“Um dos pedidos (o do senador) foi atendido (e pago) pelo governo federal. O outro não teve o desembolso”, enfatizou BCL, para em seguida grifar que “todo recurso federal só pode ser repassado mediante a apresentação do plano de trabalho, assinatura de contrato e, obviamente, execução e faturamento desses serviços”.
Comprovações
Outro motivo para a ´rota de colisão´ com o diretor do grupo Unifacisa, referido por Bruno, “é a necessidade, por força da lei, que nos obriga ao final do cumprimento dos contratos exigir a prestação de contas”.
Sem retorno
“Eu tenho todos os ofícios encaminhados, de todos os contratos assinados entre o Fundo Municipal de Saúde e o Help, assim como todos os pedidos de prestação de contas, para os quais não houve respostas até este momento”, assegurou BCL.
Inadimplência
Bruno informou que desde 2023 houve a “identificação” do não pagamento de tributos (ISS – Imposto Sobre Serviços) por parte da Fundação Pedro Américo, “e qualquer empresa precisa pagar impostos”.
“Não há isenção total, nem pode. É proibido por lei federal”, completou.
Há dois anos
Conforme o prefeito, desde 2023 a Secretaria de Finanças da PMCG tem feito “notificações” para a cobrança administrativa dos impostos em aberto, uma vez que o período de 2015 a 2018 não pode ser mais cobrado devido à prescrição.
Sem recolhimento
Houve a confissão das dívidas por parte da Unifacisa, que não realizou a quitação dos 2% do tributo a ser recolhido, uma vez que os outros 2% do ISS seriam convertidos em bolsas de estudo, ainda conforme o prefeito.
Base de cálculo
Bruno relatou aos ouvintes que a PMCG tomou por base – para levantar o imposto devido – as informações sobre a quantidade de alunos que a Unifacisa encaminhou ao INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) do Ministério da Educação.
“Incontroversos”
O prefeito campinense acentuou que “a justiça despachou imediatamente” a cobrança feita pela PMCG “porque são dados incontroversos”.
“CPF em jogo”
Bruno Cunha Lima concluiu o assunto dizendo que não poderia declinar dessa cobrança que se arrasta desde 2023, porque “no final das contas é o meu CPF que fica em jogo e posso responder, do contrário, por renúncia fiscal”.
´Espuma´ contábil
Reportagem do jornal O Globo mostrou que o banco Master vendeu ao BRB (Banco Regional de Brasília), pertencente ao Governo do Distrito Federal, uma carteira de crédito (ou seja, direitos sobre empréstimos) da ordem R$ 303 milhões.
Acontece que a dita carteira foi concebida por uma empresa registrada em nome de uma atendente de lanchonete, que já é investigada por aplicar um golpe de maquininha de cartão.
Ah sim! Qualquer dia desses a Paraíba vai entrar no ´enredo´ do Banco Master.
O ´Acordo da Granja´ ainda não está inteiramente materializado no Diário Oficial…
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