Tessituras
Elizabeth Marinheiro. Publicado em 31 de julho de 2022 às 7:31
Como não tenho a liberdade blindada posso, mesmo nesta biblioteca, convocar o presente e o passado. E por aí vou chegando a Paris, capital de todas as luzes urbanas. Finjo ler “Le Monde”, no Café de La Paix e admiro a Ópera, espaço da grand’Arte.
Um passeio na praça Vendôme, com seu ar de melancolia e na praça Concorde, signo de esperança. Arco do Triunfo e Tôrre Eifell, abundância de turistas. Palácio Chayot e versos de Paul Valery.
Nas muradas do rio Sena, as ilhas Citê e Saint Louis fluem como se desejassem dividir a paixão parisiense. Nas Galerias Lafayette e Printemps compram-se as marcas da imitação. Finos tecidos na loja Boucharat e em Montmartre, ao lado do Sacré-Couer.
Voltando à rua Rivoli, revisito Nicia Antoine e Claudia Dias, delicadas recepcionistas da Benlux e da Grillot. Mais adiante, a avenida Des Champs Elysées, onde eu e Lizanka passamos um Reveillon. Que Maravilha! A Sephora e os cosméticos caríssimos. Place des Vosges, vida do imortal Victor Hugo!
UNESCO: palácio moderno de arte e cultura, lembrando-me o querido amigo Josué Montello. Praça da Bastille. 14 de Julho, advento da República francesa, tendo como primeiro prisioneiro seu próprio construtor. A fim de suavizar a escrita dou uma parada em Saint-Sulpice; revejo os Cafés Deux Magots e Flore, emblemas de Sartre e Simone de Bouvoir.
Ainda no Quartrer Latin, sou recebida por Todorov (Collége de France) e, na Sorbonne, por Dr. Georges Boisvert. Porque “ninguém é de ferro” vou pulando de uma pra outra avenida e encontro o Faubourg Saint-Honoré e a avenida Montaigne, conteúdos pra milionários: Hermés, Gucci, Prada, Ferragamo etc etc etc.
Prefiro as ruas Du Bae/Dè Sevres. Não apenas alguns alimentos em Le Bon Marché mas, sobretudo, à Santa Capela. Peço as bençãos de Deus e de Maria Santíssima, após diálogos com uma Irmã brasileira.
LOUVRE: merece capítulos da historiarte. Não se pode esquecer os canônicos Impressionistas, nem La Gioconda.
Versailles. Saint-Sulpice. Os Inválidos. Quarter Latin. Academia Francesa. Marais. Emoção: estou diante da Embaixada do Brasil. “Stop”, desembarco no Centro de Pesquisas Sobre o Brasil contemporâneo (C.R.B.C). Encontro para novas bibliografias, respeito aos professores, afeto aos colegas; citá-los requer aprofundamento do tema mas, não posso omitir Anne Marie Quint, Annie Moreau, Pierre Rivas e Angelina Mendes.
Na “rive-droit” ou na “rive-gaucehe”, minha memória não pretende ficar à deriva.
PROFESSOR NILSON
Assim o chamávamos.
Ao tempo do Núcleo de Estudos Linguísticos e Literários (NELL), ato do inesquecível Reitor Lynaldo Cavalcante de Albuquerque/UFPB, esse Núcleo pertencia à Pro-Reitoria – Campus II. Costumávamos ser recebida pelo Professor NILSON FEITOSA para assuntos administrativos.
Sua simplicidade ocultava o talento. Seu método universitário não buscava lucros. Não afastava a burocracia pública, porém, a recusava como dogma.
Era, assim, a Ética do Professor Nilson Feitosa. Seu exemplo ficará para Olguinha e família. Também para as universidades modernistas.
E VÓS, TÁGIDES MINHAS?
“Nunca houveram tantas baleias no oceano”. Repórter de televisão.

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