*Vídeo: ParaibaOnline

O economista e professor Johnatan Brito analisou, em sua coluna semanal ‘O Bê-á-Bá da Economia’, exibida às quintas-feiras na rádio Caturité FM, o impacto econômico do Carnaval em Campina Grande. Segundo ele, embora a cidade não tenha uma tradição carnavalesca como em outros polos do país, o período gera um incremento econômico relevante, especialmente nos setores de serviços e turismo.

“Campina Grande tem uma cultura muito forte no Carnaval, que é o chamado Carnaval da Paz. A rede hoteleira da cidade ultrapassou 90% de ocupação no ano passado, sem contar os Airbnb e pessoas que vêm para casa de amigos e familiares”, destacou Johnatan.

Ele ressaltou que os grandes eventos religiosos, como a Consciência Cristã e encontros promovidos pela Igreja Católica, atraem milhares de fiéis de diversas regiões do Brasil. “Quando eles vêm para cá, terminam não só participando do evento, mas impulsionando a economia local, o setor de serviços, restaurantes e a rede hoteleira”, explicou.

De acordo com o economista, estudos indicam que o Carnaval gera um incremento de 8% a 10% na economia formal de Campina Grande. Além disso, há uma movimentação significativa na economia informal, impulsionada por vendedores ambulantes que comercializam alimentos e bebidas nas proximidades dos eventos. “Na economia informal, esse efeito ainda é maior. Não há cálculos exatos, mas sabemos que há um impacto positivo para pequenos comerciantes e trabalhadores autônomos”, afirmou.

Johnatan também destacou que, apesar do comércio tradicional do centro desacelerar nesse período, outros setores se beneficiam. “O setor de serviços, sobretudo na rede hoteleira e na rede de restaurantes, superaquece. E para aqueles que fecham suas lojas, talvez seja uma alternativa pensar em produtos mais consumidos, como água e refrigerantes, pois o público desses eventos tem um perfil diferente”, pontuou.

Para o economista, Campina Grande soube aproveitar uma oportunidade sazonal, consolidando-se como destino alternativo para quem busca um Carnaval diferenciado. “A cidade entendeu um problema e encontrou uma solução inteligente. Atraímos um público que busca uma programação mais tranquila e que, ao mesmo tempo, gera retorno econômico significativo”, concluiu.