“Peixes e 5G”
Alexandre Moura. Publicado em 14 de janeiro de 2022 às 8:38
A Aquicultura (produção em “fazendas”, de peixes, crustáceos e plantas aquáticas) é uma atividade econômica que movimenta, anualmente, bilhões de dólares, em nível mundial.
Segundo dados da União Europeia (UE), essa indústria é responsável por “parte da dieta diária, de cerca de três bilhões de pessoas”.
Na Noruega, país membro da UE, as “Fazendas de Peixes” é parte significativa da economia local, devido às particularidades do “clima e das condições naturais que tornam o país ideal para a piscicultura”, sendo o “maior produtor de salmão do Atlântico”.
Nessas fazendas a tecnologia vem sendo usada faz tempo, para o gerenciamento (da alimentação dos peixes, da qualidade da água e da produção) com poucas pessoas no controle das instalações de produção, que chegam a ter uma “população” de um milhão de peixes.
Para que isso possa ser feito com segurança e qualidade, a velocidade da Internet é fator primordial.
“Peixes e 5G” (II)
Uma matéria bem interessante, sobre este tema, foi disponibilizada pela empresa americana, INTEL Corp, conhecida fabricante de chips de computadores.
Segundo o texto, o monitoramento do sistema de gerenciamento é feito por um conjunto de “câmeras subaquáticas (de alta definição) colocadas nos tanques, que servem para observar, online, o comportamento dos peixes para decidir quando começar, ajustar e terminar a alimentação, verificar visualmente as condições da água e também, monitorar a saúde do salmão”.
Daí a importância da qualidade e velocidade, de disponibilização das imagens, bem como na atuação remota dos equipamentos/máquinas responsáveis pela automação de toda a fazenda.
Para aumentar a eficiência desse tipo de sistema, a INTEL, em parceria com as empresas, Telenor, Nokia e Bluegrove, forneceram e estão testando, um sistema de conectividade e tecnologias associadas, que permitem uma solução de análise do vídeo de alta resolução das câmeras utilizadas na gestão da piscicultura norueguesa.
“Peixes e 5G” (III)
Para validação do sistema, uma fazenda de peixes situada no sul do país, na Ilha de Gjerdinga, está servindo de laboratório para o projeto denominado de 5G-HEART que conta com financiamento da UE.
A ideia do Projeto 5G-HEART “é promover a inovação em torno da Tecnologia 5G, para permitir aplicações importantes na aquicultura da Noruega, além do desenvolvimento de soluções para outros segmentos, como saúde e transporte”.
Esse é um projeto derivado (e semelhante) ao 5G-VINNI (que tem também, a participação da Telenor e de outros provedores de serviços de comunicação e da Nokia) cujo foco é “validar o desempenho de novas aplicações 5G por meio de testes operacionais de serviços de conectividade avançados” (como proposto para o 5G-HEART).
“Peixes e 5G” (IV)
Para o sistema utilizado na fazenda de peixes da Ilha Gjerdinga, o sistema de monitoramento de vídeo utiliza tecnologia da Bluegrove , usando redes e servidores da Nokia com computadores de arquitetura INTEL e uma rede Telenor 5G para transmitir o vídeo, para uma aplicação de análise e gestão de dados, gerando relatórios online, para os operadores da fazenda.
As câmeras subaquáticas captam as imagens dos peixes, produzindo e transmitindo, vários fluxos de vídeo de alta resolução (HD), que exigem largura de banda extrema do link 5G entre elas e a aplicação de análise dos dados, que fica em outro local.
A antiga rede (com tecnologia 4G) existente na fazenda, não tinha essa capacidade, devido à largura de banda de transmissão de dados insuficiente, para “tratar” o gigantesco volume de imagens captadas, na velocidade requerida pelo sistema de gestão.
Com a tecnologia 5G, o problema foi superado e “os criadores de salmão podem ter uma visão clara e adequada do processo de alimentação, comportamento dos peixes e o status ambiental dos criadouros”.
Assim, quando você estiver se deliciando com um “prato de salmão da Noruega”, possivelmente deve agradecer à tecnologia 5G, pela qualidade do peixe sendo servido.

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