Tessituras
Elizabeth Marinheiro. Publicado em 30 de julho de 2017 às 8:17
Por Elizabeth Marinheiro (*)
“Eu sou mais forte do que eu”, diz Clarice. Discordo dela. A exemplo: quando a gente vai saindo da “enfermadite” e fica subordinada a uma “farmácia” em fila, não há como sair do espaço do nada.
Os procedimentos pós-hospital provocam desânimo, anulando a concentração. Daí o vazio da casa sem a dedicação de Lizanka e Tulenka.
“Saber viver” é um refrão que nem sempre é pertinente, vez que o depressa é o agora. Neste agora, perco o medo de ser eu mesma… Na aprendizagem lispectoriana mundo e ovo são óbvios; na minha, encanto/desencanto são óbvios. Amamos uma coisa sem saber que ama outra coisa, sentencia Clarice.
Muitas vezes, fujo do entender… “porque sei que o entender é a prova do erro”. Dúvidas…Se entender o mundo, pessoa e medo é a convicção de que, lispectoriamente, estou errada, acolho minhas dúvidas e sigo em frente.
“Eu sou mais forte do que eu”, diz ela. Discordo dela. Posso sair do vázio sem interrogar o “ovo”. Deste ovo emerge a beleza do comum. O jardim, literalmente verde, brotando esperanças. Pássaros cantam com emoção. Czar dorme tranquilo porque não compreende o cortiço brasileiro.
Desejo minimizar este vázio com música e televisões. Da música, saudade… Das televisões, a pobreza do Faustão; o antificialismo de Maria Beltrão(horrível); milhões de delação premiada; parlamentares soltos e negociando livremente, enfim a nadificação consagrada. Como falou o Juíz: “a gente puxa uma pena e sai uma galinha”…
Lula, réu de luxo, fazendo comicios e o povo dormindo. “Dormindo profundamente”…
Mas, o vazio desaparece quando H surge com sua admirável naturalidade. V com seu poder de iluminar. CT exaltando a dança e o piano. MA e seus inteligentes conceitos. G com sua beleza porcelanada.
Uma sala de convivência, dominada por otimismo e por quem cultua o bem-querer.
Ruptura do vázio e renovação da visão cósmica!
É PRECISO REFLETIR.
A I Seccional PEN da Paraíba retornará suas atividades públicas, próximo 28 de agosto. Deve-se repetir que Seccional não adota convites especiais/impressos: Vale-se dos faces, telefonemas e, sobretudo, dos eficazes “boca à boca”.
Por consequencia, aquele abusivo “não recebi o convite” perdeu o sentido, há muito tempo.
Ao meu leitor, todo meu amor.
(*) Ensaísta

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